Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Jogos para enfrentar a crise

Jogos para enfrentar a crise

22/09/2021 Gilson Schwartz

O mundo do trabalho nunca mais será o mesmo.

A avalanche provocada pela pandemia de Covid-19 levou uma parcela significativa dos trabalhadores para um lugar que é também mais um anglicismo: estamos muitos em "home office", diluindo ainda mais as fronteiras de tempo, espaço e afetos entre vida profissional e vida pessoal, enquanto o desemprego bateu às portas de milhões de indivíduos, cujas projeções de um futuro próspero foram aniquiladas, especialmente entre os mais jovens, os mais pobres e os menos brancos.

A tragédia sociossanitária agravada por governos, que desmontam políticas públicas de proteção aos mais vulneráveis, reduz ainda mais as oportunidades de emprego formal nos próximos anos e mesmo décadas.

Os desafios exigem uma aceleração de políticas de reintegração por parte de governos, instituições de ensino e corporações.

O acesso às novas tecnologias pode ser um dos mais importantes fatores para produzir essa aceleração imperativa.

A reintegração social digital de crianças, jovens, trabalhadores e famílias com acesso à banda larga e aos serviços, no entanto, já faz um tenebroso contraste com a realidade vivida por massas sem acesso ou qualificação, criando um apartheid inédito na história do trabalho.

O acesso às profissões com melhores remuneração e condições laborais já é disputado por um seleto grupo de pessoas que passaram a viver novas formas de ansiedade, estresse e depressão, assédio moral e violência doméstica.

A aceleração da reintegração social digital é no momento o único caminho para gerar novas oportunidades de trabalho e renda.

O desafio é integrar um maior número de pessoas nesta nova economia, garantindo oportunidades de sobrevivência digna, que estarão cada vez mais condicionadas pelas possibilidades de criação e multiplicação do conhecimento conectado por meio de redes.

É a promoção da economia criativa, que abre portas surpreendentes, como a chamada gamificação de processos, produtos e serviços.

Hoje, o mercado de games superou o faturamento da indústria de cinema e música, juntos. Com o fechamento de teatros, cinemas e casas de shows devido à pandemia, ganhou força a demanda por conteúdo para o setor.

A aceleração desse consumo, a importância e o potencial desse mercado abriria um leque de possibilidades.

Os jogos de aventura continuarão como a principal face desse setor, mas a gamificação, que é tudo o que podemos transformar em jogo, pode ser aplicada na educação, meio ambiente e saúde.

O treinamento para muitas profissões já é realizado por games específicos, e o "jogador" é também um trabalhador ou prepara-se no cotidiano para ocupar postos de trabalho. Os "e-sports" já colocam milhões diante de novos modelos de audiência e participação virtual.

Já podemos pensar em especialistas em game design, animação, áudio, gestão empreendedora, roteiro, entre outras áreas técnicas.

O estímulo para esses novos profissionais pode vir de empresas, associações, governos, mas o seu fortalecimento ocorre por meio de redes estratégicas que acompanham a evolução incessante das tecnologias, destacando-se a emergência do 5G.

A capacitação para uma boa parte dessas oportunidades está, inclusive, no aprendizado prático conquistado com o grande volume de informações disponíveis gratuitamente na rede mundial de computadores e nas interações que esses novos profissionais fazem durante a sua jornada.

A economia criativa e a gamificação em comunidades pobres ao redor do mundo têm criado oportunidades de incluir pessoas nos jogos e em redes, como ocorre com o projeto Games for Change América Latina, que desenvolvemos por meio da parceria com a Cidade do Conhecimento da USP.

Nessa teia que se vai tecendo ao redor do mundo, as experiências são trocadas de várias maneiras, rompendo barreiras e abrindo espaço para um mundo mais divertido e criativo dos games, tornando-se ainda uma fonte de conhecimento, estimulando o desenvolvimento de tecnologias e infraestruturas e animando uma nova fronteira para as políticas públicas.

Uma nova geração está diante do desafio de resgatar o sentido do trabalho e da educação, basta evitar o retorno aos velhos normais e criar estímulos a essa aceleração do jogo digital não apenas como fonte de sustento, mas de realização pessoal e possibilidade de transformação do mundo ao nosso redor.

* Gilson Schwartz é economista, sociólogo, jornalista e professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA-USP, presidente da rede Games for Change América Latina.

Para mais informações sobre gamificação clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena