É preciso criar ritmo e inserir os filhos num universo que não é novo, porém não é o habitual.  Para as famílias, talvez, o mais difícil seja priorizar um tempo para acompanhar os filhos e organizar os estudos de forma que uma rotina seja estabelecida e que os estudantes não percam o contato com as atividades pedagógicas.

A tecnologia já faz parte do cotidiano da escola. Agora é reunir essa expertise e transformá-la em um aliado produtivo, para dar continuidade ao aprendizado de crianças e jovens. O desafio é conscientizar os estudantes de que não estão em período de férias. Escola e família, juntos, precisam estabelecer conexões, configurando uma relação de trabalho. O papel dos coordenadores, dos professores e das famílias é de fundamental importância, convocando os estudantes para o envolvimento e o compromisso com as atividades. Criar possibilidades e propor novas formas criativas de trabalho também são ações que ajudam e aumentam o desejo pelo contato com os desafios organizados pelos professores.

As plataformas são boas aliadas. Para os pequenos, leitura e escrita criativa fazem muito bem. Vídeos com temas significativos estimulam e significam as aprendizagens nas várias áreas do conhecimento, além de manter o interesse das crianças e inspirá-las em diferentes produções. Vale colocar a mão na massa, construir brinquedos, dobraduras, massa de modelar. O importante é que todos entendam a necessidade de uma rotina organizada, que ajude a criar a cultura do estudo diário.

Precisamos, ainda, desenvolver atitudes empáticas de cuidado e ajuda mútua. Necessitamos fortalecer nossa rede de ajuda para que algo menos trágico possa sobrepor-se a este tempo de incertezas. Aprender conteúdos escolares talvez não seja tão difícil quanto entender um contexto incerto e educar nossos filhos e estudantes para que tenham resiliência e capacidade para intervir em realidades complexas, somando esforços individuais que tenham reflexos coletivos.

* Ir. Celassi Dalpiaz, Diretora do Colégio Santa Inês