O sono e o coração
O sono e o coração
O que muitas pessoas tratam apenas como um ronco incômodo pode ser, na verdade, a porta de entrada para o risco de um grande pesadelo para a saúde.
Existem diferentes razões para explicar o efeito sonoro provocado durante o repouso, mas quando o motivo é a apneia obstrutiva do sono (AOS), o quadro pode se agravar para doenças letais, como AVC e o infarto.
E o alerta serve para grande parte dos brasileiros. Estima-se que um terço da população sofra de apneia, mas que a mínima parcela desses brasileiros saiba que possui o problema.
O distúrbio é uma pequena parada respiratória, geralmente com duração de alguns segundos. Essa parada ocorre devido à obstrução das vias aéreas, interferindo também nos comandos do cérebro que controlam a respiração.
Isso porque comprometimento respiratório tem efeito direto no trabalho do coração, que funciona como uma bomba que leva oxigênio e nutrientes por todo o corpo através do sangue.
Por isso, é comum ver quadros de hipertensão, diabetes, AVC e parada cardiorrespiratória em pessoas que têm apneia do sono não tratada por um período prolongado.
Outro efeito devastador da apneia é a própria qualidade do sono. A saúde do sono exige que o repouso seja feito sem intervalos fragmentados, e com um tempo mínimo de duração para garantir o relaxamento.
Se uma pessoa não consegue alcançar um nível satisfatório de descanso, terá consequências no decorrer do dia, e ao longo do tempo poderá sofrer uma estafa que é ainda mais prejudicial à saúde.
E, como apontado, nos casos mais graves, a privação de um sono com qualidade pode chegar a provocar doenças cardiovasculares e até mesmo depressão e diabetes.
Além disso, é possível ocorrer perda de memória, dores no corpo, sonolência, irritabilidade, raciocínio lento e dificuldade de concentração.
A boa notícia é que existem tratamentos eficazes para a apneia, que ajudam a conter as paradas respiratórias que afetam diretamente o coração.
O principal deles é o CPAP, um aparelho que abastece o pulmão com ar pressurizado, utilizando um tubo e uma máscara que devem ser usados durante o repouso.
O equipamento evita o ronco e melhora a qualidade do sono, impactando também na saúde do coração e do corpo como um todo.
É de grande importância que a pessoa que sofre de apneia do sono, ou que ronca e/ou desconfia sobre o problema, recorra o quanto antes a ajuda profissional.
A partir de então o paciente irá realizar exames que dão o diagnóstico preciso do nível de apneia para que o profissional possa indicar o melhor tratamento.
E o papel do fisioterapeuta nesse processo está no auxílio da escolha do melhor modelo e na adaptação do CPAP, para que tenha os melhores efeitos durante o sono.
Paralelamente ao tratamento da apneia, é importante manter certos hábitos que favoreçam a saúde do sono.
Manter o quarto escuro e silencioso, evitar as telas pelo menos uma hora antes de dormir, manter uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis também podem ajudar a melhorar o repouso e, consequentemente, o coração.
* Letícia Rodrigues é fisioterapeuta especialista de produtos da Cmos Drake, empresa fabricante de equipamentos médicos há mais de 30 anos.
Fonte: Naves Coelho Comunicação