Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Caso Americanas: culpadas não são as metas ambiciosas

Caso Americanas: culpadas não são as metas ambiciosas

23/02/2023 Pedro Signorelli

Nos últimos dias, foi descoberto um dos maiores casos de “rombo contábil” envolvendo uma grande empresa brasileira, o caso da Americanas.

Após a corporação anunciar que encontrou inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões, o que causou uma grande repercussão e uma queda de mais de R$ 8 bilhões no valor de mercado da companhia.

Depois de alguns dias, a empresa informou que sua dívida é na verdade de cerca de R$ 43 bilhões e que possui 16.300 credores, fato esse que a fez entrar com um processo de recuperação judicial.

A partir do momento em que o caso foi revelado, até agora, tenta-se encontrar um motivo pelo qual essas inconsistências tenham ocorrido. Desde o desvio de verbas, a má administração de dívidas ou a falha humana.

No entanto, um dos motivos levantados que mais me chamou a atenção foi a de atribuir o problema à implementação por parte da empresa de metas muito ambiciosas, com o que eu não posso concordar.

Até porque, não podemos tirar a responsabilidade pessoal - individual - pelas atitudes tomadas pelos administradores.

Sendo as metas ambiciosas, o plano para alcançá-las deveria conter os detalhamentos para isso: o que fazer; como fazer; quem envolver; - como mobilizar os recursos necessários, como contornar possíveis problemas; como alterar a rota diante de problemas externos, como tivemos recentemente a pandemia da Covid.

Se você define a meta como “vender” para os seus colaboradores, a única coisa que buscarão fazer é “vender”, independente da forma.

É como dizia o físico e consultor de administração israelita, Eliyahu M. Goldratt, “diga-me como me medes que direi como me comporto”.

Por isso, acredito que grandes corporações como a Americanas, não criam metas apenas por criá-las. Certamente determinam um objetivo e traçam um roteiro.

Tenho bastante experiência em sistemas de metas, de gestão e execução da estratégia, incluindo a ferramenta de gestão por OKRs - Objectives and Keys Results, Objetivos e Resultados Chaves - que, dentre suas premissas traz uma clara recomendação de que não seja usada apenas uma única métrica como indicador de sucesso, deve-se usar pelo menos duas.

Falando de maneira ampla, além da meta objetiva - o resultado de negócio - pode, ou melhor, deve se criar junto uma meta mais qualitativa e subjetiva - o "como" atingir aquela meta, se vivemos os valores da empresa, respeitamos sua cultura, atuamos em parceria com o colega do lado etc.

Juntas, essas metas, a mais objetiva e a subjetiva, se contrabalanceiam. Além dessas duas metas, incluo outro ingrediente fundamental: a ambição.

Quando se define metas em uma empresa, mesmo que sejam ambiciosas, é importante que todos os que fazem parte do processo para que ela seja concluída, estejam, se possível, no momento da elaboração e, principalmente, saibam o porquê de cada processo, para que não seja a meta pela meta.

No caso das Americanas, podemos apontar que o sistema de metas pode estar falho, ou no mínimo a execução do seu processo, mas não que isso seja o fator pelo qual levou a este problema.

E por isso que, ainda é cedo para encontrar um culpado único, mas sim, uma somatória de erros, porém, jogar a responsabilidade única e exclusivamente na definição de metas ambiciosas, desvia o foco da conversa que está na atitude das pessoas envolvidas neste processo. O que seria um erro.

* Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. J.

Para mais informações sobre metas clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Seven PR



Violência urbana no Brasil, uma guerra desprezada

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 3 de março, revela que existem pelo menos 72 facções criminosas nas prisões brasileiras.

Autor: Samuel Hanan


Mundo de mentiras

O ser humano se afastou daquilo que devia ser e criou um mundo de mentiras. Em geral o viver passou a ser artificial.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento