A fórmula da saúde não é só o IMC
A fórmula da saúde não é só o IMC
Será que existe de fato um caminho que permite levar à conclusão do que é um corpo saudável?
Essa dúvida costuma suscitar na comunidade médica com certa frequência, sobretudo porque hoje a principal referência é o Índice de Massa Corporal (IMC), que mede o nível de concentração de gordura no corpo. Claro, o índice é importante como ferramenta indicativa da obesidade, mas revela falhas que sugerem a necessidade de novas maneiras de avaliar a saúde de uma pessoa, especialmente o funcionamento cardíaco.
A fórmula do IMC é relativamente simples: ela consiste em dividir o peso do indivíduo por sua altura ao quadrado. O resultado obedece a convenções globais: um IMC menor que 18,5 indica um baixo peso; entre 18,5 e 24,9, o peso está na faixa do que se pode chamar de normal. Valores entre 25 e 29,9 sugerem a condição do sobrepeso, ao passo que um índice a partir de 30 é um sinal de alerta para a obesidade. Neste estágio, há novos parâmetros de peso, que vão da obesidade grau 1 até grau 3, também chamada de obesidade mórbida – quando o IMC se apresenta igual ou acima de 40.
A questão, porém, é que o IMC desconsidera algumas variáveis importantes, e que vêm se tornando alvo da Associação Médica Americana (AMA). Por exemplo, a indiferença em relação aos perfis pessoais. Notoriamente, aponta a AMA, as mulheres tendem a apresentar maior concentração de gordura do que os homens, e aquelas de cor branca possuem maior reserva de gordura em regiões do corpo que se diferem das pretas. Além disso, o biótipo de negros e asiáticos se difere dos indivíduos brancos, sobre quem se basearam as referências do IMC.
Na prática, isso pode oferecer incorretamente um eventual prognóstico de doença cardíaca ou de obesidade. Por isso, não apenas a AMA como também outras entidades compostas por especialistas em doenças relacionadas ao peso vêm chamando a atenção para a importância de outras análises clínicas que permitam chegar a uma conclusão mais tangível sobre a saúde corporal, superando as limitações do IMC.
Ao contrário deste, cuja técnica é puramente manual, há equipamentos que oferecem outras formas de medir o peso, como o adipômetro, que identifica a espessura da pele em diferentes localidades do corpo; a absortometria de raio-X, capaz de mensurar a densidade óssea, a massa e a gordura; e a bioimpedância, que calcula a quantidade de massa magra e de gordura presente na estrutura corporal.
Como a concentração de gordura não é uma consequência, mas uma das causas dos problemas cardiovasculares, é necessário atentar-se ainda a outros exames que possam apontar para riscos mais sérios. Por isso, é válido que principalmente as pessoas mais obesas recorram a exames como a angiotomografia, que identifica a presença de gordura e de cálcio nas veias. Também é importante expandir as análises para a cintilografia do miocárdio, a ressonância cardíaca e o teste ergométrico.
Com tantos exames mencionados em favor de uma visão mais amplificada sobre o coração, o acesso a essas técnicas pode parecer algo distante, mas elas fazem parte da cobertura de bons planos de saúde. Ainda assim, não basta. É preciso dispor de profissionais especializados, que já adotem a ideia de não restringir suas avaliações médicas única e exclusivamente pelo IMC. Buscar o máximo de recursos no plano para cuidar da saúde é apenas o primeiro passo. Assegurar-se de que os médicos conveniados são os melhores para alcançar um diagnóstico preciso é o segundo. Explorá-lo intensamente é o decisivo.
* Rodrigo Felipe, empresário e presidente do Grupo First, responsável pela You Saúde.
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Fonte: Naves Coelho Comunicação