Portal O Debate
Grupo WhatsApp

CPI DO BNDES – Vingança ou apuração?

CPI DO BNDES – Vingança ou apuração?

07/06/2017 Bady Curi Neto

O Congresso aprovou uma CPI para investigar a delação da JBS e negócios com o BNDES.

Há muito ventila-se que os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são uma caixa preta, utilizados para favorecimento de empresas em troca de vantagens financeiras ilícitas (corrupção).

O anterior governo abriu os cofres do BNDES, segundo noticiado pela imprensa, para empreiteiras realizarem obras no Brasil e no exterior em condições especialmente privilegiadas, o que coloca tais empréstimos sob suspeitas.

A quem diga que o escândalo dos empréstimos do BNDES às empreiteiras e outras empresas pode ser maior do que o Petrolão. Apenas entre os anos de 2003 a 2015 foram financiados às empreiteiras investigadas na operação Lava Jato, para trabalhar fora do Brasil, quase 14,5 bilhões de dólares.

A triste história, sob suspeita, investigada pelo Ministério Público e pela PF, começa a tomar ares de realidade e a chegar aos ouvidos dos brasileiros, através da delação ou colaboração premiada dos dirigentes do grupo empresarial JBS, demonstrando que o esquema do BNDES não cingisse apenas as empreiteiras.

Segundo trechos do vazamento da colaboração de Joesley Batista, sócio do Frigorífico JBS, realizada com a Procuradoria da República e homologada pelo STF, a empresa exercia influência sobre o BNDES, através do ex-Ministro da Fazenda Guido Mantega, para conseguir empréstimos em condições mais favoráveis.

Dos empréstimos conseguidos junto ao BNDES, eram repassados, a título de corrupção, o importe equivalente a 4% (quatro por cento) para ser distribuído entre o PT e seus aliados.

Segundo Joesley e demais dirigentes do grupo JBS, Dilma e Lula, possuíam uma conta corrente no total de U$ 150.000.000,0 (cento e cinquenta milhões de dólares) em nome da empresa no exterior. Há um envolvimento de vários parlamentares de distintos partidos políticos, sendo citados centenas de beneficiários.

Por óbvio, a primeira reação dos envolvidos é a total negação e a tentativa de desqualificar as colaborações premiadas, como não surtiu o efeito desejado, o Congresso aprovou uma CPI para investigar a delação da JBS e negócios com o BNDES.

Claro que à primeira vista a colaboração dos dirigentes da JBS, soa indiscutivelmente como excessivamente benéfica, mas os brasileiros têm ciência apenas do que foi vazado, não tendo conhecimento de sua íntegra e o que levou o acordo e sua homologação pelo STF.

Neste diapasão tem que se ter em mente que o direito premial visa primeiramente a sociedade, que sem os benefícios concedidos ao acusado ou investigado, não teriam como apurar todos os crimes delatados.

Por outro lado, soa-se, no mínimo estranho a reação do Congresso Nacional, com vários de seus membros envolvidos e delatados pela JBS, abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito, contra fatos que já estão sendo investigados e sob a mira da Justiça.

A função da CPI é investigativa de fato determinado e relevante para a vida pública, uma vez que não pode punir, condenar, o investigado, sendo este papel exclusivo do Poder Judiciário.

Uma CPI com tantos parlamentares envolvidos nas delações premiadas da JBS, de fatos que já estão sendo devidamente apurados e investigados, poderia ser intitulada, CPI da Vingança Política.

* Bady Curi Neto é advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).



O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto