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Uma carta à Elon Musk

Uma carta à Elon Musk

28/04/2022 Daniel Schnaider

O homem mais rico do mundo, Elon Musk, acaba de chegar a um acordo para adquirir uma das redes sociais mais importantes do mundo, o Twitter, por US$ 44 bilhões.

Segundo o bilionário, o direito a liberdade de expressão absolutista deve imperar. Eu o parabenizo.

Aliás, de fato o pilar da democracia é a liberdade de expressão, no entanto ressalto que embora eu não negue o direito de expressão que você defende, é preciso ter a consciência de que uma mentira quando compartilhada nas redes milhões de vezes, pode sim ser comparada a uma verdade criando uma disrupção social e que ameaça a própria democracia que você busca defender.

Fake news ameaçam a ordem democrática, liberal dando poderio às pessoas populistas e dispostas a gerar confrontos desnecessários.

Se sua ideia é criar um algoritmo aberto para o Twitter, sugiro elaborar uma premiação mundial em que as pessoas possam criar o algoritmo mais justo para as informações serem replicadas. Como a Netflix fez há algum tempo ao buscar o melhor algoritmo para recomendação de novas séries e filmes.

Neste ponto, o importante é você encontrar aquela que vá garantir a veracidade e qualidade da informação, para que discursos de ódio sejam banidos. Inclusive, o concurso pode servir como base científica para faculdades e estudantes.

É do direito de qualquer indivíduo compartilhar suas ideias e convenhamos que a liberdade de expressão e a violência não são essencialmente um dilema das redes sociais.

Afinal, racistas, extremistas e misóginos coexistem conosco desde que aprendemos a nos comunicar, o problema é que a tecnologia deu a eles amplitudes estratosféricas.

Multiplicou a potência da comunicação aos grupos desinformados e obscuros que com uma boa dose de valentia proporcionada pelo anonimato, não se importam com a veracidade.

Mas apesar da falta de balanço na distribuição de informações, há de se ressaltar que grupos antes esquecidos, excluídos e sem voz ganharam força dentro do mesmo universo.

Então como manter os bons resultados e excluir as falhas das redes? Com filtros, censura, equalização e a qualidade das informações compartilhadas.

Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts cita que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido do que as verdadeiras. Ou seja, a internet é um ambiente propício aos malfeitores.

O que antes era limitado na imprensa secular, por um controle de sistema de comunicação em massa, com editores e profissionais qualificados que tinham o poder de filtrar as publicações, mesmo que de forma tendenciosa, atualmente tornou-se a livre demanda de opiniões.

Talvez uma das soluções passíveis seja diminuir a velocidade em que as informações são compartilhadas, com mais tempo para análise de categoria e veracidade, menos pessoas seriam impactadas pelas falhas.

Pois, perceba que os leitores dos maiores veículos, atualmente não são apenas espectadores, são seguidores e comunicadores.

Influenciadores possuem o mesmo alcance de divulgação que um jornal. Ou seja, cada indivíduo torna-se dentro do seu meio um veículo de comunicação em potencial.

 A introdução de novas tecnologias traz momentos ruins, é uma parte infeliz da evolução humana, mas há recompensas, como tecnologias militares que deram origem a soluções na área da saúde, por exemplo.

Ou mesmo o GPS e a internet, alicerce da telemetria hoje utilizado por empresas para salvar vidas, manter empresas e monitorar cargas preciosas, como exemplo as vacinas, que é elaborado com base em satélites militares do Ministério da Defesa Americano e a Internet inventado pela DARPA (unidade de pesquisa militar).

E neste contexto, das redes sociais, a comunicação e interação em massa funcionam para propagar campanhas de saúde, e os mais diversos alertas à população.

Diante de tantas codificações e algoritmos, não é possível não conseguirmos construir um ambiente seguro nos meios de comunicação social.

O uso indiscriminado das redes por pessoas que não só expõe a si mesmo, mas aos outros também, seja pelo lado profissional, pessoal ou ideológico, é um problema de todos. Mas o debate tem que ser estabelecido em soluções.

Acredito que você, Elon Musk, pode se propor a criar um ambiente que permite a dissipação de informações, ou mesmo de opiniões, com um mecanismo que exponha a veracidade de cada textão, post, meme ou matéria compartilhada, mesmo que contenham brincadeiras e opiniões. A tecnologia pode nos dizer qual o cunho de cada postagem.

Da mesma forma que filmes e aparelhos têm conteúdo com ampla classificação, assim o post deve ter seu selo de qualidade ou a falta dele.

E ainda que tenhamos essa conquista, ressalto que não há substituto a uma boa educação, onde uma base de conhecimento sustentadas pela dúvida, curiosidade e a lógica sejam construídas.

Não é uma questão de censura à liberdade de expressão, mas sim a luta pelo direito à veracidade que é um alicerce para o bom funcionamento da sociedade e a democracia.

* Daniel Schnaider é CEO da Pointer By PowerFleet Brasil, líder mundial em soluções de IoT para redução de custo, prevenção de acidentes e roubos em frotas.

Para mais informações sobre fake news clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Enxame de Comunicação



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