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Primeiros salários: o que fazer?

Primeiros salários: o que fazer?

14/02/2010 Reinaldo Domingos

A inexperiência no trato com o dinheiro, os impulsos consumistas e a facilidade em obter crédito fazem com que cresça o número de jovens brasileiros endividados. Mudar essa situação, organizando as finanças, é cada vez mais difícil e para isso os jovens devem saber o que fazer com os primeiros salários e bolsas-auxílios.

“Ganhei o primeiro salário do meu primeiro emprego! Vou comprar um monte de coisa e fazer uma balada muito legal!!! ” Esse é o pensamento da maioria dos jovens logo que recebem pela primeira vez o seu salário. Contudo, apesar dessa idéia parecer muito boa, ela traz grandes problemas para o jovem, pois é fundamental que ele saiba o real valor do dinheiro, o respeite e guarde parte do mesmo para realizar seus desejos e sonhos.

Sempre pergunto aos jovens: Porque vivem em um padrão de vida acima do que podem? Porque o dinheiro não dá para chegar ao fim do mês? Será que o salário é insuficiente, suficiente ou já permite poupar? Você esta na situação de endividado, equilibrado financeiramente ou já é investidor?

As respostas normalmente refletem uma situação de endividamento. Um dos motivos é que os jovens querem viver intensamente o hoje, esquecendo que o futuro reserva adversidades. É importante viver o presente, mas, isso não impede que já nos primeiros salários o jovem comece de imediato a planejar e construir o futuro com segurança para ter a certeza de uma vida melhor, com mais qualidade de vida, buscando a independência financeira, que proporcionará uma  aposentadoria tranqüila.

Para isso é preciso uma mudança imediata de comportamento junto ao dinheiro. É necessário aprender a planejar para realizar sonhos e objetivos, saber o quanto eles custam, quanto tempo levará para realizá-los, e, principalmente, quanto de dinheiro mensal de seu salário irá reservar. Na metodologia DiSOP, todos esses sonhos podem ser conquistados pois ela ensina o jovem a poupar para atingir esses objetivos.

Quando falamos no primeiro emprego, que costumo chamar de primeiro trabalho, observo que há muito tempo o mercado é objeto de muita concorrência e competitividade, não só com outros jovens, mas  também com todos trabalhadores, muitas vezes mais preparados e já formados, sem contar com a melhor idade que a cada dia faz mais presente e ativa.

Assim, cada vez mais se torna vital que paralelamente aos estudos, independente da profissão que o jovem escolherá, devem buscar oportunidades em instituições de capacitação para o mercado de trabalho, o que amplia em muito a possibilidade de ingresso a empresas que estão cada vez mais exigentes, buscando por pessoas interessadas e preparadas para assumirem responsabilidades e grandes desafios.

Um dos pontos que sempre procuro levar aos jovens de modo geral é que independente da atividade que ele irá praticar ou exercer, ele não pode deixar de lado a educação financeira. Tenho observado que junto com os primeiros salários os jovens também começam a contrair as primeiras dívidas. Isto é fácil de entender, pois eles têm dinheiro e estão expostos ao marketing publicitário e ao crédito fácil, ambos fazendo verdadeiros estragos na vida financeira de nossos jovens. O marketing faz com que se deseje algo que ele nem mesmo tinha planejado ter e o crédito fácil faz que compre algo que não sonhava com o dinheiro que não tem. Nesse momento o endividamento se inicia e o jovem, pela falta de educação financeira acaba se acostumando em viver um! a vida totalmente desregrada.

O caminho para mudar essa situação não passa por aprender a preencher uma planilha ou saber fazer grandes cálculos. É necessário mudar hábitos e costumes, gerando novos comportamentos em relação ao uso do dinheiro já que ele não aceita desaforo, tem que ser respeitado e nunca adorado. Na nossa metodologia DiSOP de educação financeira ensinamos os quatro pilares:  Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar, que julgo essenciais para que o jovem se eduque financeiramente.

O primeiro pilar, “diagnosticar” a vida financeira, significa para o jovem tirar uma ‘fotografia’ da situação financeira, saber o ganho líquido, o que se gasta, quais as dívidas ou quanto e onde de dinheiro se tem guardado. Deverá também saber para onde está indo cada centavo do dinheiro gasto com cafezinho, lanches, baladas, pizzas, cinemas e até mesmo a gorjeta. Recomendo anotar por 30 dias todos estes gastos por tipo de despesas e no final do mês os valores deverão ser totalizados e analisados.

Certamente a surpresa será grande pois grande parte das pessoas acham que sabem onde gastam mas isso não é verdade, principalmente com os pequenos valores. São nos pequenos gastos que muitas vezes estão as despesas em excesso e supérfluas. O diagnóstico financeiro deve ser feito periodicamente, isto é, não precisamos ficar escravos da anotação e do dinheiro. É como um diagnóstico médico que se faz a cada período do ano e não todos os meses. Recomendo uma vez por ano ou em momento que a mudança do ganho é drástica tanto para maior quanto para menor.

O pilar “sonhar” significa estabelecer os objetivos que queremos realizar. Quando estabelecemos sonhos temos que saber o quanto custam e em quanto tempo queremos realizá-los. Exemplo: quero uma televisão de plasma que custa R$ 2.000,00 e não tenho o dinheiro para comprar à vista. A atitude correta é guardar parte do dinheiro que ganhamos para realizar esse sonho, assim, se pudermos guardar R$ 200,00 por mês, esse sonho será realizado em 10 meses. É importante ainda ressaltar que temos sonhos de curto (até um ano), médio (de um ano até dez anos) e longo prazo (acima de 10 anos). Este pilar é essencial para que a pessoa não desanime e foque seus objetivos, aliás o sonho é o que move e estimula o ser humano.

No terceiro pilar “orçar” deve-se registrar os números apurados no orçamento e no apontamento de despesas durante os meses. O orçamento servirá para uma visão plena da situação financeira, o quanto ganho, os gastos totalizados e o quanto estou reservando de dinheiro para os sonhos. A diferença neste orçamento é que primeiro vem o ganho, desse tiramos o valor do sonho, para depois adequar o valor restante às outras despesas do dia a dia. Em um orçamento financeiro normal a forma utilizada é: primeiro o ganho, menos os gastos e o saldo poderá ser lucro ou prejuízo, o que não garante que mesmo tendo lucro realizará seus sonhos.

Por fim temos o pilar “poupar”, isto é, guardar dinheiro. Poupar engloba todos os tipos de investimentos: caderneta de poupança, título do governo, CDB, ações, entre outros. Este pilar é que garante a realização dos sonhos. O tipo de investimento que o jovem irá fazer dependerá do prazo de seus objetivos. Assim, não adianta investir em ação se precisa de dinheiro de curto prazo. Para obter informações sobre o melhor tipo de investimento para sua situação é sempre interessante buscar um especialista.

Estamos em um país em pleno desenvolvimento e temos que quebrar o ciclo de gerações endividadas para formar uma nova geração de pessoas educadas financeiramente. O primeiro passo é sempre o mais difícil e importante, mas temos que pensar e andar passo a passo, isto porque os valores que serão guardados para alcançarmos a saúde financeira são pequenos mas quando somados gerarão a tão importante independência financeira. O futuro de nosso Brasil encontra-se na atitude do hoje, principalmente de nossos jovens e para isso independente de raça ou profissão, todos podemos sim ser e nos tornar educados financeiramente, um dos ensinamentos que podem levar o homem à dignidade e ao sucesso e sem duvida um desses requisitos é a disciplina da educação ! financeira.

Por esse motivo o Instituto DiSOP de Educação Financeira encontra-se solidário a esta missão, vamos juntos fazer  esta grande corrente, “ Educação financeira começa cedo” , boa sorte a todos! 

* Reinaldo Domingos - Educador e Terapeuta financeiro. Também é autor dos livros “Terapia Financeira” e O Menino do Dinheiro - (Editora Gente), e criador da Metodologia DiSOP – Educação Financeira - Presidente do DiSOP Instituto de Educação Financeira



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