Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O que é TDAH e como diferenciar de impulsividade

O que é TDAH e como diferenciar de impulsividade

08/08/2019 Prof. Dr. Mario Louzã

Segundo dados da OMS, cerca de 4% da população adulta mundial têm o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.

Só no Brasil, o transtorno atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas adultas, afeta 6% das crianças e, no caso dos jovens, 69%.

Muitas dúvidas e até informações incorretas cercam o TDAH. O transtorno foi descrito pela primeira vez em crianças, na literatura médica, em 1902, por um pediatra inglês. Trata-se de uma doença que conhecemos há um século, mas até hoje há dificuldade em seu diagnóstico e tratamento.

Ao longo das últimas décadas, ela foi incluída na classificação internacional das doenças da Organização Mundial da Saúde e no manual de diagnóstico da associação psiquiátrica americana, ambos com critérios detalhados para considerar que alguém tenha o TDAH.

Embora as causas do TDAH sejam ainda desconhecidas, admite-se que resulta de uma alteração do neurodesenvolvimento.

Seu diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica bem minuciosa com um profissional médico habilitado para que não haja dúvidas sobre o diagnóstico.

Se não houver dúvidas, o tratamento do TDAH pode envolver abordagens psicológica, psicopedagógica e medicamentosa.

Na maioria dos casos, o tratamento do TDAH é feito com medicações, os psicoestimulantes, estimulantes do sistema nervoso central.

São medicamentos que foram criados em laboratórios por volta da década de 40 a 50, ou seja, eles têm, pelo menos, 60 anos de uso, o que nos proporciona uma boa experiência sobre estas medicações, seja reações e efeitos colaterais como também benefícios.

Isso significa que o tratamento medicamentoso é bastante seguro e, em geral, tem resultados bastante satisfatórios.

Saiba como diferenciar os sinais do TDAH de um quadro de impulsividade

O TDAH se manifesta na infância, e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM) lista dezoito sintomas que nos indicam o diagnóstico. Conheça alguns deles:

a. Frequentemente, não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades.

b. Frequentemente, tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas, como conversas ou leituras prolongadas.

c. Frequentemente, parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente, parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia.

d. Frequentemente, não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho. Costuma começar as tarefas, mas rapidamente perde o foco e o rumo.

e. Frequentemente, tem dificuldade para gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado; mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos.

f. Frequentemente, evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado, como trabalhos escolares ou lições de casa. Em caso de adolescentes mais velhos e adultos, a dificuldade está no preparo de relatórios, preenchimento de formulários ou revisão de trabalhos longos.

g. Frequentemente, perde coisas necessárias para tarefas ou atividades, como materiais escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos ou celular.

h. Com frequência, é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados).

i. Com frequência, é esquecido em relação a atividades cotidianas, como realizar tarefas e obrigações. No caso de adolescentes e adultos, o desafio está em retornar ligações, pagar contas ou manter horários agendados.

Já a impulsividade apresenta seis (ou mais) sintomas que persistem por, pelo menos, seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento, e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais.

Vale lembrar que, neste caso, os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafiador, hostil ou uma dificuldade para compreender tarefas ou instruções.

Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos nove sinais são apresentados:

a. Frequentemente, remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.

b. Frequentemente, levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado.

c. Frequentemente, corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (Em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude).

d. Com frequência, é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.

e. Com frequência, “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”. A pessoa não consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes ou reuniões.

f. Frequentemente, fala demais.

g. Frequentemente, deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída.

h. Frequentemente, tem dificuldade para esperar a sua vez.

i. Frequentemente, interrompe ou se intromete nas conversas, em jogos ou em atividades. A pessoa pode começar a usar as coisas de outras sem pedir ou receber permissão. Com adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão fazendo.

Estes sintomas devem estar presentes o tempo todo, em qualquer ambiente, e precisam causar algum tipo de prejuízo funcional à pessoa, como baixo rendimento escolar ou no trabalho.

Uma vez feito o diagnóstico na criança, o ideal é realizar um acompanhamento médico contínuo, que irá avaliar se o tratamento deve ser medicamentoso ou psicoterápico/psicopedagógico.

Conforme o paciente cresce, a tendência é de que o déficit de atenção, a hiperatividade e a impulsividade diminuam, chegando até a desaparecer na idade adulta, em cerca de metade das crianças.

É importante lembrar que o diagnóstico de TDAH, seja na criança, no adolescente ou adulto, deve ser feito com rigor, levando-se em consideração todos os critérios já estabelecidos pela Associação Americana de Psiquiatria e pela Organização Mundial de Saúde.

Este cuidado irá evitar generalizações indesejáveis e medicações desnecessárias, principalmente nas crianças.

Em muitos casos, os sintomas persistem na idade adulta, também levando a prejuízos funcionais vários. O reconhecimento de que o adulto pode ser portador de TDAH é relativamente recente.

Os critérios diagnósticos são similares aos da infância, e o tratamento envolve abordagens medicamentosas e psicoterápicas.

* Prof. Dr. Mario Louzã é médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Fonte: Flávia Vargas Ghiurghi



Dormir com as pernas elevadas pode prevenir varizes?

Uma pessoa que tem o hábito de ficar em pé ou sentada por longos períodos já pode ter se deparado com pés e tornozelos inchados ao final do dia.

Autor: Divulgação

Dormir com as pernas elevadas pode prevenir varizes?

Inverno acende alerta para cuidado com casos de bronquiolite em crianças

Principal risco está associado à maior circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR); conheça os principais sintomas e sinais de alerta da doença.

Autor: Divulgação

Inverno acende alerta para cuidado com casos de bronquiolite em crianças

Vida longa: estudo mostra segredo da longevidade no sangue de centenários

Identificar biomarcadores da longevidade é apenas o primeiro passo, é preciso, também, descobrir fatores que os influenciam.

Autor: Divulgação

Vida longa: estudo mostra segredo da longevidade no sangue de centenários

Sedentarismo: 5 dicas para ser mais ativo mesmo com uma rotina corrida

É preciso incluir as atividades físicas de uma forma natural no seu dia a dia para fugir do sedentarismo.

Autor: Divulgação

Sedentarismo: 5 dicas para ser mais ativo mesmo com uma rotina corrida

Solteiros têm mais chances de morrer do que casados

De acordo com o especialista em relacionamentos, Caio Bittencourt, estar em uma relação pode ajudar na manutenção da saúde de modo geral.

Autor: Divulgação

Solteiros têm mais chances de morrer do que casados

Varizes estouradas? E agora, o que fazer?

As veias das pernas têm a função de levar o sangue ao coração após irrigarem os membros inferiores.

Autor: Divulgação

Varizes estouradas? E agora, o que fazer?

Saiba quais são as alergias e doenças respiratórias mais comuns no inverno

A incidência de doenças respiratórias aumenta no inverno devido às baixas temperaturas, ambientes úmidos e poluição.

Autor: Divulgação

Saiba quais são as alergias e doenças respiratórias mais comuns no inverno

Por que o frio é um dos vilões para o cabelo?

A queda de cabelo costuma ser o terror de muita gente. E a chegada do frio torna esse pesadelo ainda mais intenso.

Autor: ‌Melina Oliveira

Por que o frio é um dos vilões para o cabelo?

A era da saúde digital chegou: seus conflitos éticos também

A chamada era digital já transformou toda a área da saúde. Saúde Digital

Autor: Thiago Rocha da Cunha 

A era da saúde digital chegou: seus conflitos éticos também

Queimadas, poluição e tempo seco: como fica a saúde respiratória e ocular?

Cerca de 25% apresentam a síndrome do olho seco nesta época do ano.

Autor: Divulgação

Queimadas, poluição e tempo seco: como fica a saúde respiratória e ocular?

Veranico com calor e poluição é risco para quem faz atividades ao ar livre

Professor de Medicina do Esporte dá dicas de como evitar problemas causados por essa combinação.

Autor: Divulgação

Veranico com calor e poluição é risco para quem faz atividades ao ar livre

O que comer para evitar resfriados e fortalecer o sistema imunológico?

Com a chegada do inverno no próximo dia 21, as temperaturas caem, a umidade aumenta e os vírus e bactérias se propagam com mais facilidade.

Autor: Divulgação

O que comer para evitar resfriados e fortalecer o sistema imunológico?