Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Os erros e acertos das companhias aéreas brasileiras

Os erros e acertos das companhias aéreas brasileiras

19/07/2010 Marcos Morita

A companhia aérea TAM foi multada em quase dois milhões de reais por descumprir regras de atendimento dos call centers, conforme decreto n° 6.253 do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor. Talvez a aplicação da pena em si não surpreenda o leitor, acostumado ao desrespeito e demora das empresas em se adequarem às novas regras.

Chama a atenção estar envolvida uma companhia que já foi sinônimo de inovações em serviços. Há pouco mais de uma década, seu fundador e também piloto era manchete por oferecer café da manhã, jornais do dia e música ao vivo nas salas de embarque, locais nos quais era visto com frequência em dias de grande movimento. Congonhas naquele tempo era ainda um tosco e apertado aeroporto.

Ironia do destino, a precariedade das instalações foi responsável pelo tapete vermelho, um dos símbolos da companhia. Estendido na escada da aeronave era sinal de mesura e respeito ao cliente, complementado por uma cordial saudação do piloto ao pé da escada. Serviço de bordo diferenciado e sorteios de brindes tornavam menos árida à jornada dos executivos, principal público da empresa.

O novo modelo de negócios introduzido pela empresa Gol Linhas Aéreas - low cost, low fare - compras de bilhetes e check-in via web, barrinhas de cereais, padronização nas aeronaves e uniformes, tinham como objetivos diminuir os custos operacionais e aumentar o tempo em vôo, possibilitando a redução nos preços para o consumidor. A meta era atingir o maior número de passageiros.

Apesar de opostas, as empresas se utilizaram com maestria das estratégias genéricas de Michael Porter. O guru apregoa que uma companhia deve escolher uma das combinações - custo, diferenciação, mercado amplo ou nicho - para competir. A TAM tinha como estratégia diferenciação e nicho, enquanto a GOL custo e mercado amplo.

Não é meu objetivo analisar a mudança na estratégia da TAM - acirramento da concorrência, crise econômica mundial, economias de escala e consolidação mundial do modelo low cost, low fare - mas sim os riscos inerentes em não manter o foco. Perda da identidade, deserção de clientes e desgaste da imagem são apenas algumas das consequências.

Quantos estabelecimentos diferenciados e fantásticos perdem o brilho quando mudam de mãos, resolvem crescer, abrem filiais ou profissionalizam a gestão com o objetivo de aumentar os lucros. Criados com o propósito de atender nichos de maneira personalizada, se afastam de seu foco inicial, padronizando serviços, produtos e atendimento. O oposto também pode ocorrer. Operações enxutas e de baixo custo, seduzidas pelo crescimento, começam a agregar custos desnecessários aos clientes.

Empreendedores costumam sofrer nesta fase de transição. Quando consultado, sugeria sempre uma volta às origens, refletindo sobre as questões:

- Quais motivadores o levaram a abrir a empresa?

- Que necessidades de mercado foram atendidas?

- Quais eram seus diferenciais?

- Quais seriam as conseqüências de uma mudança de foco, sobre as perguntas anteriores?

Não há resposta certa. Continuar pequeno ou crescer, atender um ou vários mercados são estratégias possíveis. O importante é que o nível de atendimento prestado e as ofertas de produtos e serviços existentes sejam consistentes com a estratégia genérica adotada. Estender o tapete vermelho para o cliente e deixá-lo pendurado na linha pode deixá-lo confuso e perplexo.

* Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais

Fonte: Informamídia



PEC das drogas

O que esperar com a sua aprovação?

Autor: Marcelo Aith


PEC do Quinquênio simboliza a metástase dos privilégios no Brasil

Aprovar a PEC significará premiar, sem justificativa plausível, uma determinada categoria.

Autor: Samuel Hanan


O jovem e o voto

Encerrou-se no dia 8 de maio o prazo para que jovens de 16 e 17 anos pudessem se habilitar como eleitores para as eleições municipais deste ano.

Autor: Daniel Medeiros


Um mundo fragmentado

Em fevereiro deste ano completaram-se dois anos desde a invasão russa à Ucrânia.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Leitores em extinção

Ontem, finalmente, tive um dia inteiro de atendimento on-line, na minha casa.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Solidariedade: a Luz de uma tragédia

Todos nós, ou melhor dizendo, a grande maioria de nós, está muito sensibilizado com o que está sendo vivido pela população do Rio Grande do Sul.

Autor: Renata Nascimento


Os fios da liberdade e o resistir da vida

A inferioridade do racismo é observada até nos comentários sobre os cabelos.

Autor: Livia Marques


Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky