Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Trump:a maior ameaça ao equilíbrio climático do planeta

Trump:a maior ameaça ao equilíbrio climático do planeta

20/04/2017 Rachel Biderman e Carlos Nobre

O retrocesso é enorme e enfraquece o papel norte-americano na ordem mundial.

As promessas retrógradas feitas pelo presidente norte-americano Donald Trump começam a se concretizar, em sintonia com a nomeação de negacionistas do aquecimento global para posições-chave em seu governo.

A revogação do regulamento de Obama que atendia compromissos dos EUA à Convenção de Clima parece remeter o país à era do carbono, do século 19. O retrocesso é enorme e enfraquece o papel norte-americano na ordem mundial.

O decreto, que desmonta o Plano de Energia Limpa, foi assinado ao lado de barões da mineração e incluiu sofismas, como “teremos carvão limpo, realmente limpo”, e a retórica de que este é um ato pela criação de empregos.

Na verdade, devido à automação, a indústria americana do carvão produz 50% mais em comparação à década de 1940, mas emprega 1/8 das pessoas, além de enfrentar a concorrência do gás natural, cada vez mais barato. O setor de energia renovável tem se mostrado mais competitivo, com potencial de gerar milhões de empregos e manter os americanos competitivos em inovação tecnológica.

Empresas estão abandonando combustíveis fósseis e reduzindo emissões de gases de efeito estufa por vislumbrar vantagens econômicas. Deixar isso para trás não trará benefícios para os cidadãos americanos, como Trump alega, apenas torna mais provável que eles sejam ainda mais impactados por eventos climáticos extremos e outros efeitos diretos das mudanças climáticas, além de consequências negativas para a saúde pela queima de combustíveis fósseis.

O clima tem sido um dos temas mais presentes em diferentes instâncias e reuniões internacionais. Faz parte da agenda de grandes mesas de negociação, como convenções internacionais, G7 e G20, de bancos e agências multilaterais, e foros expressivos, como o de Davos. Nesse cenário, as atitudes de Trump, além de acenarem com um perigoso retrocesso nas metas de emissões dos Estados Unidos, colocam em grande risco o Acordo de Paris.

De fato, enfraquecem os Estados Unidos nas negociações globais, não só de clima, mas de paz, segurança e comércio, pois são assuntos que caminham juntos. Tamanha entropia será de difícil e demorada reversão. No momento em que deveríamos andar a largos passos, discutindo, criando e implementando tecnologias e métodos disruptivos para lidar com o aquecimento global, a comunidade internacional precisa gastar precioso tempo e energia para enfrentar o desgaste trazido pelas equivocadas políticas de Trump.

O desmonte das políticas ambientais adotadas por Obama – como a ordem executiva do novo presidente – não passará em branco. Empresas, governos subnacionais e ONGs já ameaçam questionar na justiça medidas que violem a legislação em vigor, como o Clean Air Act (lei do Ar Limpo), por exemplo.

Para nações como Brasil, Índia e Indonésia, esse vazio criado pela ausência de liderança dos EUA pode se converter em oportunidades de assumir protagonismo, atrair investimentos para economias de baixo carbono e ainda ajudar a solucionar ineficiências em modelos regulatórios e de governança que afastam investidores.

Acima de tudo, governos e líderes da sociedade civil devem ficar atentos para ocupar o espaço que se cria com a ausência, a cegueira e o destempero do presidente norte-americano.

* Rachel Biderman é diretora executiva do WRI Brasil.

* Carlos Nobre é climatologista, membro da Academia Brasileira de Ciências, membro estrangeiro da Academia de Ciências dos Estados Unidos e senior fellow do WRI Brasil.



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli