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Justificando meu voto

Justificando meu voto

30/09/2014 João César de Melo

Creio que não preciso me alongar na justificativa de eu não votar em Dilma Rousseff: Além de sua explícita limitação intelectual; incapaz de transformar um raciocínio numa frase coerente – o que deveria ser uma vergonha para todos os brasileiros, afinal, ela é a Presidente da República! -, Dilma representa um partido que fez do Estado sua extensão ideológica e financeira, corroendo o potencial econômico do país em função de programas assistenciais insustentáveis.

Lula construiu a bomba relógio. Dilma a acionou. Foi realmente uma sensação maravilhosa ver, pela primeira vez, um candidato a Presidente da República dizendo “Vou privatizar tudo! Vou privatizar a Petrobrás!” em pleno Jornal Nacional, da Rede Globo. Disse e justificou! Senti-me como tivesse ouvido, sob 500 metros de terra, alguém dizendo que estava tentando me resgatar. Foi uma noite histórica para o liberalismo no Brasil. Porém, o autor da promessa é um pastor evangélico - Pastor Everaldo -, que até meses atrás era aliado do PT, mas que, sabe lá por qual razão, adotou a bandeira liberal em sua campanha.

Além do histórico sujo e duvidoso, o sujeito ainda é homofóbico. Ou seja: sob 500 metros de terra, continuamos sem ouvir ninguém além de nós mesmos. Foi um delírio dele, meu, nosso. Marina Silva parece-me honesta e bem intencionada, mas foi filiada ao PT, apoiou o PT mesmo depois que deixou o partido e fez parte do governo Lula. Ou seja: Ela tem sim suas afinidades ideológicas com o lulismo. Mesmo que desconsideremos isso, nos veremos diante de sua fragilidade, o que nos me faz duvidar se que ela teria força e molejo para o embate político e, principalmente, para se livrar das tentações ideológicas.

O fato é que Marina herdou a candidatura de Eduardo Campos sem ter nada além do batidíssimo discurso de que ela está paralela à sujeira da política que “se vê por ai”, muito mais recheado de clichês do que por um programa de desenvolvimento real, concreto. Pior: sustenta-se nas pesquisas de opinião por conta de uma imagem santificada (tal qual Lula, um dia...), o que pode lhe conduzir ao populismo; e também pelo simples fato de nunca ter sido governo. Para completar, ninguém sabe de qual partido Marina realmente pertence. Ninguém sabe qual direção seguirá. Ninguém sabe com quem se aliará, quais coligações fará. Permitindo-me um trocadilho: Marina não se mostra sustentável.

De positivo, Marina tem o liberal Eduardo Giannetti da Fonseca como seu principal consultor econômico. Para mim, um grande admirador de suas ideias, especialmente de seu livro “Vícios Privados, Benefícios Públicos”, sua presença na equipe é uma esperança de que, no caso de vitória, o Estado seja tanto enxugado quanto desvinculado da economia. Porém (sempre tem um “porém”), Giannetti é um acadêmico sem qualquer experiência de mercado, tão pouco deve ter estômago para a política.

Por isso, não creio que ele teria poder num eventual governo de Marina Silva. Aécio Neves apresenta o mesmo “socialismo democrático” de FHC, com promessas de enxugamento do Estado e liberdade econômica, porém, aumentando diversos programas assistenciais. Infelizmente, em vez de dizer que irá se desfazer das estatais, Aécio promete “salvá-las”. Mesmo estando distante de ser o agente do liberalismo que eu desejo ver na Presidência da República, os nomes de Armínio Fraga, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Elena Landau como seus consultores motivam meu voto.

Ao contrário de Giannetti, os quatro economistas citados são liberais de carreira prática, de mercado, com visões retas e objetivas das relações entre Estado e economia. Foram os pais do Plano Real, salvando a economia brasileira de um caos muito, muito pior do que a atual situação econômica do Brasil. Não vejo outro time com maior capacidade para desarmar a bomba petista. Além de sua equipe econômica, meu voto em Aécio Neves sustenta-se na certeza de que ele não contará com massivo apoio popular, o que será ótimo!

Caso seja eleito, Aécio governará sentindo-se pressionado o tempo todo, ciente de que, se fizer besteira, não contará com nenhuma representação social, sindical ou cultural lhe defendendo. O PSDB não tem militância. Todo aquele exército de universitários, ativistas, sindicalistas, artistas e intelectuais que passaram 12 anos defendendo fervorosamente o PT de todos os seus absurdos, passará a bater e bater e bater no governo. O Brasil precisa de um governo que seja pressionado pela sociedade, não bajulado por ela. Votarei no Aécio, mas, num provável segundo turno entre Marina e Dilma, eu votarei na Marina torcendo para que todas as minhas impressões sobre ela estejam erradas.

Infelizmente, a vitória de Aécio ou de Marina não nos dá certeza alguma sobre qualquer futuro, porém, não tenho dúvidas de que a reeleição de Dilma significará a venezuelização do Brasil. Reeleita, Dilma deixará a economia desmoronar para que o povo clame pela providência estatal, dando, assim, o aval que o PT tanto sonha para a total intervenção na economia, na justiça, na imprensa e, por fim, nas liberdades individuais, instaurando a “ditadura democrática” disfarçada sob o título de Socialismo do Século XXI.

*João César de Melo é Arquiteto e artista plástico, autor do livro Natureza Capital e colunista do Instituto Liberal.



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