Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O problema do carreirismo político

O problema do carreirismo político

30/07/2023 Ianker Zimmer

Em A Arte de Escrever, Arthur Schopenhauer aborda sua visão sobre vocação e distingue aqueles que seguem ciência ou arte por amor e prazer daqueles que o fazem por ganho financeiro.

Assim que li o texto, meu cérebro automaticamente substituiu “ciência ou uma arte” por “carreira política”, o que me levou a fazer buscas nos escritos de Max Weber (1864–1920).

Weber diz que somos todos políticos ocasionais. Quando tomamos lado, seja por meio de algum protesto ou aplauso a determinado agente político, ou até mesmo nas democracias modernas, mediante o voto, agimos de forma política. De um modo ou de outro, influímos na ocupação dos espaços de poder nas estruturas políticas.

Há também os “políticos profissionais”, que, conforme Weber, surgem com o Estado Moderno. O modelo observado por ele contrasta com o “político diletante”. O texto de Weber confronta o modelo de carreirismo político, característico no Brasil.

Não levo a ideia de diletantismo para a política ao extremo, a ponto de imaginar que políticos devam trabalhar de graça, apenas por “amor”. Isso é utopia.

Nas democracias modernas, políticos têm bons salários. Mas no Brasil, o carreirismo político tornou-se uma alternativa de sobrevivência – e esse problema dialoga com o conceito de político profissional de Weber.

Os adeptos a essa linha de vida geralmente não conseguem sucesso na iniciativa privada. Com isso, entram na política para sugar, não para somar. Surge assim um problema moral.

O político carreirista, como não tem outro modo de sobrevivência que não a própria política, “vende a alma ao demônio” para manter seu cargo ou mandato.

O Brasil precisa sair do terceiro-mundismo e avançar em seu sistema político. Nossa Constituição, por exemplo, foi construída ao molde parlamentarista. Parlamentarismo com voto distrital puro seria ideal.

A cobrança ao político eleito aumenta nesse sistema e isso causa desconforto ao político carreirista, aquele que não tem vocação política e pensa apenas na sobrevivência (ou até no enriquecimento).

Em seu livro “Cartas a um jovem político”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disserta sobre as motivações do indivíduo ingressar no meio político.

Segundo ele, a vocação é princípio fundante para isso. Ele adverte que se “não for possível guardar um certo idealismo, então para que entrar na política?”.

Sendo esta uma das atividades mais desmoralizadas do país, complementa, alguém precisa ocupar os espaços e a tarefa de governá-lo. Do contrário, sublinha – e com razão –, os medíocres ocuparão esses espaços.

Reafirmo que não é errado buscar uma carreira política, ou até mesmo (sobre) viver dela. O trabalhador é digno do salário.

A questão é a vocação. Ou seja, almejar uma carreira na política e um sustento precisa ser subsequente à vocação e ao idealismo.

* Ianker Zimmer é jornalista e autor do livro “A Mente Revolucionária” (Almedina Brasil).

Para mais informações sobre carreira política clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: LC Agência de Comunicação



Um mundo fragmentado

Em fevereiro deste ano completaram-se dois anos desde a invasão russa à Ucrânia.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Leitores em extinção

Ontem, finalmente, tive um dia inteiro de atendimento on-line, na minha casa.

Autor: Marco Antonio Spinelli


Solidariedade: a Luz de uma tragédia

Todos nós, ou melhor dizendo, a grande maioria de nós, está muito sensibilizado com o que está sendo vivido pela população do Rio Grande do Sul.

Autor: Renata Nascimento


Os fios da liberdade e o resistir da vida

A inferioridade do racismo é observada até nos comentários sobre os cabelos.

Autor: Livia Marques


Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.