Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Bem-vindos à era “everything as a service”

Bem-vindos à era “everything as a service”

01/03/2023 Vinícius Carneiro

Está em curso uma mudança de comportamento que tem revolucionado a forma como as pessoas consomem bens e serviços e afeta o modus operandi das empresas.

A tendência “everything as a service” destaca uma nova forma de se relacionar com a prestação de serviços, na qual paga-se pelo o que foi consumido, sem a necessidade de adquirir algo físico.

Em outras palavras, é um modelo de negócio no qual o uso ou acesso às soluções norteia as relações comerciais e a posse não mais é desejável.

O acúmulo de bens materiais que demandam infraestrutura, despesas contínuas e cuidados de manutenção e preservação não representam mais o status de outrora e não são mais sinônimos de sucesso pessoal e profissional.

Os serviços sob demanda são uma tendência mundial consolidada e vão muito além dos streamings de entretenimento nas smart TVs e smartphones, ou na locação temporária de imóveis. Hoje, tudo pode ser convertido em serviço.

A tendência “tudo como serviço”, também conhecida de “everything as a service (XaaS)", tem por essência a oferta sob demanda que, por sua vez, está alinhada às tendências socioeconômicas de economia compartilhada e circular, preservação do meio ambiente e sustentabilidade, mobilidade urbana, otimização de processos produtivos, redução de despesas, menos acúmulo e, consequentemente, desperdício. Resumidamente, uma situação “ganha-ganha-ganha” para todos: consumidores, empresas e planeta.

O consumo as a service ganha espaço e preenche interesses deixados por um estilo de vida, hoje considerado ultrapassado. Vivemos um momento no qual as experiências de vida valem mais do que a posse.

Os serviços sob demanda representam considerável economia, já que dispensam a necessidade de aquisição de produtos e cuidados de manutenção.

Em termos emocionais, o “as a service” pode proporcionar maior satisfação e agilidade, já que disponibiliza o produto no momento em que a demanda é criada, além de menor frustração ao desestimular o hiperconsumo, frequentemente realizado por impulso. Fato é que investir em experiências e resultados parece mais prudente e satisfatório a médio prazo. 

As empresas são o segundo pilar do ganha-ganha-ganha da era denominada por alguns como economia da recorrência ou - por que não? - economia de requisição.

O XaaS permite otimizar processos ao organizar a cadeia produtiva, tornando a fabricação mais inteligente, ágil e barata.

A redução de custos é tangível: há empresas que conseguiram, por exemplo, economizar até 17% ao terceirizar suas frotas, uma vez que não precisam investir em logística e gastos administrativos, documentação, impostos e burocracias, nem em manutenção e depreciação veicular.

Ainda há o custo de oportunidade, visto que a empresa que não terceiriza a frota, opta por não investir o valor em ações mais estratégicas para a empresa.

Em outras palavras, é possível encurtar o caminho e dedicar o capital humano e financeiro da empresa ao que realmente importa: os resultados.

O planeta também agradece. Ao eliminar a compulsão irracional pela compra, a tendência as a service contribui para diminuir os impactos ao meio ambiente, recursos naturais e cenários urbanos. O hiperconsumo é fundamentado na obsolescência e exploração compulsória de recursos naturais.

Os serviços sob demanda vão de encontro a esse ciclo vicioso já que substituem a compra única e defendem a economia circular e a logística reversa, visto que ao final do período de contratação, o bem é devolvido. O que iguala em: menos descarte, menos resíduo e menos desperdício.

Atenta às tendências da mobilidade, o movimento dos cars as a service (CaaS) destina-se a quem pretende usar um automóvel sem se preocupar com as burocracias e os encargos associados à posse do carro.

Aproxima-se do conceito de subscrever um veículo, no qual o usuário fica apenas responsável pelo pagamento de um valor ou mensalidade, podendo liquidar o relacionamento com a empresa quando lhe convier. Manutenção, revisões técnicas, mudanças de pneus, seguros, impostos... Não são responsabilidade do condutor.

O fenômeno CaaS simboliza a tendência aqui debatida: novos hábitos de consumo que priorizam a experiência e uma sociedade que escolhe tecnologia e conectividade para simplificar processos antes burocráticos e complexos.

Embora ainda em fase de crescimento, a tendência XaaS poderá atingir a marca de US$ 344 bilhões em 2024, conforme estimativa publicada pela Revista Exame.

A avaliação do mercado de veículos é positiva, devendo ultrapassar US$ 30 bilhões até 2030, conforme estudo da Global Market Insights Inc.

Confirmo: testemunhamos uma economia orientada cada vez mais para serviços em todos os segmentos. É um movimento global que acirra as vantagens competitivas, estimula as empresas a gerarem mais valores, antecipando, assim, as necessidades dos clientes, e mais, explora possibilidades de reinventar produtos e serviços e desopilar o planeta.

* Vinícius Carneiro é gerente de marketing do V1.

Para mais informações sobre serviços clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Central Press



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento