Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Brasileiro não gosta de ler: um mito transponível

Brasileiro não gosta de ler: um mito transponível

04/12/2018 Dra. Paula Reis Oliveira

O Brasil tem em torno de 95 milhões de pessoas que leem quatro ou mais livros por ano.

Brasileiro não gosta de ler: um mito transponível

“O cabritinho Bebeu passeia nas nuvens” foi meu primeiro companheiro de cabeceira, isso por volta de 1986... quando eu tinha em torno de quatro anos. O livro conta a história de um pequeno animal inconformado com suas cercas: ele queria mais, queria ver o céu de perto!

De 86 para cá, foram inúmeros os títulos e as aventuras que fizeram parte das minhas tardes chuvosas, das minhas férias e das minhas noites de leitura à luz fraca. Tantos anos e tantas linhas me levaram a contrariar um mito que me parece ser orgulhosamente difundido no país: brasileiro não gosta de ler!

O Instituto Pró-Livro aponta que o Brasil tem em torno de 95 milhões de pessoas que leem quatro ou mais livros por ano: leem porque querem, porque gostam, porque sabem, porque foram incentivados, porque compram livros, porque emprestam, porque ganham, leem porque sim!

Em contrapartida, há 77 milhões de pessoas que não leem: não o fazem porque não gostam, porque não querem, porque não têm tempo, porque não sabem, porque não têm acesso. Não leem porque, culturalmente, foram talhados a acreditar que o livro e o ato de ler são menos importantes ou menos atrativos que outras formas de cultura ou de lazer.

Cresci submersa nas narrativas orais de todas as noites na voz afável de mamãe e no mundo dos livros, ganhando uns de presente aqui, herdando outros de segunda mão ali... filha de pai mecânico e mãe dona de casa, me tornei professora e Doutora em Língua Portuguesa graças, em muito, ao inconformismo com a minha própria fazenda e em querer subir montanhas, assim como na narrativa de Bebeu que dizia: “Havia uma fazenda e o cabritinho Bebeu morava ali, na companhia de outros animais. O maior desejo de Bebeu era subir a montanha para ver o céu bem de perto...”.

Enquanto vamos subindo, é possível apreciar a beleza da aprendizagem do caminho e lá no alto da montanha (de livros) ver livremente o céu de perto e até brincar de descobrir desenhos em nuvens; vemos também um belo caminho a ser escrito com lápis e muitas palavras, ao lado dele os conformados que fazem ecoar os mitos de suas cercas, de que o mundo das letras é para poucos, por fim, formado pelos inconformados que insistem em pôr o pé na estrada, enxergando em Monteiro Lobato o norte: “Um País se faz com homens e livros”.

* Dra. Paula Reis Oliveira é coordenadora do curso de Letras do Centro Universitário Internacional Uninter.

Fonte: Pg1 Comunicação



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento