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(Novas) tendências no lobby e em comunicação estratégica?

(Novas) tendências no lobby e em comunicação estratégica?

09/07/2016 Andréa Gozetto e Renard Aron

A forma de comunicar posicionamentos deve tocar o coração, não somente as mentes.

A atividade de relações governamentais tem como objetivo mudar políticas públicas através de um diálogo contínuo entre o poder público e a sociedade.

O cresceste poder da opinião pública e o protagonismo da sociedade civil neste processo merece maior atenção dos profissionais de relações governamentais, principalmente no que se refere a ampliação do escopo das atividades de lobby.

Observe-se a ação de alguns grupos de interesse que tradicionalmente se utilizam de estratégias diretas de lobby e que tem buscado diversificar seu arsenal, passando a lançar mão de estratégias indiretas.

A campanha “Não vou pagar o pato” da FIESP e o Boletim “CNI em Ação” de novembro de 2015, no qual os industriais são incentivados a enviar e-mails para a Casa Civil da Presidência da República com o objetivo de pressionar o governo a dar andamento a acordos internacionais já negociados são excelentes exemplos.

É interessante notar que entidades como a COBAP que representa os aposentados, pensionistas e idosos também mobiliza a sua base através de abaixo assinados e, ao mesmo tempo, mantêm forte presença junto aos parlamentares, principalmente no Senado Federal, participando de reuniões na Casa e contribuindo para o lançamento da “Frente Parlamentar em defesa da Previdência Social”.

Nos exemplos acima a sociedade se manifesta via entidades representativas de um setor ou grupo com interesses comuns e bem definidos. Estratégias de “grassroots”, ou mobilização da base de apoio são utilizadas tanto pelos empresários, no caso da CNI, quanto pelos aposentados, no caso da COBAP.

Vê-se, no entanto, que a sociedade está se engajando cada vez mais em temas de seu interesse sem depender da liderança de entidades representativas, mas participando do debate público via “click” espontâneo do computador, onde o confronto de ideias se dá em plataformas como Youtube, Facebook e Twitter.

A participação política, a expressão de pontos de vista e a pressão direcionada aos tomadores de decisão não se restringe mais ao Congresso Nacional ou ao Poder Executivo. Porém, grande parte das entidades representativas permanecem atuando da mesma forma, deixando de aprimorar as suas estratégias de lobby.

Enquanto isso, nos E.U.A. as “issue advocacy NGOs” (ONGs engajadas em advocacy) tem demonstrado efetividade ao canalizar o sentimento coletivo e comunicar-se através de uma linguagem visual e emocional. Diversos exemplos podem ser apresentados, tais como a campanha do Greenpeace no Youtube (VW: The Dark Side), no Twitter (#VolkswagenScandal) e no Facebook que ataca a Volkswagen desde 2011 devido a sua posição quanto a propostas pela restrição da emissão de CO2 na Europa.

O vídeo do Greenpeace leva a “batalha” sobre o controle das emissões de CO2 para as redes sociais e coloca em xeque a reputação da empresa. Outra campanha de grande impacto promovida pelo Greenpeace foi a que versava sobre a associação estabelecida entre Lego e Shell, haja vista que a Shell se posicionou a favor da exploração do petróleo na Antártica.

O grande sucesso do vídeo (LEGO: Everything is NOT awesome) com mais de 7.5 milhões de visualizações e a campanha de coleta de assinaturas a ele associado levou o Lego a terminar sua parceria com a Shell.

Em um ambiente mais aberto, onde o debate sobre políticas públicas não mais permanece restrito aos corredores do poder é necessário construir uma estratégia de comunicação em políticas públicas diferente, mais moderna e conectada com as novas tecnologias da informação.

Considerar essa questão é especialmente importante quando se trata de mudar a opinião ou a atitude do tomador de decisão, pois este não pode ser tratado de forma isolada e desconectada do seu entorno. Argumentos técnicos continuam importantes, mas a forma de comunicar posicionamentos deve tocar o coração, não somente as mentes.

*Andréa Gozetto é cientista política, pós-doutora em administração pública e coordena o curso de MBA em Economia e Gestão – Relações Governamentais do ISAE/FGV, de Curitiba. Renard Aron é vice-presidente de Relações Governamentais para América Latina do Grupo Johnson & Johnson.



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