Desde que aconteceu a tragédia do terremoto no Haiti, muitas famílias se desfizeram: pais perderam  seus filhos, crianças perderam seus pais... São muitos os mortos e os desaparecidos. E além das entidades internacionais e ONG's, percebemos o interesse de inúmeras pessoas, no mundo todo, em cuidar destes órfãos, confortando-os. Muitos chegam a se prontificar, inclusive, a adotá-los.

"> E de repente, o mundo quer adotar as crianças haitianas | O Debate
Portal O Debate
Grupo WhatsApp

E de repente, o mundo quer adotar as crianças haitianas

E de repente, o mundo quer adotar as crianças haitianas

14/02/2010 Luciana Leis

Desde que aconteceu a tragédia do terremoto no Haiti, muitas famílias se desfizeram: pais perderam  seus filhos, crianças perderam seus pais... São muitos os mortos e os desaparecidos. E além das entidades internacionais e ONG's, percebemos o interesse de inúmeras pessoas, no mundo todo, em cuidar destes órfãos, confortando-os. Muitos chegam a se prontificar, inclusive, a adotá-los.

A embaixada do Haiti no Brasil vem recebendo centenas de pedidos de adoção, desde o terremoto. Franceses, israelenses, americanos e argentinos também já expressaram o mesmo desejo que os brasileiros. O drama desta população faz com que diversos sentimentos aflorem: pena, tristeza, injustiça e, principalmente, vontade de ajudar.

Porém, quando falamos em adotar uma criança, não estamos falando de um gesto de caridade, e, sim, da constituição de uma família, onde é primordial que essa criança possa ter, acima de tudo, "um lugar de filho", junto aos pais. Devido ao grande volume de solicitações de adoção de crianças haitianas, penso que possa estar havendo uma confusão na cabeça destes "candidatos a pais".

É preciso deixar claro que adoção não é um ato de caridade. Podemos ajudar o povo haitiano de diversas formas: enviando alimentos e dinheiro, prestando serviços voluntários... Não adotando. A adoção é algo muito mais sério e precisa ser bem trabalhada no psiquismo dos futuros pais.

O próprio Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta que órfãos e crianças abandonadas no Haiti, após o terremoto devastador, devem ser adotados no exterior, apenas como último recurso. O objetivo deste comunicado é preservar a saúde mental destas crianças. É muito mais vantajoso para elas encontrar seus familiares (irmãos, tios, avós) do que saírem de seu país de origem para viverem junto a pessoas estranhas.

E sem menosprezar o sofrimento haitiano, é bom lembrar também o fato de termos, em nosso País, um grande  número de crianças negras pedindo um lar. E que, justamente pelo fato de serem negras, não conseguem ser adotadas, já que é sabido que a maioria dos casais em fila de adoção prefere crianças brancas.

A impressão que nos dá é a de que por trás deste gesto, pode até mesmo existir um certo ganho de destaque social: " Este é meu filho, adotei-o durante o terremoto que devastou o Haiti"... A pergunta que fica é se realmente lserá dado o posto de filho a esta criança.

Precisamos ser cautelosos diante de dramas tão comoventes como este. Uma adoção nestes termos, só seria válida, se esse evento tivesse mobilizado, de fato, o real desejo de adotar uma criança. Não é preciso ir ao Haiti, nem a países africanos, como fazem as celebridades, para encontrar crianças em situação de desamparo emocional, que aguardam ansiosamente por pais que as amem.

* Luciana Leis é psicóloga e especialista no tratamento de casais com problemas de fertilidade.

Fonte: MW Consultoria de Comunicação



O fim da reeleição de governantes

Está tramitando pelo Congresso Nacional mais um projeto que revoga a reeleição de Presidente da República, Governador de Estado e Prefeito Municipal.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


PEC das drogas

O que esperar com a sua aprovação?

Autor: Marcelo Aith


PEC do Quinquênio simboliza a metástase dos privilégios no Brasil

Aprovar a PEC significará premiar, sem justificativa plausível, uma determinada categoria.

Autor: Samuel Hanan


O jovem e o voto

Encerrou-se no dia 8 de maio o prazo para que jovens de 16 e 17 anos pudessem se habilitar como eleitores para as eleições municipais deste ano.

Autor: Daniel Medeiros


Um mundo fragmentado

Em fevereiro deste ano completaram-se dois anos desde a invasão russa à Ucrânia.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Leitores em extinção

Ontem, finalmente, tive um dia inteiro de atendimento on-line, na minha casa.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Solidariedade: a Luz de uma tragédia

Todos nós, ou melhor dizendo, a grande maioria de nós, está muito sensibilizado com o que está sendo vivido pela população do Rio Grande do Sul.

Autor: Renata Nascimento


Os fios da liberdade e o resistir da vida

A inferioridade do racismo é observada até nos comentários sobre os cabelos.

Autor: Livia Marques


Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros