Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Reflexões sobre negociações

Reflexões sobre negociações

18/03/2018 Edmarson Bacelar Mota

Todos nós negociamos muitas vezes a cada dia.

Um bom líder, por exemplo, precisa pelo menos saber motivar sua equipe, obter a colaboração de pares e auxiliar seus projetos, administrar expectativas e conseguir o apoio de superiores, sócios e demais stakeholders, incluindo a sociedade, seja parcial ou integralmente e conseguir a orientação de seus clientes, a cocriação com e o seu aceite de produtos/ serviços.

Profissionais de vendas e de compras trabalham negociando praticamente o tempo todo. Os vendedores, para aumentar suas probabilidades de sucesso em viabilizar negócios, buscam recursos internos e condições, incluindo crédito, de um lado, e de outro interagindo com o cliente no levantamento de informações sobre seus desejos e necessidades, incluindo características e benefícios esperados da solução, ideias a respeito dela, orçamento e prazo.

Os compradores otimizando processos de compra, qualidade, preços, condições de pagamento e de entrega. É comum precisarmos obter a colaboração de pessoas sobre as quais não temos posição hierárquica superior, na busca de nossos objetivos. Na vida pessoal não é diferente. Na educação de filhos, nas relações com cônjuges, sobre o futuro desejado, sobre criação dos filhos, a divisão de tarefas e responsabilidades e tantas outras coisas e com pais, irmãos e demais parentes, amigos, vizinhos etc.

Há situações em que uma negociação mais competitiva pode ser indicada, em especial quando os relacionamentos não forem importantes e a disputa envolver uma única variável, o chamado "bolo fixo" ou "jogo de soma zero", em que tudo que uma parte ganha necessariamente a outra perde.

Por exemplo, imaginemos uma prova como o ENEM ou um concurso público em que se deve levar uma caneta esferográfica preta, de corpo transparente e chegar pontualmente. Se dois candidatos chegassem em cima da hora, sem a caneta e ouvissem um vendedor ambulante anunciando sua última caneta, não restaria alternativa a não ser competir, fosse tentando chegar ao vendedor mais rápido que o outro ou oferecendo pagar um valor mais elevado que o outro.

No entanto, isso é muito mais raro do que tendemos a acreditar. Há mais benefícios em se abordar uma negociação de forma colaborativa sempre que os relacionamentos forem importantes ou for possível, como enxergar diferentes pontos de vista e perceber diferentes formas de atender as partes; por exemplo, se em prova semelhante fosse necessário um determinado lápis em vez da tal caneta, os dois poderiam quebrar o lápis, dividindo-o entre ambos ou acrescentar uma outra variável à negociação, aumentando as chances de se chegar a uma composição ganha-ganha.

Exemplificando essa última situação, na compra de um carro novo, quando as condições em discussão ainda não são suficientes para a produção de um acordo, mesmo já tendo sido consideradas outras variáveis como preço do usado, valores e prazo de parcelamento etc., talvez a inclusão de um seguro possa ajudar a fechar o negócio, se o comprador perceber que teria que comprar o seguro de qualquer jeito e o vendedor considerar abrir mão de sua comissão, ou de parte dela, para oferecer um desconto maior ao cliente, dando prioridade à comissão que ganhará na venda do carro.

Enfim, a vida em sociedade, incluindo nosso lado profissional, exige muito mais frequentemente a tomada de decisões e a criação e manutenção de acordos e relacionamentos que considerem o longo prazo e que, portanto, devem ser benéficos para os envolvidos, com a cuidadosa composição dos interesses de todos. Como benefício adicional, a colaboração aumenta a probabilidade de que os acordos sejam cumpridos.

* Edmarson Bacelar Mota é coordenador do MBA em Gerenciamento de Projetos e do MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores do ISAE – Escola de Negócios.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena