Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Atividade física: menos técnica e mais entendimento humano

Atividade física: menos técnica e mais entendimento humano

25/05/2016 Cristiano Parente

É preciso mudar a forma como se pensa e, principalmente, como se transmite a atividade física.

Nos últimos dias, um estudo sobre a eficácia da realização de um minuto de intenso exercício físico foi amplamente divulgado pela imprensa nacional e internacional.

O novo método, tido como ideal para quem não gosta ou não dispõe de tempo para a prática de atividade, entretanto, chama a atenção para algo muito mais complexo e profundo.

Coloca a sociedade para pensar naquilo que deseja pra si. É cada vez mais comum a divulgação e repercussão desse tipo de informação.

Quanto tempo de exercício fazer? Um minuto é válido? Três vezes por semana, talvez? Sempre se discutiu a real necessidade que temos de exercício: duração, frequência, intensidade, formato, etc.

A grande verdade é que a busca por minutos preciosos no dia a dia tão acelerado, somados à falta de capacidade de se pensar modelos de atividades físicas que não fossem tão chatos tornaram essa necessidade de encurtar ou diminuir o tempo quase numa obsessão.

Se pararmos para uma reflexão, observaremos que estamos tentando empurrar o exercício goela abaixo da sociedade, num formato chato e nada agradável, que dói, faz as pessoas suarem e que, somado à falta de entendimento, se transforma em desmotivação.

Isso faz com que muitos desistam sem ter permanecido tempo suficiente para obter resultado. E nessa toada, pesquisadores buscam soluções para que a atividade física não dure muito, para que as pessoas possam se livrar dela rapidamente.

A resposta ideal para a pergunta sobre quanto tempo de exercício cada um precisa fazer é mais ou menos o tempo de sua vida. Sim. Temos que fazer exercício durante a vida toda. Como exercício, entenda-se a realização de movimentos, que não necessariamente precisam ser dentro da academia ou com roupa de ginástica.

O movimento pode ser realizado no trabalho, quando existe alguma demanda física acima da sua média normal de vida. Também pode ser durante seus deslocamentos, seja para o trabalho, seja para a escola, ou ainda em clubes, parques ou outros ambientes que vão além da academia.

É preciso mudar a forma como se pensa e, principalmente, como se transmite a atividade física. Pense: quando faz algo que lhe agrada, diverte e que te gera boas sensações, se preocupa em realizar tal ação no menor espaço possível de tempo ou gostaria de fazê-las por mais tempo, mais vezes e com mais calma?

Para os exercícios, porém, o que acontece é justamente o oposto. O problema está no modo como as atividades são empurradas para as pessoas. Sem a exata compreensão sobre a importância, os benefícios e a dinâmica envolvida na realização de cada movimento, a atividade fica chata, cansativa, repetitiva, além de dolorida, um verdadeiro convite ao sedentarismo.

A prática de atividade física pode representar a diferença entre uma vida mais saudável e divertida e uma vida com mais doenças e menos qualidade. Pode, inclusive, representar a diferença de, lá na frente, viver alguns anos mais. A atividade física tem imensurável valor vital.

Mas, para que possa gerar todo esse valor, ela precisa ser regular, ser realizada ao longo de toda uma vida. E o grande segredo para fazer algo de maneira regular ao longo de tanto tempo é torna-lo agradável, e não menos pior.

É pensar em transformar a experiência do exercício em compreensível e prazerosa. Os profissionais de ponta da área de educação física estão realizando essa transformação de maneira muito inteligente, tornado o exercício amigável para o usuário, com conteúdo, psicologia, comunicação, marketing, gestão inteligente e, principalmente, pensando em pessoas antes de técnicas.

É possível fazer com que todos sintam vontade de praticar exercício. Basta adaptar a atividade para as pessoas e não as pessoas para a atividade. O que não é possível é querer que façam algo que não gostem de maneira obrigada e que está provado cientificamente que não gera resultado consistente.

Quando os profissionais se especializam em pessoas e não primordialmente em técnicas, principalmente com aquelas que têm dificuldade de começar e dar sequência no exercício – e que representam mais de 90% da população mundial -, os resultados conseguidos em termos de conversão em definitivamente ativas são absolutamente incríveis.

Essa transformação é fundamental. Enquanto apenas as técnicas de treinamento forem estudadas se pensando em efetividade numérica pura e simplesmente pela fisiologia que seria a ideal do corpo, como se as pessoas fossem máquinas, nada se conseguirá.

* Cristiano Parente é professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena