Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Seria o homeschooling a nova solução para a educação brasileira?

Seria o homeschooling a nova solução para a educação brasileira?

15/06/2022 Luiz Alexandre Castanha

A aprovação da nova prática cria novos riscos para a aprendizagem de crianças e adolescentes no Brasil.

Seria o homeschooling a nova solução para a educação brasileira?

No último dia 19/05, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei nº 3.179 de 2012. Neste caso, o PL regulamenta a prática da educação domiciliar no Brasil, também conhecida como homeschooling. Não por acaso, diversos deputados contrários ao projeto criticaram a aprovação da medida. Afinal, a realização do homeschooling não se reduz a ajudar os filhos a fazerem a lição em casa ou a prestarem atenção às videoaulas. Os pais, neste caso, devem ter no mínimo a autonomia e o conhecimento de um professor graduado para suprir a demanda de informações à criança. E obviamente a questão não se limita a isso.

De acordo com um estudo realizado pela Frontiers in Psychology com 1.143 pais de crianças espanholas e italianas (de 3 a 18 anos), o fechamento das escolas durante a pandemia alterou drasticamente a saúde das crianças, tanto os hábitos e comportamentos saudáveis promovidos pela educação convencional (em escola), como a alimentação e o sono equilibrado proporcionados por tal. Por consequência, segundo o estudo, a interação social limitada aumenta a solidão, que automaticamente está associada a problemas de saúde mental em crianças e adolescentes.

Ainda neste levantamento, 85,7% dos pais perceberam mudanças no estado emocional e nos comportamentos dos filhos. Os sintomas mais frequentes foram: dificuldade de concentração (76,6%); tédio (52%); irritabilidade (39%); inquietação (38,8%); nervosismo (38%); sentimentos de solidão (31,3%); inquietação (30,4%) e preocupações (30,1%). Por estarem em casa, as crianças acabaram por fazer menos atividades físicas, muito comum nas escolas.

Unicef é contra o homeschooling

A própria Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) já se mostrou contrária ao projeto de homeschooling. Entre os apontamentos da entidade, o destaque ficou para a “priorização ao direito de as crianças e adolescentes estarem na escola”.

Chefe de Educação do Unicef Brasil, Mônica Dias Pinto destacou que “a escola é fundamental para garantir o direito de crianças e adolescentes à aprendizagem de qualidade, à socialização e à pluralidade de ideias. Além disso, trata-se de um espaço essencial de proteção de meninas e meninos contra a violência”. A socialização reforçada pela executiva faz todo o sentido, uma vez que a escola é o ambiente que promove essa interação entre as crianças — ou seja, desperta tanto o aprendizado como a prática de conviver com a diversidade.

Diversidade, aliás, é o que dá o sentido para a convivência da criança com o mundo exterior. É exatamente compreendendo o diferente, tendo espaço para confrontar ideologias, opiniões e heterogeneidade que a criança cria o senso de solidariedade e respeito. Afinal, uma democracia é desenvolvida justamente a partir de encontros, respeito e convivência com pessoas diversas.

Homeschooling: não é para todos!

Apesar disso, há situações que realmente o estudo em casa é necessário. Como, por exemplo, crianças que residem em locais remotos ao sistema de educação. Em 2020, por exemplo, segundo a Agência Brasil, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes não tiveram acesso às aulas na pandemia. O motivo, nesse caso, foi a dificuldade em acessar à Internet e à tecnologia. Em casos como esse, o advento da tecnologia supriria a ausência das idas às escolas. No entanto, é preciso considerar que crianças neste perfil muito provavelmente não teriam a infraestrutura e suporte familiar para esta prática. Vale destacar que a maior parte desses jovens que não receberam suporte às aulas, residem nas regiões Norte e Nordeste, assim como em regiões rurais.

Uma alternativa, por exemplo, seria o ensino híbrido, que alia toda a bagagem dos educadores com a tecnologia — a favor do desempenho e aprendizado das crianças. O corpo docente administra conteúdos, atividades e estimulam as usuais pesquisas, enquanto que os alunos se aproveitam da tecnologia para incentivar o aprendizado. Vale lembrar que este modelo não dispensa o contato físico e o relacionamento das crianças, a fim de desenvolver valores éticos e morais. Isso vem de encontro ao que sempre menciono em meus artigos.

Portanto, ao invés do homeschooling, creio que uma solução híbrida — que absorva o melhor do ensino no meio digital, aliada à bagagem dos profissionais educadores — é o que pode direcionar e transformar os aprendizes de agora em grandes adultos num futuro próximo.

* Luiz Alexandre Castanha é administrador de Empresas com especialização em Gestão de Conhecimento e Storytelling aplicado à Educação.

Para mais informações sobre Homeschooling clique aqui...

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Conecte Comunicação



Acolhimento: um ato revolucionário de amor e empatia

Feche os olhos por um minuto e tente lembrar de um momento em que foi acolhida na infância ou adolescência.

Autor: Vanessa Nascimento

Acolhimento: um ato revolucionário de amor e empatia

A importância de diversificar as práticas esportivas nas escolas

Os impactos positivos das diversas práticas esportivas são inegáveis, especialmente quando se considera o contexto das instituições educacionais.

Autor: Kelly Soares Rosa

A importância de diversificar as práticas esportivas nas escolas

Afinal, vale a pena insistir no ensino da letra cursiva nas escolas?

Um assunto relevante para a educação está dividindo opiniões: o uso da letra cursiva nas escolas.

Autor: Liliani A. da Rosa

Afinal, vale a pena insistir no ensino da letra cursiva nas escolas?

Estudantes cativados, estudantes motivados

Contar com a participação da família nesse processo é fundamental para que a criança seja estimulada e reconhecida.

Autor: Cleonara Schultz Diemeier

Estudantes cativados, estudantes motivados

Quem faz pós graduação EaD pode estagiar?

A escolha pelo modelo híbrido de educação ganha força e esses alunos também podem pleitear as vagas.

Autor: Carlos Henrique Mencaci

Quem faz pós graduação EaD pode estagiar?

Livro ensina às crianças as verdadeiras cores da amizade

Obra infantil combina narrativa poderosa com ilustrações que ganham vida ao longo das páginas para incentivar a tolerância desde cedo.

Autor: Divulgação


A maldição da aula divertida

Nem tudo o que precisamos aprender para compreender o mundo é divertido ou pode ser aprendido em meio a jogos lúdicos ou brincadeiras dinâmicas.

Autor: Daniel Medeiros

A maldição da aula divertida

Era uma vez em uma escola na Suécia

O governo sueco resolveu dar uma guinada nas suas orientações escolares e agora estimula fortemente o uso de livros em vez de laptops.

Autor: Daniel Medeiros

Era uma vez em uma escola na Suécia

Pais de autistas pedem que ministro o Parecer do Autismo

Associações de pais de autistas de todo o Brasil estão empenhadas em ampliar os direitos educacionais dos filhos.

Autor: Divulgação

Pais de autistas pedem que ministro o Parecer do Autismo

Educação e cidadania: pilares para futuro sustentável

Investir nas pessoas no tempo presente é um princípio básico e pode ser uma das maneiras mais efetivas de garantir um futuro mais sustentável.

Autor: Antoninho Caron

Educação e cidadania: pilares para futuro sustentável

10 motivos para falar de IA com crianças e adolescentes

Para os especialistas, a ferramenta já é considerada uma nova forma de alfabetização.

Autor: Divulgação

10 motivos para falar de IA com crianças e adolescentes

Participação e inclusão escolar: como fazer?

O princípio da gestão democrática da educação, previsto no artigo 206 da Constituição de 88, é também uma luta histórica dos movimentos a favor dos direitos das pessoas com deficiência. 

Autor: Lucelmo Lacerda e Flávia Marçal

Participação e inclusão escolar: como fazer?