Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A sacralização da marginalidade

A sacralização da marginalidade

29/08/2015 Vinícius Correia Galvão

A principal premissa que se mantém intacta, arrogando para si uma áurea de verdade inquestionável nos debates que versam sobre a criminologia, é a que trata o criminoso como um ser que, ante a influência de fatores exógenos, sente a necessidade magnética de delinqüir.

Nas análises fáticas, nossa intelligentzia (ainda mais criminosa, diga-se) preenchida por desembargadores, promotores, juristas, professores, sociólogos e outras tantas mentes iluminadas que a mídia expõe coINm o termo “especialista”, concebe o agente infrator como uma mera criatura que tem seu comportamento formatado a partir do grupo social ao qual pertence: se for pobre, seu delito é conseqüência da pobreza; se for mulher, em decorrência do machismo; se negro, uma reação contra o racismo and so on.

Resta evidente que toda e qualquer ação do ente concreto é resultante não de sua consciência individual, combinada a fatores éticos, mas de seu pertencimento a determinado grupo, hipótese ilusória que Karl Marx definiu como “ideologia de classe”.

Desde a sua origem o marxismo vem sofrendo modificações conforme suas tentativas de se estabelecer na realidade: reduzido ao pó no plano teórico pela Escola Austríaca logo no começo século XX e destruído no plano real a exemplo do fracasso soviético, ele ainda é adotado bovinamente pela classe pensante do nosso país como pressuposto básico em todo e qualquer tema que discuta questões sociais, ainda que de forma velada ou não sabida.

A principal modificação na estrutura do pensamento marxista se deu, coincidentemente, quase ao mesmo tempo em que pensadores liberais tratavam de dissecar o marxismo clássico. Com Antônio Gramsci e posteriormente com a Escola de Frankfurt, os métodos da revolução socialista mudariam do conflito terreno ao plano cultural.

Da revolução pela força, a “ditadura do proletariado” se implantaria por meio da mutação cultural, de modo a homogeneizar o pensamento de uma sociedade sem que esta se desse conta das mudanças que estariam se passando dentro de si mesma, objetivo supremo resumido nas palavras do próprio Gramsci: “o poder onipresente e invisível”.

É claro que para tal revolução se concretizar necessária seria a destruição completa da ordem vigente de dada sociedade. Subverter valores milenarmente construídos na clara tentativa de se espalhar o caos é só uma das várias estratégias revolucionárias.

Herbert Marcuse, um dos membros da Escola de Frankfurt, concebeu como nova classe revolucionária aquilo que Marx chamava de “lumpemploretariado”; narcotraficantes, assaltantes, seqüestradores e genocidas são os principais agentes dessa classe que teria por fim “corromper o Ocidente ao ponto de fazê-lo feder”, nas palavras de Willi Munzenberg (um dos fundadores da Escola de Frankfurt), e de “despertar os germes da confusão e do mal-estar”, nas palavras de Louis Aragon, poeta do Partido Comunista Francês.

O incentivo que nossa classe pensante e mídia concedem aos marginais de qualquer espécie, seja justificando seus crimes ante elementos abstratos (“sociedade injusta”, “falta de oportunidades”, etc.), seja dificultando e criminalizando qualquer ação que tenha por fim coibir a prática delituosa (redução da maioridade penal, apoio ao estatuto do desarmamento, etc.), opera dentro da lógica revolucionária, pervertendo a consciência moral brasileira, que nada acha de alarmante em ser a nação mais assassina do mundo.

Mas nenhuma dessas informações é válida ou relevante para a nossa classe letrada que, tão perfeitamente doutrinada, se limita a reproduzir slogans de arranjos emocionais e a responder com ódio irracional quem quer que contraste com sua sandice.

* Vinícius Correia Galvão é estudante do 3o ano de Direito da Universidade Estadual de Maringá – UEM e Especialista do Instituto Liberal.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena