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Uma leitura sobre o High Level Regional Forum

Uma leitura sobre o High Level Regional Forum

06/06/2018 Norman de Paula Arruda Filho

O que as escolas, as empresas e os governantes podem fazer para atingirmos os ODS?

Quantos projetos podem ser construídos por meio de parcerias? Qual a força da integração nesse processo? Como mobilizar diferentes setores da sociedade para se tornarem protagonistas na busca pelos Objetivos Globais?

Essas foram algumas das perguntas que buscamos responder no encontro internacional High Level Regional Forum que aconteceu no Museu do Olho em Curitiba nos dias 17 ou 18 de maio.

Debater a implementação dos ODS no âmbito das cidades na presença de autoridades governamentais e ainda discutir sobre o alinhamento entre as iniciativas da ONU: Pacto Global, PRME, PRI e Cities Program trouxeram à tona a importância e o poder da integração de cada um desses atores para o desenvolvimento sustentável.

A ocasião também foi ideal para confirmarmos a posição de destaque que o Paraná possui visto sua atitude vanguardista nesse sentido. Haja vista, as empresas precursoras do Pacto Global no estado: a Copel foi primeira signatária paranaense, seguida de O Boticário, em terceiro contabilizamos nada menos que a Associação Comercial do Paraná (ACP) e na sequência a FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), seguidas de uma quantidade imensa de empresas que responderam a uma intensa mobilização liderada pela Prefeitura Municipal de Maringá que, na época, se tornou a primeira prefeitura signatária da iniciativa das Nações Unidas.

Conforme pontuado por Carlo Pereira e Javier Cortez, Head do Pacto Global Brasil e do Pacto Global das Américas, respectivamente, tais ações fizeram com que o Paraná fosse responsável por 30% das empresas signatárias do PG, nos colocando em uma posição de destaque nacional e internacional.

Como um dos protagonistas desse movimento, vejo que a tônica adotada com relação a isso possui um forte caráter dualista. Ou seja, a história que reflete esse quadro evidencia uma cultura paranaense que, se por um lado nos dá certa vantagem nesse ranking mundial, por outro ponto reflete uma série de desafios muitos grandes a serem enfrentados.

O Paraná tem na sua realidade uma enorme capacidade de realização e de integração - requisitos básicos para o PG e o PRME –, mas que irão exigir muito mais no que tange às articulações para a implementação e, consequente evolução UN Cities Program, cujo escritório está baseado em Melbourne na Austrália e no evento do High Level foi representado por Michael Nolan.

Isto porque nós vivemos e sentimos que o drama da evolução do mundo acontece no âmbito das cidades e, portanto, precisamos pensar em soluções integradas que visem o bem-estar de todos os envolvidos nesse processo com foco no futuro.

Nas colocações de Rafael Greca, prefeito de Curitiba, e de Silvio Barros, representando o Governo do estado, ficou muito claro que as ações governamentais estão focadas nessas melhorias e podem ser complementadas ao grande potencial das empresas e indústrias que possuem uma capacidade de realização muito importante para a história do Paraná.

Ou seja, ao unir representantes nacionais e internacionais da ONU; de empresas como a Copel, a Votorantim, a Itaipu; membros de iniciativas locais como o CPCE – Comitê Paranaense de Cidadania Empresarial e o CASEM – Comitê de Sustentabilidade Empresarial da ACP; representantes dos Governos municipal e estadual; e especialistas de instituições de ensino em um mesmo local e com o mesmo propósito, o High Level Regional Forum demonstrou que há cada dia mais atores nessas articulações e se consolidou como um marco da mobilização necessária para alcançarmos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Melhor ainda foi conquistar isso frente a um auditório cheio de pessoas comprometidas com a transformação para um futuro melhor. A grande adesão do público ao evento só mostrou que estamos no caminho certo. Sem dúvida é muito interessante quando as pessoas começam a entender o processo da sustentabilidade.

Começam a buscar o porquê dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Se questionam sobre qual o seu papel na dinâmica dos ODS, o que isso pode fazer e qual resultado pode trazer para o futuro das novas gerações.

A partir disso, é possível enxergar o poder das parcerias, das articulações e da integração de diferentes segmentos sociais. Mas principalmente, é fundamental para reforçar a posição da escola como articuladora, responsável por um papel fundamental na relação sinérgica necessária para o desenvolvimento da cidade, do estado, do país e até mesmo, no cenário internacional em projetos interculturais e interdisciplinares.

A importância que vemos no andamento de um evento deste porte, onde a pluralidade das soluções que foram apresentadas busca traduzir o desafio da participação de cada um de nós para que consigamos atingir essa meta fantástica chamada de Objetivos Globais, reforça que não há regra geral.

Há sim intenções, iniciativas e aprendizados durante essa caminhada. Para superarmos esse desafio existem vários passos. Eu acredito que a educação é o caminho pelo qual mais rápido se chega e que mais eficientemente contamina os demais setores e atores da sociedade a se envolverem nesse processo e se tornarem protagonistas da mudança.

A educação tem o poder de transformar, mas depende fundamentalmente de um negócio chamado “gente”. E a gente tem que acreditar para conseguir mudar.

* Norman de Paula Arruda Filho é Presidente do ISAE – Escola de Negócios, conveniado à Fundação Getulio Vargas, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE/FGV, e Coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP).

Fonte: IRR Comunicação



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