Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Aumento de crédito na economia e destruição futura da sociedade

Aumento de crédito na economia e destruição futura da sociedade

01/09/2014 Bernardo Santoro

É simplesmente de assustar a nova resolução do Banco Central, anunciada ontem, que busca injetar mais 25 bilhões de reais na economia brasileira, reduzindo a segurança bancária nacional para calotes e corrida aos bancos, na vã expectativa de ver o consumo das famílias aumentar.

Coincidência ou não, hoje, dia seguinte à medida do BC, a empresa Serasa Experian solta o comunicado que o endividamento das famílias brasileiras bate recorde e chega a 57 milhões de pessoas. Não é exagero: mais de um quarto (25%) da população brasileira está com contas em atraso, e o Governo continua empurrando crédito goela abaixo das famílias. O motivo é relativamente simples.

Quando a sociedade como um todo consome produtos e serviços em abundância, cria-se sensação de riqueza, que pode ser falsa ou não. Essa sensação de riqueza é verdadeira quando o consumo da sociedade cresce na medida em que aumenta o nível de produtividade do país. Aumentando o número de bens e serviços, aumenta-se por decorrência o consumo de maneira sustentável.

A sensação de riqueza é falsa quando não há aumento da produtividade do país, e as pessoas estão consumindo mais em virtude de crédito barato, à custa da poupança nacional e endividamento externo. É óbvio para todos agora que a sensação de riqueza da sociedade brasileira é falsa. Mas essa sensação dá votos eleitorais, pois as pessoas ficam felizes quando consomem mais.

Já que estamos em época eleitoral, nada mais lógico, e ao mesmo tempo desesperado, por parte do Governo, do que tentar aumentar o consumo para ver se ganha mais quatro anos de mandato. Para crescer, é necessário investimento em educação, tecnologia e inovação, infraestrutura, além de aumento na competição interna e externa e redução da burocracia. Na verdade conseguimos não fazer nada disso nos últimos anos. A força do Governo na pujança do crédito barato e insustentável é evidente.

O setor privado, nos últimos anos, começou a reduzir o crescimento de concessão de empréstimos, o que é algo particularmente grave para o setor, já que ele vive disso. Só que a conjuntura econômica está tão perigosa, que até mesmo empresas que tem como objetivo emprestar dinheiro, já se veem mais cautelosas.

Por outro lado, nos últimos anos, os bancos governamentais cresceram radicalmente a quantidade de recursos despejados na economia, sendo os principais responsáveis pela completa deterioração da poupança interna nacional, além de destruir o planejamento econômico das famílias brasileiras com a tentação de créditos que as mesmas não tinham condição de absorver.

O que não foi custeado pela poupança interna foi pago pelo endividamento nacional, que de acordo com o Tesouro Nacional, está em mais de 2 trilhões de reais. No final, frente à sanha emprestadora do Governo, bancos privados acabaram por também conceder mais crédito, sob pena de perder mercado e reduzir margens de lucro.

Em suma, o Governo resolveu somar a seguinte equação: baixa poupança interna + alto endividamento + dilapidação das reservas de calote e dos depósitos compulsórios + maior taxa de endividamento privado da história do pais. Alguém arrisca o resultado?

*Bernardo Santoro é Advogado, Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ, Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ) e Diretor Executivo do Instituto Liberal.



O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto