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Covid-19 – Venhamos e Convenhamos

Covid-19 – Venhamos e Convenhamos

19/03/2021 Bady Curi Neto

Não é novidade que o nefasto e pandêmico COVID-19 tem mudado a vida de todos.

Não conheço ninguém, ao menos do meu relacionamento pessoal, que não tenha um amigo, um parente, que o tenha contraído ou sucumbido.

Por ser um vírus que alcança todas as pessoas indiscriminadamente, sejam ricos, pobres, velhos, adultos e até mesmo crianças em tenra idade, o medo, ou melhor, o pânico tem assombrado a população com o justo receio da infecção e da morte prematura.

A novel doença despertou a procura de soluções paliativas, enquanto não obtivesse uma medida efetiva para cura, surgindo divergências médicas, científicas, todos em prol de um bem maior: poupar vidas.

Criaram hospitais de campanha em velocidade recorde. Relativizaram a legislação de regência no tocante a licitação, o Governo Federal repassou bilhões aos Estados e Municípios para o enfrentamento do vírus.

Determinaram lockdown não como solução para doença, mas para que a onda de contaminação fosse mais branda e sem que ocorresse o colapso na rede hospitalar, como está ocorrendo.

Nosso representante maior, com seu vernáculo pouco litúrgico e com a incontinência verbal que lhe é peculiar, deu munição para os oposicionistas do “quanto pior melhor”, recebendo a pecha de negacionista.

Pergunto: De quem é a culpa? Do presidente, dos governadores, da oposição, das mídias, dos médicos que defenderam tratamento precoce sem a devida comprovação científica?

A resposta não há de ser simplista. Venhamos e convenhamos:

Nosso sistema de saúde está sucateado há anos. Reportagens e mais reportagens já demonstravam pessoas simples, de menor poder aquisitivo, à espera de tratamentos, vagas em hospitais, exames, etc.

Com aumento da busca por internações devido ao Covid-19, era óbvio o colapso daquilo que já estava sucateado, só que agora atingindo as pessoas de maior poder aquisitivo.

A realidade é que os governos que antecederam sempre viraram as costas para saúde pública, amenizando os problemas, mas nunca em busca de uma solução correta, digna e definitiva.

Há poucos anos, para recepcionar a copa do mundo, preferiu-se investir (no circo) com a criação de Estádios de Futebol em vez de hospitais.

Um governante chegou a dizer: “que ser contra copa do mundo por falta de hospitais é um retrocesso”. Um famoso ex-jogador de futebol textualizou: “que não se faz copa do mundo com hospital. Tem que fazer estádio”. Estes pequenos exemplos demonstram que a saúde pública nunca foi a prioridade de outros governos.

Lado outro, onde estão os hospitais de campanha abertos a toque de caixa no início da pandemia? Fecharam antes de debelado a Covid-19.

A dita segunda onda veio e o caos se instalou. Não por culpa do atual governo federal, mas por um descaso histórico com a saúde pública.

O atual Governo, segundo o portal (https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-publica/2021/02/governo-federal-repassou-mais-de-R%24-420-bilhoes-para-os-estados), atualizado em 01/03/2021, repassou mais de R$ 420 bilhões de reais para os Estados entre suspensão de dívidas e repasse de valores diretos aos caixas dos Estados e Municípios.

O que foi feito com este dinheiro? Lembra-se que os Estados e Municípios, por força de lei e de decisões da Suprema Corte, têm autonomia no enfrentamento da Covid-19, por certo que não isenta a responsabilidade da União.

Destaca-se, por oportuno, que o Governo Federal editou Medida Provisória, para permitir a importação de insumos para a fabricação da vacina, com pagamento antecipado, o que era vedado.

Tal medida foi de suma importância, eis que havia dúvidas se o Governo poderia importar vacinas ou insumos para sua fabricação, antes da aprovação da Anvisa e pagamentos antecipados (o que poderia ser configurado como improbidade administrativa), autorizando a MP, inclusive, a Agência permitir a compra de vacinas contra a Covid-19, quando aprovadas pelas autoridades sanitárias dos EUA, União Europeia, Japão, China ou Reino Unido.

Já o famigerado lockdown divide opiniões. Os favoráveis, geralmente pessoas abastardas economicamente, professores ou funcionários públicos, que não necessitam estar presentes no trabalho dia a dia para a mantença de suas famílias, defendem por óbvio as severas restrições.

Já os contras, aqueles que necessitam do trabalho, os mais humildes, para sobrevivência e colocar comida em casa para si e sua família são brasileiros que não possuem reservas para subsistência, tais como ambulantes, vendedores de lojas, pessoas na informalidade, diaristas, taxistas, porteiros de edifícios, enfim, a grande massa da população.

Some a isto as pequenas empresas, módicos comerciantes, que correm o risco de fecharem as portas. No entendimento destes obreiros e microempresários, o risco da contaminação pela Covid-19 é menor do que a fome, verdade seja dita.

A opinião dos governadores, prefeitos e o próprio Presidente divergem. Não podemos perder de vista que o Brasil é composto de aproximadamente 5.570 municípios, cada qual com sua realidade socioeconômica.

Não há como ser dado o mesmo tratamento para um estado inteiro. Só Minas Gerais é maior do que vários países Europeus.

Nosso país tem a extensão continental, o que por se só, não há comparação com a realidade de outras nações.

Será que o lockdown tem efetividade nas comunidades mais simples, onde sequer a polícia consegue entrar para coibir milícias e traficantes?

A grande maioria dos moradores destas comunidades necessitam de trabalhar no dia a dia para sobrevivência. Em suas casas simples não há como exigir que todos se recolham durante o dia, dado aos diminutos metros quadrados.

O ficar em casa é fácil, desde que você tenha uma geladeira abarrotada, espaço para circular, internet, TV a cabo, entre outras mordomias, que, assim como eu, entendemos como necessidade básica. Infelizmente esta não é realidade da maioria da população.

Sei que a solução é difícil, sendo impróprio chamar de negacionista aqueles que defendem uma maior abertura do comércio.

Apequenar a discussão é não conseguir enxergar a realidade dos menos favorecidos, que estão lutando pelo direito de trabalhar, por conseguinte colocar comida em sua casa.

Digo isto com muita tranquilidade, fácil, para mim, submeter as regras restritivas, resido em um apartamento de 300 metros quadrados, juntamente com dois filhos, com televisões em todos os quartos, mesa de sinuca, varanda com churrasqueira, home theater, situado em um edifício com quadra de tênis, academia, piscina, sauna, porteiro, vigilante e funcionários da limpeza.

Quando estou estressado, pego meu carro para dar uma volta e nos finais de semana vou para minha casa de campo.

Mas esta não é a realidade de 80% da população que não tiveram a mesma oportunidade de estudo, trabalho e dedicação. Há de se governar para 20% da nação (se a esse percentual chegar) ou para 80%?

O risco da Covid de hoje pode representar a fome do amanhã, o desemprego e o aumento da violência. Talvez, se tivesse na situação deste percentual expressivo, preferiria correr o risco da Covid à certeza do desemprego e da fome.

Por outro lado, imputar culpa nas tentativas de tratamento precoce quando nada tínhamos em mãos para o enfrentamento do Covid-19 é um contrassenso.

Sabe-se que um estudo científico demora anos para sua confirmação. Os remédios e tratamentos paliativos não mataram ninguém, assim como não comprovado cientificamente a diminuição da carga viral.

A ciência de hoje pode ser a insciência do amanhã. Alguns hospitais, profissionais da medicina, indicam o tratamento, outros não. Hoje o caminho certo é a vacinação, aprovada recentemente.

Quanto ao vernáculo ou mesmo a verborragia do Presidente, fica fácil criticarmos, mas as pessoas, em sua maioria, votaram nele contra uma esquerda que nada fez, inclusive sucateando a saúde, dando preferência a Estádios a Hospitais.

Fica a reflexão para os negacionistas da fome, do desemprego, da economia e dos menos favorecidos economicamente!

* Bady Curi Neto é advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário.

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Fonte: Naves Coelho Comunicação



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