Portal O Debate
Grupo WhatsApp

E o cartão caminhoneiro?

E o cartão caminhoneiro?

27/09/2019 Leide Albergoni

O objetivo é proteger os caminhoneiros da oscilação diária no preço do diesel, durante um serviço de frete.

O cartão caminhoneiro, anunciado pela Petrobras em março e confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro, tem como objetivo proteger os caminhoneiros da oscilação diária no preço do diesel, durante um serviço de frete.

Segundo a proposta, o caminhoneiro carrega o cartão antes da viagem pelo preço do diesel do dia e abastece o veículo durante a viagem com o saldo de litros de combustível carregado no cartão.

O cartão é válido somente nos postos BR, mas parece uma solução interessante e viável. Sem o tradicional protecionismo histórico que distorce preços relativos, não se vê objeções à medida, nem mesmo as irracionais.

Até em economias de livre mercado (que não é o caso do Brasil), a compra da matéria-prima antes do início do processo de produção é uma estratégia das empresas para maximizar lucros e se precaver da variação brusca no custo dos insumos.

Esse método é útil para matéria-prima com alta volatilidade de preços, como é o caso do combustível, especialmente quando o preço do produto com o consumidor final é definido antes de sua produção.

Quando isso é possível, as empresas adquirem o insumo e o estocam para utilizar durante o processo de produção. No caso do combustível, não é possível fazer o estoque físico do produto em viagem, pois a capacidade do tanque é limitada e são necessários vários abastecimentos em uma viagem que atravesse um estado, por exemplo.

A compra de “créditos” de litros de combustível é a forma mais viável de realizar essa antecipação de custos.

O que é novidade para o setor de transporte é história milenar na agricultura. O mercado futuro é a via utilizada pelos produtores agrícolas e pelos compradores de insumos para se precaver de oscilações no preço de grãos e outras commodities.

A operação é um pouco mais ampla que a proposta para os caminhoneiros, já que os agricultores podem prometer a venda de sua colheita no momento do plantio, a partir de um preço que seja possível cobrir os custos da produção.

Se no momento da colheita o preço for superior ao acordado, o agricultor ganha um pouco menos do que o valor de mercado, porém, o suficiente para cobrir seus custos e gerar seu lucro.

Se o preço for inferior ao do contrato, ele se protegeu do prejuízo. O mesmo raciocínio vale ao comprador da matéria-prima.

No meio desses agentes, surgiram os intermediários (traders), que assumem riscos para ganhar algum dinheiro com especulações sobre o preço futuro - e que acumulam históricos de crises e bolhas especulativas.

Na definição das regras do cartão combustível, é necessário que sejam estabelecidos mecanismos para evitar esse tipo de “intermediação” e especulação, pois uma medida que parece razoavelmente racional pode se transformar em “oportunidade” de negócios a outros atores, que não os próprios caminhoneiros e empresas de transporte.

Ainda que não solucione por completo o problema logístico do Brasil, a previsibilidade de custos para definição do preço do frete é uma gota de esperança para o imbróglio que se tornou o setor de transporte rodoviário de cargas.

* Leide Albergoni é autora do livro Introdução à Economia – Aplicações no Cotidiano e professora da Universidade Positivo.

Fonte: Central Press



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento