Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O ensino de habilidades sociais: essencial na educação

O ensino de habilidades sociais: essencial na educação

28/08/2015 Gisele Vitório

Encontramos hoje em nosso país um déficit em desenvolver habilidades sociais que até há pouco tempo eram menosprezadas frente a um belo currículo acadêmico.

Embora muitas vezes sejam mais requeridas que as próprias habilidades técnicas, as habilidades sociais não são ensinadas em nossas instituições de ensino.

Não temos salas de aula nem equipe escolar capacitada para o desenvolvimento de um aprendizado simples como ‘relacionamento interpessoal’ e ‘resolução de conflitos’.

Assim, vamos aprendendo com a vida, da forma mais dura e incompreensiva, que essas habilidades são tão ou mais necessárias do que qualquer outra.

Tudo poderia ser bem diferente se, ao entrar na escola, uma criança pudesse ter acesso ao ensino maciço do comportamento social básico, como pedir ajuda ao colega, esperar a vez de falar e ouvir atentamente.

Podem parecer atitudes simples, mas para uma criança não é. Crianças em fase escolar inicial são egocêntricas e se não as ensinamos como desenvolver essas competências, corremos um sério risco de que sejam adolescentes, jovens e, posteriormente, adultos individualistas, em uma sociedade onde o comum a todos se faz cada vez mais necessário.

Um exemplo básico da falta de habilidades sociais está em filas ou nos ônibus, onde jovens e adultos não respeitam a prioridade de idosos e grávidas. Seriam esses indivíduos tão culpados por não respeitar a lei do bom senso.

Provavelmente, não! Não lhes foram ensinadas algumas regras básicas de convívio e eles, duramente, terão que aprender com a vida. Pois bem, o que deve ser feito, então?

A resposta é bem clara: crianças devem aprender habilidades sociais! Não como uma nova disciplina na escola, mas sim com a oportunidade de conviver mais e melhor com os seus colegas.

Hoje estamos tomados, desde a pequena infância, aos smartphones, tablets, notebooks e outros aparelhos tecnológicos e deixamos a interação com seres humanos em segundo plano.

Mas é justamente essa interação humana a responsável pela produção de habilidades sociais muito primárias. Crianças devem brincar com crianças e não somente com aparelhos. O uso da tecnologia é essencial e devemos desenvolvê-lo, porém, ser habilidoso socialmente é essencial.

E podemos começar com simples gestos. Lembram-se das palavrinhas mágicas aprendidas na escola? Por favor, obrigada... Pois é, elas ainda existem e devem ser ensinadas em casa, quando surgem as primeiras palavras.

Ensinar a brincar com os colegas e a dividir o lanche também é parte importante da educação. Uma criança assimila muito mais por imitação. Seja o adulto exemplo para a criança! Seja o guia para que essa criança tenha um referencial.

Promova conversas enriquecidas com as crianças, propondo descobertas e desafios para elas. Estimule as brincadeiras onde a criança pode ser o líder, mas também o liderado e, após a brincadeira, explique a ela a importância de cada um dos papéis.

Recompense com afeto: abrace, elogie. Como educadores ou pais de alunos, podemos conversar, interagir, fazer com que as crianças participem de conversas sabendo sua vez de ouvir e falar, respeitando a opinião dos colegas e colocando suas opiniões de maneira assertiva.

Essas rodas de conversa devem acontecer na escola, principalmente, visto que esse é o primeiro ambiente social do aluno. E para que rodas de conversa aconteçam precisamos apenas de um assunto interessante e que todos tenham o mesmo direito a falar e ouvir.

O ensino de habilidades sociais deve ser, portanto, na prática, no dia a dia, na reflexão diária. Não se ensina uma criança a agradecer pelo presente antes de ganhá-lo, mas sim ao ganhá-lo. Educar é um ato de amor e decisão. Podemos escolher educar para passar conhecimento simplesmente, ou agregar um outro valor: passar sabedoria, ensinos que serão necessários por toda a vida.

Em qual dessas opções você educaria seu filho?

* Gisele Vitório é formadora de Aprendizagem Sistêmica na Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil; graduada em Gestão de Recursos Humanos e pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e Psicologia Organizacional.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena