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Como potencializar fundos de desenvolvimento socioambiental

Como potencializar fundos de desenvolvimento socioambiental

15/04/2014 Luiz Fernando do Amaral

Muito se discute sobre como potencializar o papel das instituições financeiras em busca de um futuro mais sustentável.

Como criar produtos que atendam tais demandas, focados em projetos inovadores com benefícios socioambientais.

Há diversas iniciativas globais para criação de fundos públicos com esse fim. No âmbito das negociações climáticas da ONU houve a criação do Green Climate Fund, iniciativa para combate às mudanças do clima.

Bancos multilaterais, como Banco Mundial ou Banco Interamericano de Desenvolvimento, também possuem projetos para buscar uma economia mais verde. No Brasil, o Fundo Clima é capitalizado por royalties do petróleo e administrado no âmbito do Ministério de Meio Ambiente. O BNDES possui linhas para investimentos em ganhos de eficiência e agricultura de baixo carbono, operadas por bancos privados.

A maioria deles se baseia na promoção de linhas de crédito subsidiadas para atingir esses investimentos verdes que normalmente são mais custosos do que as tecnologias sujas. Focam em empréstimos baratos para empresas e pessoas físicas conseguirem realizar os investimentos necessários. Serão tais recursos suficientes para gerar mudanças em nível global?

Um relatório do Fórum Econômico Mundial estimou que precisaremos de US$ 700 bilhões para atingir os investimentos necessários no combate às mudanças climáticas em escala global. Em suas estimativas, US$ 140 bilhões é o máximo que virá de investimentos públicos, sendo necessários cerca de US$ 560 bilhões de investimentos privados. Para cada dólar mobilizado pelos governos, o setor privado precisará mobilizar 4 ou 5 vezes mais recursos.

Além de mais caros, os investimentos verdes geralmente são mais arriscados. Um empréstimo para uma pessoa com carteira assinada comprar um carro é uma operação de baixo risco. Por outro lado, o custeio de uma produção de soja está sujeito a riscos muito maiores: volatilidade dos preços, intempéries climáticas, pestes.

Já no caso de um projeto para recuperação de pastagens degradadas – ação de alto potencial no combate às mudanças climáticas no país – os riscos envolvidos são levados para um novo nível. Além de dúvidas sobre clima, preços e produtividade, há as incertezas sobre a melhor tecnologia, os resultados esperados, o longo tempo de exposição e a recuperação do investimento.

Assim, não bastam juros baratos e linhas de crédito especializadas. Apesar da redução da disponibilidade de crédito, ainda há recursos a taxas competitivas em bancos públicos e privados para esse tipo de investimento. O que muitas vezes impede essas operações é o alto nível de risco envolvido. Porém, há mecanismos para contornar esses problemas.

O Fundo Clima, citado acima, opera a partir da lógica de crédito subsidiado. O potencial desse fundo ainda foi limitado devido a mudanças na lei do petróleo que reduziram seu potencial de capitalização. Para potencializar esses recursos que estão se tornando mais escassos parte desse dinheiro poderia ser destinada para garantir primeiras perdas em alguns projetos inovadores e de maior risco. Em outras palavras, parte do dinheiro do fundo poderia ser usada como um seguro ao invés de ser utilizada exclusivamente para empréstimos. O dinheiro efetivamente destinado aos agentes produtivos viria de instituições financeiras privadas.

Obviamente, regras e requisitos seriam necessários para evitar a tomada desproporcional de risco, garantindo uma taxa de sucesso. Também seriam necessárias mudanças na legislação que estabelece o fundo. Se isso fosse feito, o potencial de alavancagem dos resultados desse dinheiro seria enorme, muito maior do que simplesmente emprestar com juros subsidiados. E se o processo for bem feito – evitando oportunistas - o dinheiro dos fundos nem seria usado já que serviria apenas como garantia.

Os recursos são escassos. É preciso espremer o limão dos fundos de desenvolvimento para que gerem os maiores resultados. Usá-los como fundos de garantia para potencializar a mobilização de recursos privados se coloca como uma boa estratégia em tempos de vacas magras.

* Luiz Fernando do Amaral é especialista em sustentabilidade e agribusiness.



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