Portal O Debate
Grupo WhatsApp

TCU é cabide de emprego de ex-políticos

TCU é cabide de emprego de ex-políticos

17/08/2011 Julio César Cardoso

A triste realidade do político brasileiro é o cabide de emprego. Uma vergonha que revolta qualquer contribuinte nacional. A maioria dos políticos se elege com objetivos solertes.

Como bem definiu Euclides da Cunha: ”o político tortuoso e solerte que ... faz da política um meio de existência e supre com esperteza criminosa a superioridade de pensar”: só querem tirar vantagem. E a comprovação está no rol de parlamentares ao final relacionados, onde vários políticos parecem urubus disputando a carniça de filé mignon. Os tribunais de contas deveriam ser exercidos exclusivamente por auditores concursados, em respeito ao princípio de moralidade pública. A nossa Constituição Federal foi elaborada com muitos privilégios políticos. Não foi uma Constituição democrática de consulta popular, mas representou apenas o pensamento dominante de grupos políticos oportunistas e corporativistas, que deixaram assentadas as bases das vantagens espúrias que poderiam dispor em seus proveitos a qualquer momento.

E vejam a esperteza dos constituintes de 1988: o TCU, um órgão técnico por excelência e fiscalizador das contas públicas, que deveria ser formado exclusivamente por elementos imparciais e sem nenhuma conotação ou relação partidária política, tem entre os seus ministros políticos egressos do Congresso Nacional. O TCU é um cabide de emprego oficial e constitucional adrede aprovado por congressistas espertalhões, sequiosos por tirar vantagem da coisa pública, que merece a nossa veemente repulsão e que não justifica continuar tendo orientação política para preenchimento de suas vagas diante do próprio princípio constitucional de impessoalidade e moralidade pública, esculpido no Art. 37. Político julgar contas de político não transmite seriedade. Ademais, um órgão técnico como o TCU, que fiscaliza a regularidade de contas públicas, tem que ser exercido apenas por elementos sem nenhuma conotação política, com formação em auditoria pública, e que pertençam ao quadro próprio de auditor do Tribunal de Contas, onde ingressaram por concurso público.

Os parlamentares interessados em ingressar no quadro de ministros do TCU deveriam colaborar com a decência pública nacional e cumprir os seus mandatos para os quais foram eleitos. A política não pode continuar sendo meio de obtenção de vantagens. Os políticos têm que dar exemplos positivos de moralidade pública aos jovens brasileiros, que estão decepcionados com o cenário corrupto do país, onde políticos oportunistas só querem levar vantagem. Vejam que coisa feia: no páreo, brigando com a favorita, a deputada Ana Arraes (PSB-PE), estão os deputados Sérgio Carneiro (PT-BA), apoiado pela bancada petista; Osmar Serraglio (PMDB-PR), Jovair Arantes (GO), líder do PTB, Fátima Pelaes (PMDB), Átila Lins (PMDB), Damião Feliciano (PDT-PB), Milton Monti (PR-SP) e José Rocha (PR-BA). Aldo Rebelo (PcdoB-SP) teria retirado seu nome. Assim, em vez de espertalhões políticos pleitearem empregos públicos, sem concurso, com aposentadorias privilegiadas, os políticos deveriam propor modificação no Art. 73 da Constituição Federal, proibindo que parlamentares fossem nomeados para o TCU, reservando essas funções para serem exercidas apenas por auditores concursados do quadro próprio do TCU.

Júlio César Cardoso* é bacharel em Direito e servidor federal aposentado.



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento