Mais de 4 milhões de brasileiras entre 50 e 69 anos nunca realizaram uma mamografia
Mais de 4 milhões de brasileiras entre 50 e 69 anos nunca realizaram uma mamografia
Solução passa por persistir na prevenção e estímulo à realização do exame de imagem.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) trazem uma boa notícia: os índices de mortalidade por câncer de mama continuam caindo no Brasil. Apesar do levantamento divulgado indicar que em 2019 foram diagnosticados 60 mil novos casos , mantendo a média dos últimos anos - um volume alto, de acordo com especialistas -, a taxa de morte pela doença vem caindo continuamente no país.
Um outro estudo recente, também divulgado pela entidade, aponta que o Brasil está situado no segundo nível mais baixo de mortes causadas pelo câncer de mama, com uma taxa de 13 por 100 mil habitantes, ficando ao lado de países desenvolvidos como EUA, Canadá e Austrália, e melhor até mesmo do que alguns deles, como a França e o Reino Unido. A incidência, porém, persiste alta em comparação aos índices globais: são 62,9 casos por 100 mil mulheres, valor que representa, em contrapartida, a segunda faixa mais elevada entre as cinco existentes relativas à incidência de câncer de mama entre todas as nações.
A última Pesquisa Nacional de Saúde sobre o tema, de 2013, mostra que entre as brasileiras de 50 a 69 anos com instrução superior passa de 80% o percentual das que fizeram mamografia em um período de dois anos. Entre as mulheres sem instrução ou com nível fundamental incompleto, esse percentual cai para cerca de 50%, e chega a menos de 30% na Região Norte.
Essas desigualdades resultam em uma soma de quase 4 milhões de mulheres - 18,4% da população feminina entre 50 e 69 anos - que nunca realizou o exame. Comparativamente, o maior índice entre as grandes regiões fica novamente com o Norte (37,8%), contra 11,9% do Sudeste, que tem a menor taxa.
Outro levantamento, feito pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), revela que o número de mamografias feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), considerando o ano de 2017, foi o menor registrado em um período de cinco anos entre mulheres na faixa etária alvo. Os dados apontam que, entre os 11,5 milhões de exames na rede pública esperados, apenas 2,7 milhões foram realizados, o que representa 23% do total.
Fonte: DIGITAL TRIX