Dados do câncer de próstata servem de alerta para os homens
Dados do câncer de próstata servem de alerta para os homens
O preconceito e o descaso com a saúde transformaram o câncer de próstata num perigo enorme para os homens.
Os números da doença no Brasil são simplesmente alarmantes, o que justificam cada vez mais as ações que servem de combate à enfermidade. Dados do Ministério da Saúde colocam os óbitos provocados pelo câncer de próstata em segundo lugar no ranking dos que mais atingem o sexo masculino, atrás apenas do câncer de pulmão.
O Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca), associado aos dados do Ministério da Saúde, mostram que a mortalidade vem se expandindo nos últimos anos. Em 2020, houve 15.841 mortes de homens por câncer de próstata. Já em 2021, foram 16.055 mil óbitos, ao passo que em 2022, até o mês de outubro, o índice de 2020 já havia sido alcançado. Isto sugere que as próximas semanas tendem a ser angustiantes para muitas famílias onde o câncer de próstata tem sido uma tormenta.
A solução mais óbvia é aquela que serve para a grande maioria das doenças: a prevenção. De forma prática, isto significa fazer o diagnóstico precoce, que é realizado ou por um exame de sangue chamado PSA ou pelo toque retal, quando o médico tem contato diretamente com a próstata através do tato. E isso se tornou um problema no imaginário masculino, que acaba promovendo uma cultura machista em lugar do cuidado com uma doença que pode ser fatal.
E há um detalhe adicional: apenas 20% dos exames são diagnosticados efetivamente pelo toque. Mas é essa pequena parcela que inibe muitos homens de irem ao consultório médico. A consequência disso é que cerca de 95% dos tumores iniciados na próstata muitas vezes já estão em estágio avançado ou então já invadiram outros órgãos, tornando o tratamento bem mais difícil e a probabilidade de morte maior.
Daí a importância do Novembro Azul. Este é um mês que busca alertar os homens e também as mulheres que têm companheiros, filhos ou outra relação familiar com adultos que precisam recorrer ao exame. A indicação é para que o exame seja realizado no máximo a partir dos 45 anos para quem tem histórico de câncer de próstata na família, ainda que não apresente sintomas. Já para quem não tem esse histórico, é muito importante que o exame seja feito até os 50 anos de idade.
Nas campanhas para a prevenção de outras doenças, o trabalho costuma ser de conscientização, de apresentação dos sintomas aparentemente desconhecidos para que as pessoas busquem ficar atentas e se cuidar. Mas quando se fala no câncer de próstata, os esforços são no sentido de convencer os homens de que o exame retal é um problema muito menor do que as consequências da doença. Isso envolve um trabalho de convencimento que ainda demanda tempo, dinheiro e muitas perdas de vidas que poderiam ter sido evitadas.
* Rodrigo Felipe, empresário e presidente do Grupo First, responsável pela You Saúde.
Fonte: Naves Coelho Comunicação