Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Brasil e a Síndrome do Messianismo

Brasil e a Síndrome do Messianismo

03/09/2014 Natália Vilarouca

Existem algumas coisas que me envergonham no Brasil. Uma delas é o apelo messiânico que a política possui por aqui. Somos uma “nação" tradicionalmente religiosa e com complexo de inferioridade.

O que nos leva a considerar que em algum momento um líder surgirá e acabará com todos os problemas das nossas vidas e colocará o Brasil num cenário de destaque mundial. Somos um país carente que bate palmas para qualquer político chulo que nos encha de esperança e por isso somos tão suscetíveis a promessas. Qualquer um que morre vira ídolo.

Todo aquele que brade “vim de um lugar miserável, mas venci" imprime na mente brasileira a perspectiva de um salvador. Temos a síndrome do messianismo. E nada poderia ser pior para um povo cuja forma de governo é a democracia representativa. É por isso que o brasileiro adora ouvir as palavras “meu povo", “fé", “esperança", "solidariedade", "Brasil melhor", "saúde e educação para todos" e "sonho" (esta última me foi lembrada pelo professor Pedro Cabral).

Não que todas essas coisas não sejam boas, mas vindas de um político deveriam causar, no mínimo, desconfiança. Políticos não são administradores. São indivíduos que, levados por ideias e interesses pessoais, almejam controlar a máquina pública para poderem ajustar a realidade ao seu gosto. Os idealistas colocam-se como a tábua moral e salvação. Invariavelmente criam gosto pela coisa e começam o que eles chamam orgulhosamente de “carreira política".

Ora, vejam só! Estes árduos defensores da “Democracia e da República" falando em carreira política! É um discurso belo. Pena que os próprios conceitos de democracia e república impliquem necessariamente numa rotatividade de poder. Os defensores desse paradoxo dizem que o que é bom não se deve mudar. É que esses esperançosos aguardam ansiosamente a revolução que não chega. Não se muda um país em 4 anos. Não se muda um país em 8 anos. Não se muda um país em 12 anos. Não se muda um país em 16 anos.

As mudanças tardam. Nunca chegam dando nome aos bois: O PT é um partido que fez promessas demais e já vai mostrando claramente o que chamamos de inadimplemento antecipado. Vemos alguns retoques, claro. Uma mão de cal, mas a estrutura encontra-se rachada. Os inúmeros programas sociais revestem-se do que podemos chamar de imediatismo. Uma hora arruma-se a janela, outra hora a porta, mas olvida-se que a casa irá sacudir em algum momento porque a base não é sólida.

Não há um dia que não haja uma brilhante ideia de programa social e destinação de verbas. São os reparos. Infelizmente não serão os programas sociais imediatistas e populistas do PT que irão resolver os paradoxos sociais brasileiros porque temos um problema crônico: O liberalismo econômico nunca deu as caras por aqui.

Não acumulamos capital e, no entanto, acreditamos piamente que podemos importar as legislações de outros países e que o resultado será o mesmo. Sugiro que paremos de esperar o Messias e de invejar o pão alheio. Ele não virá para nos dar o pão, mas nós temos braços e é bom que na primeira chuva arregacemos as mangas para plantar o nosso próprio trigo.

*Natália Vilarouca é acadêmica de Direito da UNIFOR e Colunista do Instituto Liberal.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena