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O repasto e a prodigalidade de D. Pedro

O repasto e a prodigalidade de D. Pedro

18/10/2018 Humberto Pinho da Silva

A prodigalidade de D. Pedro a distribuir condecorações.

Quando, a 8 de Julho de 1832, às duas da tarde, D. Pedro desembarcou, em Mindelo (Portugal) – acompanhado por 8300 soldados: (7500 portugueses, e 800 mercenários, “da pior classe”, segundo João Ameal) – teve fome.

Deambulou, ao acaso, pela praia. Chegando a pequeno lugarejo, entrou em modesta venda, perguntando, o taberneiro, o que havia para comer. Respondeu-lhe o homem:

- “Tenho, fanecas, frescas, e fritas…”

D. Pedro abancou-se junto a mesa de pinho, escrupulosamente esfregada, e saciou-se com fanecas. Emborcou boa pinga, e acompanhou com generoso naco de broa amarela. Ao pagar, verificou que não trazia dinheiro, e disse com expressiva gravidade de Real Senhor:

- “Agora as fanecas têm mais um “f”: fanecas, frescas fritas, e fiadas…”

E saiu, solenemente, perante o atónito homem, que conhecendo, que na praia, existia esquadra, fortemente armada, limitou-se a sorrir. Sorriso forçado e amarelo… Foi assim a primeira refeição, em terras portuguesas, de D. Pedro.

Como se sabe, as tropas liberais, invadiram a cidade do Porto, comandadas pelo Almirante inglês Sortórius. Tomaram o quartel da Serra, em Gaia, aos miguelistas. Participaram nessa refrega, entre outros: Garrett, Alexandre Herculano, José Esteves e o Marquês de Sá da Bandeira, comandados pelo Major Schwaibach. Veria D. Pedro, falecer, dois anos depois, a 26 de Setembro de 1834, no Palácio de Queluz.

O que me levou abordar o assunto, não foi o frugal repasto, mas a prodigalidade de D. Pedro, a distribuir condecorações. Aliás, em Portugal, sempre foi assim. Já em 1607, em carta dirigida ao Rei, Diogo Couto, dizia:

“Eu não peço a S. Majestade que me faça fidalgo nem que me dê o hábito de Cristo, porque o mundo está tão cheio deles, que inda hei de ser conhecido por homem que não tem hábito.” (“Soldado Prático” - Sá da Costa. Ed. 1954, Pag. 7 do prólogo)

Sou testemunha disso: na minha ascendência, pelo lado paterno, tenho duas Torres Espadas, concedidas por D. Pedro:

Uma, é de Manuel Duarte de Paulos, que homiziado, lutou no Batalhão dos Polacos, no Baluarte da Serra do Pilar. Outra, de José de Pinho – mestre - carpinteiro, – pai do industrial e grande capitalista, Caetano Pinho da Silva, e avô do escultor Francisco da Silva Gouveia.

Como se vê, as condecorações, as comendas, e agora os doutoramentos honoris causa, são honrarias tão vulgares, que qualquer dia, quem as não tem, será conhecido, como Diogo Couto (o homem que não era fidalgo nem tinha hábito.) como: não é: doutor nem comendador…

Devo esclarecer, para minha vergonha, que não sou tão valente, como meus antepassados; e muito menos duvido, que lhes faltasse merecimento. Se as receberam, é porque, certamente, as mereceram.

* Humberto Pinho da Silva

Fonte: Humberto Pinho da Silva



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