Portal O Debate
Grupo WhatsApp

As CPIs e a crise política que já dura dez anos

As CPIs e a crise política que já dura dez anos

24/06/2023 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Toda vez que o embate político se torna turbulento, desumano e sofismático - como atualmente - está presente o risco de crise social, política ou até institucional.

Pululam as narrativas de supostos ilícitos cometidos tanto pelos que saíram quanto pelos que chegaram ao poder e, segundo as falas, não teriam agido de forma republicana.

São cotidianas as citações sobre tentativa de golpe, omissão de autoridades, judicialização de risco e outros comportamentos que ferem os princípios da liberdade e colocam em risco o regime democrático. O mais grave é que, com o passar dos meses, as escaramuças aumentam em vez de diminuírem.

O governo, sem base parlamentar, se vê na situação de investir elevadas somas do dinheiro público em áreas e localidades determinadas por deputados e senadores em troca dos seus votos.

E, mesmo assim, não forma uma bancada de apoio, obrigando-se a negociar caso-a-caso, num quadro que conserva as características dos criminalizados mensalão, petrolão e similares.

A diferença mínima de votos das eleições de 2022 é o grande complicador se somada a todas as intercorrências havidas na formação dos grupos e nas desconfianças lançadas ao próprio processo eleitoral.

Incapazes de bater o adversário no voto (que é relativamente equilibrado) os contendores procuram fazê-lo no terreno das nulidades, da acusação de crime eleitoral e do tapetão. E isso fragiliza a República.

A sociedade brasileira presencia agora o decolar das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) destinadas a apurar os distúrbios de 8 de janeiro (quando as sedes da Presidência da República, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal foram invadidas e depredadas), as ações do MST (Movimento dos Sem Terra), invasor de propriedades, a atividade das ONGs (Organizações não Governamentais) que teria lucrado sem nada produzir na Amazônia e outras.

Especialmente a investigação sobre o quebra-quebra dos palácios é controversa e muitos parlamentares temem consequências a seus grupos políticos.

É preciso que atuem com extrema responsabilidade, acima do embate ideológico e focados exclusivamente em aclarar a verdade dos fatos e identificar indubitavelmente os responsáveis pelos distúrbios e denunciá-los à Justiça no foro competente, não ao STF, que deve continuar atuando só como sede recursal de última instância, como determina a Constituição. Passado o susto dos conflitos, é indispensável que tudo volte aos devidos lugares.

Os membros das CPIs têm, nesse momento, uma difícil missão, mas, em contrapartida, ela oferece a oportunidade de recuperar o poder e o prestigio do Legislativo, ora abalado pelo grande número de congressistas enrolados em processos e investigações.

Na condição de representantes do povo que, em última análise, é quem sofre quando ocorre instabilidades sociais, políticas e econômicas, as investigações precisam ser bem elaboradas e executadas e produzir resultados que reequilibrem a Nação.

Não podemos continuar vivendo indefinidamente na crise política. Se observarmos bem, ela já dura dez anos – desde os frustrados movimentos pelo passe livre nos ônibus, já provocou muitos estragos (até um impeachment) e, se não for contida, ainda pode trazer muitos problemas ao País e ao povo...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre crise política clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp



Democracia: respeito e proteção também para as minorias

A democracia é um sistema de governo que se baseia na vontade da maioria, mas sua essência vai além disso.

Autor: André Naves


O Brasil enfrenta uma crise ética

O Brasil atravessa uma crise ética. É patente a aceitação e banalização da perda dos valores morais evidenciada pelo comportamento dos governantes e pela anestesia da sociedade, em um péssimo exemplo para as futuras gerações.

Autor: Samuel Hanan


Bandejada especial

Montes Claros é uma cidade de características muito peculiares. Para quem chega de fora para morar lá a primeira surpresa vem com a receptividade do seu povo.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


Eleições para vereadores merecem mais atenção

Em anos de eleições municipais, como é o caso de 2024, os cidadãos brasileiros vão às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores.

Autor: Wilson Pedroso


Para escolher o melhor

Tomar boas decisões em um mundo veloz e competitivo como o de hoje é uma necessidade inegável.

Autor: Janguiê Diniz


A desconstrução do mundo

Quando saí do Brasil para morar no exterior, eu sabia que muita coisa iria mudar: mais uma língua, outros costumes, novas paisagens.

Autor: João Filipe da Mata


Por nova (e justa) distribuição tributária

Do bolo dos impostos arrecadados no País, 68% vão para a União, 24% para os Estados e apenas 18% para os municípios.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Um debate desastroso e a dúvida Biden

Com a proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano, realizou-se, na última semana, o primeiro debate entre os pleiteantes de 2024 à Casa Branca: Donald Trump e Joe Biden.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Aquiles e seu calcanhar

O mito do herói grego Aquiles adentrou nosso imaginário e nossa nomenclatura médica: o tendão que se insere em nosso calcanhar foi chamado de tendão de Aquiles em homenagem a esse herói.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Falta aos brasileiros a sede de verdade

Sigmund Freud (1856-1939), o famoso psicanalista austríaco, escreveu: “As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e nem sabem viver sem elas”.

Autor: Samuel Hanan


Uma batalha política como a de Caim e Abel

Em meio ao turbilhão global, o caos e a desordem só aumentam, e o Juiz Universal está preparando o lançamento da grande colheita da humanidade.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


De olho na alta e/ou criação de impostos

Trava-se, no Congresso Nacional, a grande batalha tributária, embutida na reforma que realinhou, deu nova nomenclatura aos impostos e agora busca enquadrar os produtos ao apetite do fisco e do governo.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves