Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Por que a nossa indústria não é competitiva?

Por que a nossa indústria não é competitiva?

09/11/2015 Corrado Vallo

Não podemos deixar de mencionar a falta de uma visão de longo prazo das metas do governo.

Nesse momento de crise, a competitividade poderia dar ao país o fôlego necessário para equilibrar as balanças que são a fonte de preocupação de ministérios, bancos centrais, empresários e, por fim, se refletem na cadeia toda de consumo, indicador final do bem estar e satisfação de todos os brasileiros.

A nossa falta de competitividade está entranhada na vida dos brasileiros, começa com o apetite desmedido pelos juros elevados, os tributos elevadíssimos e sem a mínima correspondência em benefícios e o câmbio completamente fora de sua verdadeira grandeza.

Além disso temos uma máquina estatal extremamente burocrática, uma falta de investimentos em educação e uma falta de investimentos produtivos, com incentivo constante impulsionado pela inflação ao investimento especulativo.

Não podemos deixar de mencionar a falta de uma visão de longo prazo das metas do governo bem como a falta de um maior incentivo governamental às empresas de tecnologia.

Deve-se mencionar ainda o castigo imposto pelo governo à empresa nacional no que tange a financiamentos em longo prazo e a juros razoáveis por organismos como o BNDES à pequena e média empresa e o custo incompreensivelmente mais alto das matérias primas localmente.

Com juros extorsivos para quem precisa tomar dinheiro e convidativos para quem quer especular, logicamente neste caso a especulação ganha; para que investir com a SELIC de 14,25% se posso ganhar 20% especulando? Na Europa, por exemplo, é o contrário.

Os “juros especulativos são 1 a 2%, mas o lucro gerado pelas empresas gira entre 8% e 10%. O termo competitividade está intimamente ligado ao termo produtividade, que por sua vez está ligado ao termo educação e ao desempenho do trabalhador, que no Brasil é baixo.

Por exemplo, minha produtividade não pode ser elevada se minha empresa produz 100 equipamentos por mês e meu concorrente no exterior produz 1000. Nestas quantidades reduzem-se os custos em toda a escala de produção, desde a compra dos materiais até a inatividade do pessoal.

Além do mais, a produção de 1000 bombas no lugar de 100 obriga a investir em maquinário e métodos mais modernos, operando com linhas de produção mais eficientes para melhorar os resultados. O fato é que a nossa pobre indústria está se esvaindo, tentando sobreviver.

Há alguns anos atrás participávamos em 32% na formação do PIB, e hoje mal e mal chegamos a 12%. Nada fala mais claro do que este dado. O empresário hoje é o herói anônimo tentando sobreviver com sua indústria que vem vindo, talvez há gerações, e que se não houver transformações radicais na política atual, não irá sobreviver por muito tempo. Além disso, a matéria prima que compramos é geralmente mais cara do que no exterior.

Por quê? Por que, por exemplo, um quilo de ferro fundido deve custar mais no Brasil do que custa na Itália, que no final das contas importa o minério ou o ferro gusa do Brasil?

O fato é que se nada for feito, no túmulo da indústria brasileira, dentro de alguns anos encontraremos o seguinte epitáfio: “Aqui jaz a indústria brasileira que já foi florescente e que morreu por vontade governamental – Requiescant in Peace – Amem”.

* Corrado Vallo é diretor presidente da Omel S.A e vice-presidente da ABIMAQ.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena