Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O erro de Dirceu foi não ter parado antes de ficar evidente

O erro de Dirceu foi não ter parado antes de ficar evidente

14/08/2015 João Luiz Mauad

Uma das minhas diversões prediletas é descobrir incoerências irremediáveis no pensamento de esquerda.

A consistência intelectual dos caras chaga a ser patética, pois o importante mesmo são as seus valores subjetivos, gostos pessoais e idiossincrasias.

Peguem, por exemplo, o notório Juca Kfouri. Em março deste ano, o valente escreveu um libelo em defesa da sua (dele) presidenta.

À época, disse com todas as letras que o brasileiro, ou melhor, a elite branca, como ele se referiu aos adeptos do “panelaço” contra Dilma, não tinha moral para reclamar da corrupção do governo, pois compramos CDs piratas, avançamos sinais de trânsito, andamos pelo acostamento e, em algum momento, também já votamos em políticos corruptos, como Collor e Sarney.

Obviamente, tratava-se de uma enorme falácia (veja minha resposta àquele indigesto artiguinho aqui). Ninguém, de fato, é santo e todos nós, em algum momento, já avançamos sinal, andamos em velocidade maior que a permitida ou fizemos uma fezinha no jogo do bicho.

Isso, entretanto, não nos tira o direito de ficar indignados com a corrupção de proporções oceânicas perpetrada pelos últimos governos petistas. Em resumo, o fato de já termos cometido infrações menores (“quem nunca pecou, que atire a primeira pedra”, já dizia Jesus Cristo) não quer dizer que sejamos obrigados a aceitar passivamente crimes infinitamente maiores e mais daninhos, como os praticados pelo PT et caterva contra o país.

Pois bem, não é que hoje, passados apenas cinco meses daquele esdrúxulo artigo, o jornalista publica no site da Folha de São Paulo algo que, além de asqueroso, contraria tudo que ele dissera antes?

De início, até pela chamada na página principal (“Por que gente milionária quer sempre mais dinheiro?”), pensei tratar-se de mais um daqueles textos atacando a ganância dos capitalistas, e já fui preparado para ler palavras cheias de inveja e preconceito.

Qual não foi a minha surpresa quando vi que suas diatribes não eram direcionadas a Steve Jobs, Bill Gates e outros empreendedores bilionários. Esses, segundo ele, são os que fazem girar a roda do capitalismo (?).

O artigo, na verdade, é um choramingo de desilusão com seu antigo ídolo José Dirceu, recentemente preso por ordem do juiz Sérgio Moro. Depois de citar Dirceu em meio a alguns outros nomes famosos “cuja ganância levou à desgraça, se não financeira, mas moral, além até da perda do mais precioso dos bens, a liberdade”, Kfouri pergunta, com aquela inocência característica dos tolos, provavelmente (e aqui concedo-lhe o benefício da dúvida) sem se dar conta do disparate que disse: “Terá compensado? Não dava para ter parado antes de ficar evidente que os meios eram ilícitos e tornar as punições inevitáveis?”

Não, caro leitor, você não leu errado. Aquele mesmo jornalista que acusara a elite branca de não ter moral, por conta de pequenos desvios éticos, de reclamar e ficar indignado com a roubalheira petista, dá a entender agora que o grande erro de José Dirceu e outros, motivados pela ganância, foi não terem “parado antes de ficar evidente que os meios eram ilícitos e as punições inevitáveis”.

Mais adiante, ainda não satisfeito, o jornalista, embora diga que “não justifica”, nos informa, com todas as letras, que considera uma atenuante o fato de alguém corromper-se, desde que não seja para enriquecimento pessoal, mas por uma causa maior. Como diz o Constantino: um saquinho, por favor, porque estou com vontade de vomitar…

* João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena