Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Gilmar, o libertador. E os outros?

Gilmar, o libertador. E os outros?

11/06/2018 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

O ministro Gilmar Mendes, do STF, libertou nas últimas semanas, 20 envolvidos na Operação Lava Jato.

O juiz federal Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, em ofício, afirmou ter seguido o rigor do ordenamento jurídico na decretação das prisões, e observou que a corrupção não pode ser vista como um crime menor.

O viés libertador de Mendes é conhecido (e criticado) há anos e ultimamente tem provocado a sua execração nas redes sociais, além de manifestações públicas de hostilidade. Ele já soltou o médico Roger Abdelmassih, o megaempresário Eike Batista e outras figuras notórias.

A análise desapaixonada de sua atuação conduz, no entanto, à reflexão de que, embora tenha assinado os alvarás, não é o único responsável. Há que se verificar quais as motivações e enquadramentos legais na revogação das prisões de tantos réus.

Se, por exemplo, o encarceramento foi resultado de excesso de rigor ou, ainda, se ouvidas as testemunhas e coletadas as provas, ainda permanecem (ou não) os riscos de obstrução à justiça e problemas à tramitação processual.

Lembrar que, se não tivessem embasamento, as solturas determinadas pelo ministro certamente teriam provocado reações do Ministério Público, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e até dos demais integrantes da corte, que não se manifestaram. A justiça brasileira é composta por quatro instâncias.

A primeira ou local, que emite as sentenças, a regional (ou segunda) e a terceira, representada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e referendada pelo STF, que analisam os recursos. A reforma da decisão do juiz original é corriqueira e faz parte da segurança jurídica. Pode ocorrer a qualquer instante.

Logo, é habitual um desembargador ou ministro relaxar prisões e modificar sentenças. E se os seus pares, do mesmo nível, não se manifestam em contrário, a ideia é que concordam ou pelo menos esperam para opinar quando o tema for submetido ao colegiado. Se fossem disparates, por certo, se apressariam em reparar o erro. Aliviar ou agravar as sentenças é um direito dos juízes recursais (desembargadores e ministros).

O silêncio dos demais 10 ministros leva ao raciocínio de que Gilmar Mendes deve pelo menos ter agido dentro da lei e que os beneficiários de suas decisões talvez estivessem presos sem razão ou depois dela não mais existir. O país carece de muitas reformas e definições.

Como parte do conjunto da sociedade, a Justiça precisa de aperfeiçoamentos. Diferente dos outros dois poderes da República – Executivo e Legislativo – que, integrados por eleitos, são sujeitos ao humor público, o Judiciário não pode e nem deve ser movido por clamor ou repercussões.

Sua solidez tem de ser lastreada no ordenamento jurídico e na independência dos julgadores. O juiz – independente de sua instância – precisa ter garantida a liberdade de decisão e observar o respeito às leis. Se isso não ocorrer, o colegiado tem o dever de se manifestar e corrigir...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Fonte: Dirceu Cardoso Gonçalves



Trabalhador pode se opor a pagar contribuições assistenciais feita ao sindicato

“A manifestação coletiva, em assembleia, é a forma e o momento mais adequados para se exprimir a vontade dos empregados”.

Autor: Divulgação


Correção de rumos no STF: pejotização é fraude trabalhista

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem recebido nos últimos meses uma quantidade expressiva de reclamações constitucionais para cassar decisões da Justiça do Trabalho relativas a contratos fraudulentos de prestação de serviços.

Autor: Cíntia Fernandes


Novas regras para notificação de inadimplência e exclusão de planos de saúde

O próximo dia 1º de setembro será marcado por uma importante mudança na relação entre consumidores e operadoras de planos de saúde.

Autor: Natália Soriani


O cancelamento unilateral dos planos de saúde é legalmente possível?

Apesar de possível, Jurista do CEUB considera a rescisão unilateral e sem motivo como abusiva, já que configura a potencial violação do princípio constitucional de proteção à vida.

Autor: Divulgação


O embate Twitter Files Brasil: que legado queremos deixar?

Elon Musk está usando sua plataforma X (ex-Twitter) para um duelo digital com o presidente do STF, Alexandre de Moraes.

Autor: Patrícia Peck


Justiça e inclusão: as leis para pessoas com TEA

Por muito tempo, os comportamentos típicos de crianças que tinham Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram tratados como “frescura”, “pirraça” ou “falta de surra”.

Autor: Matheus Bessa e Priscila Perdigão


Você conhece a origem dos seus direitos?

Advogado e professor Marco Túlio Elias Alves resgata a história do Direito no Brasil e no mundo em livro que democratiza os saberes jurídicos.

Autor: Divulgação


Os planos de saúde e os obstáculos ao bem-estar dos pacientes

No contexto do direito à saúde no Brasil, os planos de saúde privados são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece normas e diretrizes para garantir a cobertura assistencial aos consumidores.

Autor: Natália Soriani


R$ 200 mil não apaga a dor, mas paga a conta

Um caso de erro médico do interior de São Paulo chamou atenção de todo Brasil por conta de dois fatores.

Autor: Thayan Fernando Ferreira


Precisamos mesmo de tantas leis?

O Direito surgiu como uma forma de organizar melhor as sociedades, uma vez que já havia algumas tradições reproduzidas a partir de exemplos ou de determinações orais que alguns grupos, especialmente os familiares, seguiam.

Autor: Marco Túlio Elias Alves


Proibição do chatbot na campanha eleitoral afeta políticos com menos recursos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou normas relacionadas ao uso da inteligência artificial nas campanhas para as eleições municipais de 2024. A alteração é vista como pequena e mal discutida por especialistas da área.

Autor: Divulgação


Digitalização da saúde e os desafios na relação plano e consumidor

A digitalização da saúde, que compreende o uso de recursos tecnológicos e de Tecnologia da Informação (TI) para fins médicos, é um fenômeno que a cada ano se consolida e expande em todo o país.

Autor: Natália Soriani