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Rede Hoteleira no Brasil: caminhos e desafios à expansão

Rede Hoteleira no Brasil: caminhos e desafios à expansão

31/05/2012

Aguardada há 20 anos, desde a Rio 92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, dá o ponto de partida à série de eventos internacionais que mobilizarão a infraestrutura do turismo brasileiro até 2016.

Depois da Conferência na Capital fluminense, sediaremos dois outros acontecimentos de projeção mundial: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, dois anos depois. Para os três principais dias da Rio + 20 (de 20 a 22 de junho), são esperadas 30 mil pessoas, incluindo pelo menos chefes de Estado e delegações com centenas de integrantes.

Eventos deste porte geram grande impacto sobre a rede hoteleira, em qualquer lugar do mundo. Assim como acontece hoje no Rio de Janeiro para o período da Conferência, também a Assembleia Geral das Nações Unidas costuma esgotar os leitos disponíveis em Nova Iorque em setembro.

No caso brasileiro, faz um bom tempo que as delegações estrangeiras, autoridades brasileiras, organizações não governamentais vêm se organizando para garantir hospedagem e presença na extensa agenda da Rio + 20.

E certamente, para a Copa das Confederações, em 2013, competição preparatória para 2014, e a própria Copa Mundial de Futebol, essa mesma estrutura terá se aprimorado. A expansão do segmento hoteleiro acompanha a mesma lógica de desenvolvimento de outros setores-chave da economia. Também dependemos de demanda em escala para crescer, por meio de um planejamento de longo prazo e de parceiros com fôlego para bancar investimentos bastante elevados, especialmente em torno das grandes bandeiras estrangeiras, que escolheram o Brasil como mercado principal para seu crescimento.

Mas, sobretudo, dependemos de um horizonte sustentável em torno da demanda, que não pode estar restrita à sazonalidade. Conforme estudo realizado pela Ernst Young e Fundação Getúlio Vargas, a Copa do Mundo poderá gerar um crescimento de até 79% no fluxo turístico internacional para o Brasil somente em 2014. Entre 2010 e 2014, a previsão é que iremos contabilizar quase três milhões a mais de visitantes estrangeiros em relação ao contingente normal. Em contrapartida, no período, a rede hoteleira irá somar 20 mil novos leitos em todo Brasil.

Ao mesmo tempo, porém, esses empreendimentos precisam definir estratégias que lhes garantam a sustentabilidade do negócio ao longo do tempo, o que não é tão simples se observarmos que o setor enfrenta obstáculos estruturais que retém um pouco o ritmo de crescimento. De um lado, o custo proibitivo dos imóveis freia muitos novos empreendimentos, e, de outro, o câmbio elevado do Real desestimula o turismo doméstico. Esse turismo de lazer, que poderia gerar um upgrade na ocupação média dos leitos, manterá os olhos voltados ao Exterior enquanto o Real estiver valorizado em relação ao Dólar.

Certamente, nos últimos anos, impulsionado pelo bom momento da economia, temos registrado curvas crescentes nas taxas médias de ocupação, a qual chegou próxima dos 70% em 2011. O preço médio das diárias também apresentou recuperação, em torno de 15%. No entanto, esse patamar de ocupação apresenta grande dependência do turismo de negócios, o qual, por sua vez, está associado ao desempenho do PIB (Produto Interno Bruto). E no contexto de um mercado dependente dos negócios ou eventos, a rede hoteleira encontra pouca margem para recuperar os valores das diárias, ainda bastante comprimidos em função de antigos processos inflacionários.

A agenda de eventos que inicia em junho expõe, desta maneira, o fato de que o segmento hoteleiro exige a adoção de políticas que permitam um planejamento de médio e longo prazo. O Brasil que quer se firmar como importante interlocutor entre as principais Nações mundiais e acolher em solo nacional agendas globais, precisa definir e prover os meios necessários para a expansão apropriada de sua infraestrutura.

*Julio Serson é Presidente do Grupo Serson, vice-presidente de Relações Institucionais do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) e ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP).



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