Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O acordo Embraer-Boeing será bom para o Brasil?

O acordo Embraer-Boeing será bom para o Brasil?

15/02/2018 Fábio Augusto Jacob

Dois grandes players dominam o jogo dos fabricantes de aeronaves, a Boeing e a Airbus.

Em 21 de dezembro último foi noticiado que a Embraer, nossa empresa fabricante de aeronaves, e a Boeing estariam em negociações para uma possível parceria. Antes de tomar um lado, a favor ou contra, vamos lembrar dois pontos importantes sobre o assunto.

O primeiro ponto é sobre o mercado de aviação. Inserido como meio de transporte indispensável, rápido e seguro, o único que permite às pessoas conhecerem e fazerem negócios no mundo todo, este mercado em expansão está em constante mudança. Hoje o mercado americano é o maior do mundo, mas vem sendo alcançado pela China, que absorve centenas de aeronaves novas a cada ano, e que transportou, só em aeronaves da Embraer em 2017, mais de 17 milhões de passageiros.

Dois grandes players dominam o jogo dos fabricantes de aeronaves, a Boeing e a Airbus. A Airbus é um consórcio europeu, que atingiu o status da sua concorrente Boeing e com ela vem travando intensa disputa pelo mercado. A Boeing, por sua vez, cresceu adquirindo outras empresas fabricantes e reinava absoluta, até a chegada da Airbus. Logo atrás destas vem a Bombardier, canadense, e a Embraer, brasileira, que cresceram vendendo aeronaves menores, destinadas à aviação regional, aviação executiva e também uma parcela de aeronaves militares.

O segundo ponto a ser notado, é a relevância da Embraer para o Brasil. Fruto do dinamismo e competência de pessoas como Ozires Silva, que a criou em 1969, é ela hoje um dos símbolos da capacidade do país em competir com tecnologia de ponta no mercado internacional, seus aviões estão hoje voando nos cinco continentes. Mais do que isso, a Embraer participa ativamente em diversos programas do governo brasileiro, como o de satélites de comunicação, controle das fronteiras e desenvolvimentos de sistemas. Tem sido, também, desenvolvedora de aeronaves para a Força Aérea Brasileira desde os primórdios.

Assim, esse ponto a coloca em uma situação de ser considerada estratégica para o país. Não só pelo número de empregos, mais de 20 mil, e pela forte exportação de produtos manufaturados, mas pela capacidade tecnológica que mantém e desenvolve com pessoal técnico brasileiro. Desta forma, qualquer acordo com a gigante americana precisa de salvaguardas, como o poder de veto do governo brasileiro, de modo a garantir que a parceria seja uma injeção de força na empresa.

Experiências anteriores mostram nestas associações uma prevalência da maior sobre a menor e, eventualmente, uma subordinação, que não nos interessa de forma alguma. Nesse caso, seria a perda da autonomia no controle e decisão, além de perda de poder do país. Por outro lado, a simples refusa a um acordo pode gerar um ambiente agressivo das demais empresas, incluindo a Boeing, que poderiam colaborar para combatê-la.

Se bem realizado, com um pouco de audácia e muita firmeza no formato, o acordo pode nos trazer uma situação bastante favorável, como crê o fundador da empresa, Ozires Silva, que se pronunciou favoravelmente a este respeito. E cuja opinião, sempre bem fundamentada, deve ser sempre considerada.

 

* Fábio Augusto Jacob é Coronel Aviador da reserva da Força Aérea Brasileira, coordenador e professor da Academia de Ciências Aeronáuticas Positivo (ACAP) da Universidade Positivo (UP).



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento