Mantiqueira de Minas conquista o mercado de cafés especiais
Mantiqueira de Minas conquista o mercado de cafés especiais
O Brasil é o maior produtor de café do mundo.
Um xodó. É assim que Márcia Borges, agricultora de São Gonçalo de Minas (MG), apresenta seus pés de café. Ao lado de grãos que secam em uma plataforma suspensa, ela detalha o cuidadoso processo, que é feito manualmente. Parte da sua plantação de 35 mil pés de café é orgânica, o que traz um diferencial à produção. “Para mim, ele traz qualidade de vida, saúde e também dinheiro no bolso. Porque dá muito trabalho, mas eu amo fazer esse serviço”, explica.
A pequena propriedade de Márcia está localizada na Mantiqueira de Minas, região composta por 25 municípios, no sul do estado, e reconhecida pela qualidade de seus cafés especiais. Em 2011, os produtores locais conseguiram o selo de indicação geográfica (IG), que reconhece a qualidade e a tradição de um produto a partir das condições ambientais e modo de fazer local. O selo é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), com apoio do Sebrae. “Cada território tem uma marca, um DNA, uma história forte. E o selo garante tanto para o mercado, quanto para o produtor, a proteção dessa origem”, explicou Rogério Galuppo, analista do Sebrae Minas Gerais.
O Brasil é o maior produtor de café do mundo - a estimativa para 2022 é uma produção de 52,8 milhões de sacas do grão, de acordo com o IBGE. Cerca de metade dessa produção é feita em Minas Gerais, em plantações como a de Márcia. Na Mantiqueira de Minas, a agricultura familiar responde por 83% da produção.
Para ser considerado um café especial, o produto passa por uma rigorosa avaliação e precisa atingir, no mínimo, 80 pontos, em uma escala que vai até 100. Essa pontuação é atribuída a partir de critérios que levam em conta desde a qualidade do grão até o sabor da bebida na xícara. Os cafés da Mantiqueira de Minas têm que atingir no mínimo 83 pontos para obter o selo de indicação geográfica. Um café comum que é vendido no supermercado teria uma pontuação ao redor de 50 pontos pela grande quantidade de defeitos e outros processos da produção, explicam os especialistas.
Fonte: Agência Brasil