Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Tecnologia ao alcance de todos?

Tecnologia ao alcance de todos?

13/07/2012 Sandra Franco

O Governo Federal lançou recentemente o PAC Equipamentos, projeto que beneficia vários setores da indústria de equipamentos no Brasil, dentre elas o setor de equipamentos médicos e hospitalares.

O novo programa prevê o investimento de R$ 8,4 bilhões, além de cortes nas taxas de juros e preferência para produtos nacionais nas licitações públicas para área da saúde. Hoje, a margem de preferência na compra de equipamentos médicos, hospitalares e laboratoriais, nacional é de 8%, porém o governo quer ampliar esta margem para até 25% para compra de equipamentos adquiridos pela esfera pública, o que aquece a indústria nacional.

O programa surgiu de uma antiga reclamação da indústria nacional de equipamentos para saúde, que reclamam dos juros altos e da concorrência desleal com equipamentos importados, uma vez que a tributação é privilegiada e muitas instituições filantrópicas ficam isentas do pagamento de tributos como IPI (imposto sobre produtos industrializados) II (imposto de importação) e o ICMS (imposto de circulação de mercadorias e serviços), já que a Constituição Federal em seu artigo 150, VI “C”, estabelece a isenção do pagamento de impostos a essas instituições.

Com as importações diretas pelas entidades filantrópicas de saúde, somados a imunidade dos impostos concedidos pelo nosso ordenamento jurídico, os equipamentos nacionais não conseguem concorrer com os importados, o que desestimula a indústria local. A ideia do governo é valorizar a indústria brasileira que investe no país e gera empregos.

A Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) comemora o novo programa. No entanto, surge uma questão: os novos benefícios concedidos pela PAC Equipamentos vão baratear os equipamentos da saúde? Possibilitarão maior acesso de toda população as novas e modernas tecnologias, hoje muitas vezes disponibilizadas apenas para aqueles que podem pagar pelos serviços de custos mais elevados?

A redução dos juros e os investimentos governamentais comprometem-se à concessão de maior isonomia entre os equipamentos importados e nacionais, o que se entende pela diminuição dos valores cobrados hoje pela indústria brasileira, e não um aumento dos produtos importados.

Sem dúvida, com o crescimento da economia cresce o número de cidadãos com possibilidade de migração para a saúde privada, setor em que se pressupõe melhora no atendimento e mais acesso a equipamentos de alta tecnologia. Porém, o que se espera do governo é um aumento e melhora no atendimento fornecido pelo SUS, estimulando a compra de equipamentos de alta tecnologia para atender a todos e não poucos privilegiados.

Para aumento da tecnologia no sistema SUS não basta o novo programa PAC de equipamentos, mas uma série de medidas necessárias para desenvolvimento da indústria nacional de equipamentos médicos, que hoje enfrenta grande dificuldade para regulamentar seus equipamentos junto a ANS e a Anvisa, que em razão de sistemas burocráticos e lentos impedem a regulamentação  dos equipamentos nacionais.

Ainda há muito que fazer para a manutenção da isonomia nos equipamentos importados e nacionais e a diminuição dos custos destes equipamentos de forma a possibilitar a compra pelas entidades públicas e privadas, permitindo, enfim, a mais importante isonomia: a do atendimento igualitário a todos os cidadãos que procuram solução a suas enfermidades e que devem ter a sua disposição alta tecnologia de equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e laboratoriais, custeados pelo governo através do sistema SUS.

Sandra Franco é sócia-diretora da Sfranco Consultoria Jurídica em Direito Médico e da Saúde, do Vale do Paraíba (SP).



O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto