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Vamos em frente enquanto o metrô não vem

Vamos em frente enquanto o metrô não vem

12/11/2009 Fábio P. Doyle

Rotativos reduzem as pistas de rolamento de veículos; fiscais que deveriam controlar o trânsito e punir os infratores somem, nos horários de pico, especialmente nos fins de semana.

RETORNO hoje ao tema da semana passada, IPTU, Belo Horizonte e seus problemas. Pois percebi, pelo retorno obtido em e-mails, que o assunto interessa a muita gente. Como todos sabem, o aumento do IPTU foi aprovado na Câmara Municipal em primeira discussão. Agora, ao voltar para a segunda, carregado de emendas, dizem que não será tão tranquila a aprovação.

VAMOS esperar, na certeza, ou na expectativa, de que aquilo que for aprovado não afete demasiadamente o minguado orçamento dos que, embora moradores da região sul e arredores, não têm condições de arcar com um aumento tributário calculado entre 50 a 150 por cento.

AO aproveitar a boa acolhida do tema, entendemos que seria razoável abordar outros problemas que a população enfrenta no seu dia a dia. O do transporte, na frente.

Ja disse, dezenas de vezes, que a solução definitiva só será alcançada quando tivermos um bom sistema de metrô. O que funciona atualmente, de metrô mesmo, como é usado nos países mais desenvolvidos, e até mesmo em outros não tanto, tem muito pouco. Contamos apenas com uma linha de superfície, construída há muitos e muitos anos, com poucos carros em circulação, e com intervalos de frequência dilatados, incapazes, portanto, de atender a demanda.

SEM um bom sistema de metrô, sem a implantação de novas linhas - a Barreiro-Calafate permanece há décadas apenas na promessa - não conseguiremos botar ordem e harmonia no trânsito e no transporte coletivo.

COMO o metrô ainda vai demorar, ouso, como cidadão e como motorista, dar algumas sugestões, acredito de fácil execução, ao prefeito e à BHTrans. Ai vão elas, algumas até óbvias, mas que permanecem lamentavelmente na obviedade.

NÃO consigo entender porque tantos quarteirões de ruas de circulação intensa de carros, as chamadas "corredores", têm suas pistas de fluxo reduzidas pelos espaços reservados ao estacionamento rotativo. É evidente que a cobrança do rotativo propicia à Prefeitura uma renda inimaginável - aliás, seria interessante, em nome da transparência, que a administração da cidade e a já citada BHTrans, que dela faz parte, abrissem as contas do que é arrecadado e onde é empregada a arrecadação do rotativo. De qualquer maneira, prejudicar o fluxo viário da cidade com o comércio da cessão de vagas junto das calçadas, no dialeto carioca, ou dos passeios, dos meios-fios, na língua mineira, é prova de total falta de visão.

PEGUEM uma rua de ligação entre bairros, um corredor viário qualquer. Por exemplo, a Raja Gabaglia, a Prudente de Morais, a Professor Antonio Aleixo, ou a Espírito Santo, a Araguari, a Fernandes Tourinho, a Bahia, na zona sul. Das cinco pistas que deveriam ser destinadas ao trânsito, duas estão permanente ocupadas por carros particulares, que ali permanecem horas em troca de alguns reais recolhidos pela BHTrans, ou seja, pela PBH. O negócio é tão lucrativo, embora o prejuízo que causa à cidade, que novos quarteirões foram incorporados há dias ao sistema rotativo. Além de ocuparem duas das cinco faixas (em alguns quarteirões, duas das quatro faixas) que são destinadas à circulação de veículos, os rotativos criam transtornos também quando da movimentação dos veículos estacionados, na entrada ou na saída da vaga.

O PREFEITO, os diretores da BHTrans, os vereadores, que têm espírito público e vontade de acertar, deveriam meditar sobre o assunto.

OUTRO problema, se o espaço e a paciência dos que me leem permitirem abordar: por que os encarregados de fiscalizar e controlar o trânsito desaparecem dos pontos mais conflagrados exatamente nos horários de pico? Procurem um deles às 18 horas, quando quase todos os que trabalham voltam para casa. A ausência de fiscais naquele horário, especialmente nas sextas-feiras, dia de maior movimento, contribui para os engarrafamentos que todos enfrentamos em todas as regiões da cidade. É preciso que eles estejam lá, nas esquinas, de apito na boca, contendo os apressadinhos e os ônibus, impedindo-os de fechar os cruzamentos, de avançar os sinais, de estacionar em locais indevidos. Com o apito e o caderninho na mão, punindo os infratores, conseguiriam colocar ordem na balbúrdia dos fins de tarde e dos finais de semana.

ENFIM, como gosta de dizer o engenheiro e urbanista Gil César Moreira de Abreu, o prefeito que não chegamos a ter, construtor do Mineirão e eterno apaixonado por Belo Horizonte, "vamos em frente".

* Fábio P. Doyle, Jornalista e membro da Academia Mineira de Letras. Visite o Blog.

 



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