Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Lei de Cotas, 28 anos contribuindo para transformar vidas

Lei de Cotas, 28 anos contribuindo para transformar vidas

29/07/2019 Carolina Ignarra

Mais de 24% dos brasileiros (45 milhões de pessoas) possuem algum tipo de deficiência.

A Lei de Cotas, definida no artigo 93 da Lei Federal nº 8.213/1991, acaba de completar 28 anos e trata da obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência ou reabilitadas em empresas com 100 ou mais empregados, sendo: até 200 empregados, cota de 2%; de 201 a 500 empregados, cota de 3%; de 501 a 1000 empregados, cota de 4% e de 1001 em diante empregados, cota de 5%. Descumprir a lei implica em multas para a empresa.

De acordo com dados do IBGE, mais de 24% dos brasileiros (45 milhões de pessoas) possuem algum tipo de deficiência.

Desse total, 9 milhões de pessoas com deficiência estão em idade para trabalhar, de acordo com estimativa da fiscalização da lei de cotas.

Porém, segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2017, aproximadamente 360 mil estão empregadas pela Lei de Cotas.

Apesar da exigência da lei, somente 48% do total das vagas reservadas para Pessoas com Deficiência estão ocupadas. São Paulo é o estado que mais tem empregados com deficiência, são 140 mil ao todo.

Porém, o fortalecimento da Lei de Cotas vem abrindo caminhos para outros temas da diversidade e outros marcadores sociais: raça, LGBT, gênero, e tantos outros.

O fato é que as empresas ainda priorizam atender à lei, o que faz com que a inclusão dos grupos minorizados no mercado de trabalho ainda ocorra por imposição ao invés de ocorrer de forma natural para simplesmente mudar a realidade de séculos de exclusão.

A lei existe por motivos sociais importantes. A pessoa com deficiência, por exemplo, já nasce excluída. Vezes por falta de informação e incentivo da família ao tentar superprotegê-la, pela saúde pública precária para manter a qualidade de vida e ainda pela falta de estrutura e preparo nas escolas para recebê-las.

Com um início de vida tão complicado e fadado à exclusão, como essa pessoa consegue chegar no mercado de trabalho? Com que preparo e com quais incentivos?

Por isso, a Lei de Cotas ainda é necessária e sua fiscalização é fundamental para garantir que as empresas não escolham contratar as pessoas com deficiência que parecem precisar de menos adequações – de preferência aquelas imperceptíveis. A fiscalização é uma forte aliada para combater a exclusão por falta de investimento em cultura de inclusão. Promover essa cultura é a grande força da lei.

Deficiência não é o antônimo de eficiência. Nunca será. Por isso, um profissional precisa ser avaliado por suas habilidades e nunca por suas deficiências.

Cada vez mais as empresas estão se abrindo para esse tema e entendendo que é preciso olhar para a deficiência como mais uma das características desses profissionais, além do seu talento. Dar oportunidade para transformar suas realidades. O cumprimento da cota será uma consequência.

Somente assim é possível reconhecer e colher os bons frutos da inclusão que transforma o ambiente corporativo em um cenário propício para a inovação.

A diversidade é um dos fatores estratégicos que vai garantir a existência das empresas. É preciso desde já trabalhar para que ela ocorra sem a exigência da lei, para promover e querer transformar a sociedade de fato.

É ir além do que seu consumidor espera. É se tornar, cada vez mais, uma empresa inclusiva, humanizada e inovadora.

* Carolina Ignarra é sócia e fundadora da Talento Incluir, formada em educação física, pós-graduada em dinâmicas dos grupos e especialista em neuroaprendizagem.

Fonte: PitchCom Comunicação



O embate Twitter Files Brasil: que legado queremos deixar?

Elon Musk está usando sua plataforma X (ex-Twitter) para um duelo digital com o presidente do STF, Alexandre de Moraes.

Autor: Patrícia Peck


Justiça e inclusão: as leis para pessoas com TEA

Por muito tempo, os comportamentos típicos de crianças que tinham Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram tratados como “frescura”, “pirraça” ou “falta de surra”.

Autor: Matheus Bessa e Priscila Perdigão


Você conhece a origem dos seus direitos?

Advogado e professor Marco Túlio Elias Alves resgata a história do Direito no Brasil e no mundo em livro que democratiza os saberes jurídicos.

Autor: Divulgação


Os planos de saúde e os obstáculos ao bem-estar dos pacientes

No contexto do direito à saúde no Brasil, os planos de saúde privados são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece normas e diretrizes para garantir a cobertura assistencial aos consumidores.

Autor: Natália Soriani


R$ 200 mil não apaga a dor, mas paga a conta

Um caso de erro médico do interior de São Paulo chamou atenção de todo Brasil por conta de dois fatores.

Autor: Thayan Fernando Ferreira


Precisamos mesmo de tantas leis?

O Direito surgiu como uma forma de organizar melhor as sociedades, uma vez que já havia algumas tradições reproduzidas a partir de exemplos ou de determinações orais que alguns grupos, especialmente os familiares, seguiam.

Autor: Marco Túlio Elias Alves


Proibição do chatbot na campanha eleitoral afeta políticos com menos recursos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou normas relacionadas ao uso da inteligência artificial nas campanhas para as eleições municipais de 2024. A alteração é vista como pequena e mal discutida por especialistas da área.

Autor: Divulgação


Digitalização da saúde e os desafios na relação plano e consumidor

A digitalização da saúde, que compreende o uso de recursos tecnológicos e de Tecnologia da Informação (TI) para fins médicos, é um fenômeno que a cada ano se consolida e expande em todo o país.

Autor: Natália Soriani


Os equívocos do caso Robinho

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no uso de competência constitucional e regimental, analisou e, por maioria de votos, homologou o pedido de execução da sentença penal condenatória proferida pela Justiça Italiana contra o ex-jogador Robinho.

Autor: Marcelo Aith


A nova lei de licitações: o que deve mudar daqui para frente?

O sucesso dessa legislação dependerá do compromisso de todas as partes envolvidas em trabalhar juntas.

Autor: Matheus Teodoro


Exclusão de dependentes maiores de 25 anos de planos de saúde

Os magistrados têm reconhecido a existência de uma expectativa de direito por parte dos consumidores.

Autor: José Santana Junior


TikTok e a multa milionária por captura ilegal de dados biométricos no Brasil

Por utilizar métodos que ferem a Lei Geral de Proteção de Dados e o Marco Civil da Internet, o TikTok, rede social famosa por vídeos de curta duração, foi multado em R$ 23 milhões pela Justiça.

Autor: Renato Falchet Guaracho