Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Motofaixa: uma solução para mobilidade e segurança no trânsito

Motofaixa: uma solução para mobilidade e segurança no trânsito

26/06/2014 Fernando Medeiros

Muito se fala no Brasil sobre mobilidade e segurança no trânsito. Concordo que este é um assunto que exige providências breves e corajosas nas grandes cidades, pois estamos à beira do insustentável.

A frota de veículos de todos os tipos cresce exponencialmente, enquanto a fiscalização e o modelo de gestão do trânsito não acompanham nem de perto este crescimento. Há defasagem em todos os lados, na construção e manutenção das ruas, avenidas e estradas, na falta de planejamento urbano e no crescimento do transporte coletivo. Para piorar o trânsito, o transporte público empurra o cidadão para o veículo próprio. Isto já virou cultural nas grandes cidades brasileiras.

As motocicletas representam uma das soluções para a mobilidade do trânsito e, por isso, merecem um olhar mais atento, principalmente no que se refere à segurança dos motociclistas. No entanto, falar em benfeitorias para motociclistas é quase pecado. Se isto envolver investimentos, então, esquece. Não é de hoje que a imagem dos motociclistas aqui no Brasil é negativa, e talvez por isso quase sempre os condutores deste veículo ficam à margem dos estudos de soluções.

Creio que este seja um dos motivos de não evoluírem com a ideia das motofaixas exclusivas. Esta é uma medida relativamente simples e barata e que pode trazer grandes benefícios para o trânsito como um todo, tais como: facilidade de fiscalização sobre as motocicletas, redução do risco do motociclista ser fechado por outro veículo e até redução do risco de a moto estar em algum “ponto cego” dos veículos, pois os motoristas saberão onde elas estão. As motofaixas evitam que o motociclista se arrisque em espaços diminutos entre os carros e evitam ainda o risco de um carro abrir a porta e derrubar o motociclista no meio do corredor. Se bem sinalizadas, estas faixas reduzem o risco de atropelamento também.

No plano de metas da prefeitura de São Paulo de 2009 a 2012, o prefeito Gilberto Kassab previa instituir oito motofaixas na cidade. A meta foi reduzida para três e, por fim, foram criadas apenas duas, uma na Avenida Vergueiro e outra na Sumaré. A última delas, com três quilômetros de extensão, foi desativada pelo prefeito Fernando Haddad sob a alegação de que os acidentes aumentaram. O mais curioso é que ela foi desativada no mesmo dia em que foram implementadas as faixas exclusivas de ônibus, sob a alegação de que não eram seguras.

Seria mais simples e honesto dizer que não havia espaço para a motofaixa, pois a prioridade eram os ônibus. Concordo que o transporte coletivo mereça espaços exclusivos e melhores condições. Porém, ao afirmar que as motofaixas não representavam segurança para os usuários, a prefeitura está desestimulando a criação de novos corredores. Quando foi criada a motofaixa da rua Vergueiro, que ligava o centro de São Paulo ao Planalto Paulista (Av. Paulista), em apenas 30 dias, 91% dos motociclistas aderiram a este corredor e houve um aumento de 28% no número de motos circulando nos dois sentidos.

Estes números provam que o motociclista, que antes optava por outros caminhos, resolveu seguir pelo corredor que lhe garantia maior segurança. Outro dado muito importante é que desde a sua criação não houve informação sobre morte de motociclista neste trecho. Enquanto em várias cidades da Europa o uso de motocicletas é estimulado, aqui as motos são hostilizadas e discriminadas.

Passou da hora de enxergar as motocicletas e motociclistas com respeito e como alternativa real ao caótico trânsito das cidades, afinal esses veículos utilizam um quarto do espaço de um carro, poluem menos, são muito mais econômicos e utilizam menos recursos naturais para serem fabricados. Se o problema é número de acidente com motociclistas no trânsito, não seria melhor repensar o planejamento das cidades e a criação de alternativas para redução destes números, ao invés de criticarem o modelo de transporte e seus usuários? E por que não pensar na melhor adaptação das motofaixas? Fica a dica aos governantes.

*Fernando Medeiros é diretor executivo da ASSOHONDA.



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento