Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Desvendando o mercado de carbono

Desvendando o mercado de carbono

11/01/2024 Marcelo Sarkis

Estratégias e potenciais para reduzir os impactos das mudanças climáticas.

Desvendando o mercado de carbono

No Brasil, especialmente com a iminente sanção presidencial ao aguardado Projeto de Lei nº 412/2022, de relatoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), o atual momento do mercado de carbono evidencia um período de profunda transformação. O PL tem o objetivo de estabelecer um limite para as emissões de dióxido de carbono (CO2) lançados na atmosfera pelas empresas e, ao obter a aprovação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), o país se projeta à vanguarda da regulamentação ambiental, procurando não apenas mitigar as emissões, mas também encontrar oportunidades econômicas substanciais. 

A exclusão do agronegócio, embora sensível, revela a complexidade inerente à abordagem das emissões em setores diversos. O mercado de carbono emerge como uma ferramenta de alto potencial, que, quando empregado de maneira responsável e transparente, pode desempenhar um papel importante na construção de um futuro mais sustentável e resiliente. Este novo cenário não só consolida o compromisso ambiental do País, mas também traça um horizonte em que desenvolvimento econômico e preservação ambiental se torna não apenas viável, mas sobretudo imperativa.

Porém, para entender a discussão em torno do tema, é preciso primeiro saber o que é e qual o objetivo do mercado de carbono. Definido como um mecanismo que procura compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), ele estabelece um sistema em torno da compra e venda de créditos de carbono, sendo que um crédito equivale a uma tonelada de gás. As empresas que conseguirem reduzir emissões abaixo do valor permitido, poderão vender os créditos excedentes para organizações ou governos que necessitam atingir metas de redução de GEE.

Participar deste processo requer, inicialmente, o cálculo da pegada de carbono. A partir desse estágio, estratégias são traçadas, resultando em créditos para comercialização. Para exemplificar, imagine uma empresa que apurou seu inventário de lançamento de gases de efeito estufa e estabeleceu, a partir daí, quais são as metas de redução. O ideal é que, primeiramente, foque em como aprimorar processos e tecnologias para atingir tal objetivo. Se não for suficiente, ela pode optar pela compra de créditos de carbono em valor equivalente às emissões para atender a meta.

As iniciativas para reduzir ou capturar podem vir por meio de projetos de energias renováveis, eficiência energética, reflorestamento ou até processos mais avançados de captura de carbono do próprio ar. Contudo, um ponto importante para observar e dar segurança para essas operações é que projetos geradores de créditos devem passar por um processo de diligência robusta de verificação, algo como um carimbo ou um certificado de qualidade dado por entidades independentes e reconhecidas pelo mercado, garantindo assim a veracidade da mensuração dos gases.

A transação de compra e venda se dará por meio de um processo similar a compra e venda de uma commodity no mercado financeiro. E é claro, como qualquer ativo financeiro, a relação oferta e demanda afeta o preço do crédito de carbono. O que já acontece na prática é que algumas empresas estão se antecipando e atuando de forma voluntária. Nesse caso, a empresa, pessoa ou governo faz a compensação espontaneamente, adquirindo créditos e direcionando recursos financeiros para o tema, incentivando e fomentando, em contrapartida, projetos com impacto positivo. Já no mercado regulado, em que a PL atuará, as empresas são obrigadas a adquirir os créditos se ultrapassarem alguns valores de emissões definidos pelo regulador.

O mercado de carbono no Brasil, portanto, está passando por transformações significativas  impulsionadas pelo avanço do PL em questão. Aprovado pelo Senado Federal em outubro deste ano, representa um marco na jornada do país em direção a práticas mais sustentáveis. Mesmo com o agronegócio excluído da proposta, o senado aprovou a matéria após acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária, que introduziu emendas ao texto que estabeleceram que a produção agropecuária não será regulada pelo SBCE e que as emissões indiretas provenientes da produção de insumos do setor estão fora do escopo de regulamentação devido à falta de parâmetros técnicos confiáveis para dimensioná-las. Para cumprir a legislação, ou as companhias reduzem os lançamentos ou adquirem créditos de carbono. É um novo mercado, com alto potencial, que está se apresentando. 

* Marcelo Sarkis é Superintendente de Riscos (Crédito, Mercado, Liquidez, Socioambiental, Integrado e Capital) do Banco BV.

Para mais informações sobre mercado de carbono clique aqui...

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: Nova PR



Rio Grande do Sul: a reconstrução passa pela recuperação de 1,16 milhão de hectares de vegetação nativa

A nova realidade criada pela tragédia exige igualmente novas respostas da gestão pública, incluindo um olhar prioritário para a questão ambiental.

Autor: Divulgação

Rio Grande do Sul: a reconstrução passa pela recuperação de 1,16 milhão de hectares de vegetação nativa

Investir em saneamento traz retorno para a saúde

A aprovação do Novo Marco Legal do Saneamento, em julho de 2020, trouxe novas e importantes perspectivas para o avanço da infraestrutura do setor.

Autor: Elzio Mistrelo

Investir em saneamento traz retorno para a saúde

Descoberta de Luzia, um dos esqueletos mais antigos das Américas, completa 50 anos

Arqueólogos encontraram os primeiros ossos em 1974, na área do Monumento Estadual Lapa Vermelha, em Pedro Leopoldo

Autor: Divulgação

Descoberta de Luzia, um dos esqueletos mais antigos das Américas, completa 50 anos

Governo de Minas e Ibama reabilitam onça parda atropelada e a devolvem à natureza

Animal havia sido atingido em rodovia, próximo a Campos Altos, e foi submetido a cirurgia; espécie é a segunda maior espécie de felino das Américas e está ameaçada de extinção.

Autor: Divulgação

Governo de Minas e Ibama reabilitam onça parda atropelada e a devolvem à natureza

Qual produto é mais recomendado para manutenção de fossa séptica?

A manutenção ideal de uma fossa séptica é crucial para manter um sistema de saneamento confiável e saudável.

Autor: Divulgação


A revolução das soluções baseadas na natureza

De acordo com um estudo liderado pela UFRJ, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor entre 2000 e 2018 no Brasil.

Autor: Danilo Roberti Alves de Almeida

A revolução das soluções baseadas na natureza

Municípios têm oportunidades com o saneamento

O saneamento básico galgou um novo patamar no interesse de investidores e especialistas.

Autor: Maurício Vizeu de Castro

Municípios têm oportunidades com o saneamento

As bactérias do bem que salvam as águas

Pode soar surpreendente, mas são os microrganismos os agentes mais capacitados para tratar da água de forma natural.

Autor: Monique Zorzim

As bactérias do bem que salvam as águas

Cuidar da água para não faltar

“O Brasil, que se ergueu à beira do mar e em volta dos rios, também escreveu histórias de sede, de muita sede”, já apontava Graciliano Ramos, em 1938, na sua obra “Vidas Secas”.

Autor: Luiz Pladevall

Cuidar da água para não faltar

Dia das Florestas: vale a pena derrubar árvores?

Era de amor a relação dos indígenas com a mata, principalmente antes da invasão portuguesa.

Autor: Víktor Waewell

Dia das Florestas: vale a pena derrubar árvores?

Shopping distribui adubo oriundo da compostagem dos resíduos orgânicos

O adubo é utilizado no paisagismo do próprio shopping, doado para os colaboradores e agora está indo para a casa dos frequentadores.

Autor: Divulgação

Shopping distribui adubo oriundo da compostagem dos resíduos orgânicos

Cada passo importa para um futuro sustentável

O ano de 2023 foi confirmado como o mais quente da história, de acordo com o observatório Copernicus Climate Change Service, da União Europeia.

Autor: Artur Grynbaum

Cada passo importa para um futuro sustentável