Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Bruxismo: O stress descontado nos dentes

Bruxismo: O stress descontado nos dentes

10/07/2014 Paulo Coelho Andrade

Tensões emocionais, trânsito, excesso de responsabilidades e agitações decorrentes de pressões diárias resultam em stress.

A doença está diretamente ligada ao hábito de ranger ou apertar os dentes involuntariamente, configurando uma disfunção oral chamada bruxismo. Podendo ser diurno ou noturno (mais comum), o problema causa dores na cabeça, na mandíbula, desgaste dental e pode atingir pessoas de todas as idades, em ambos os sexos.

De acordo com Paulo Coelho Andrade, especialista em implantodontia e sócio proprietário de clínica homônima, até mesmo crianças com excesso de atividades ou que passam por problemas psicológicos (traumas, brigas de família ou cobranças demasiadas) têm muita probabilidade de desenvolver o bruxismo. “A disfunção acaba funcionando como um termômetro psicológico bucal, pois a maioria das pessoas que possuem os sintomas tem aumento, direto ou indireto, da tensão emocional”, conta o dentista.

O bruxismo sobrecarrega de forma excessiva todos os tecidos do suporte, podendo causar deterioração dental como fraturas de dentes e restaurações, diminuindo a real dimensão da arcada dentária. Os sinais mais aparentes da disfunção são fadiga muscular, dores encefálicas e mandibulares, desgaste dentário e retração gengival acompanhada de lesão óssea, que pode levar até à perda dos dentes. Paulo explica que, quando a mandíbula e a maxila estão pressionadas, ocorre uma isquemia crescente com queda da oxigenação e acúmulo de produtos metabólicos, o que ocasiona o estímulo das terminações nervosas, que geram a dor.

“Classificado de acordo com o tipo de prevalência da contração muscular, cêntrico (apertamento) e excêntrico (ranger), o bruxismo pode ser apresentado pela maioria dos indivíduos em algum momento de suas vidas, com intensidade e duração variáveis”. Apesar de serem fortemente associados a alterações emocionais e situações de estresse, alguns casos podem ter etiologia multifatorial, como oclusão ou fechamento inadequado da boca, por exemplo.

Alguns especialistas qualificam a disfunção como uma alteração muito destrutiva, sendo sua origem tão remota quanto a do próprio homem. Apesar de ser observado em todas as faixas etárias, o distúrbio tende a diminuir com a idade, principalmente após os 50 anos. O tratamento desta disfunção consiste no uso de uma placa que protege os dentes, alivia o sistema mastigatório durante as crises e reduz a atividade elétrica muscular causada pela tensão dos músculos faciais.

“Em casos mais graves é necessária uma reabilitação bucal total, onde se restauram todos os dentes com porcelana, resinas, cerômetros ou até implantes, como nos casos de perda dental” afirma o especialista. O ideal é perceber que o problema não vem do nada e tentar achar suas causas no dia a dia. Um acompanhamento psicológico junto ao dentário pode auxiliar na cura do bruxismo, dado que a terapia identifica e trata as dificuldades emocionais associadas ao distúrbio.

Qualquer situação estressante para alguém pode agravar o problema. O ideal é tentar aliviar a tensão de todas as formas. A prática de esportes e exercícios de relaxamento também são importantes fatores para ajudar a diminuir a stress.

*Paulo Coelho Andrade é mestre em Implantodontia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas de Campinas e especialista em Implantodontia pela Associação Brasileira de Odontologia, ambos títulos reconhecidos pelos Conselhos Estadual e Federal de Odontologia.



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento