Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A ONU e sua fraqueza frente às guerras

A ONU e sua fraqueza frente às guerras

06/11/2023 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

O sonho original das nações reunidas na ONU torna-se cada dia mais distante.

No dia 14 de maio de 1948, quando criou o Estado de Israel e infelizmente, só não fez o mesmo com a Palestina em razão de dificuldades então insanáveis, a Organização das Nações Unidas (ONU) objetivava obter a paz para o conflito milenar encravado no Oriente Médio.

Tivesse conseguido destinar um território para judeus e outro para palestinos, alcançaria a paz que, lamentavelmente, não se concretizou.

Ao longo dos três quartos de séculos que nos separam da atribuição do pedaço de terra que judeus podem chamar de pátria e palestinos – se o tivessem aceito também poderiam assim classificar, o mundo já assistiu a Guerra do Suez (1956), a dos Seis Dias (1967), do Desgaste (1969/70), Yin Kippur (1973) e dezenas de outros conflitos, atentados e manifestações da falta de entendimento na região.

A geopolítica da área alterou-se por obra da força e o povo paga com sofrimento a falta de consenso entre seus líderes. Para piorar, o terrorismo encontrou habitat favorável e constitui mais um fator de desavença regional.

O sonho original das nações reunidas na ONU (hoje são 193) torna-se cada dia mais distante. A guerra Israel – Hamas parece, hoje, algo interminável.

Os observadores mais radicais chegam a especular que só terminará quando um acabar com o outro e os prudentes lembram que será impossível Hamas destruir Israel, um país estruturado e desenvolvido, mas também não será fácil Israel liquidar definitivamente com o Hamas que, embora não seja um Estado oficializado, recebe aporte logístico e financeiro dos adversários dos judeus.

A observação mais lógica neste momento é que o mundo tende a conviver com mais esse impasse e com os horrores da guerra, que, em menos de um mês, já liquidou 10.000 pessoas, a maioria delas mulheres, idosos e cria nças que nada têm a ver com o conflito.

E a ONU, outrora patrocinadora da paz, não tem hoje poder para determinar a suspensão das ações bélicas. Não o fez com Israel-Hamas e nem em relação à guerra Rússia-Ucrânia, que já dura quase dois anos (a primeira invasão em 24/02/2022) e não encontra solução.

Os países-membros precisam encontrar as formulas de restabelecer a paz antes que os conflitos de ampliem e possam levar ao risco da temida 3ª Guerra Mundial que, se ocorrer, será nuclear e ter capacidade de destruir o planeta. Muito diferente da 1ª e a 2ª Guerras, que foram convencionais e disputadas no corpo-a-corpo.

Da forma que vem funcionando, a ONU não passa de um Clube do Bolinha. Qualquer decisão de suas assembleias, mesmo que com adesão total, pode ser vetada por um dos cinco países privilegiados (Rússia, Estados Unidos, França, Inglaterra e China).

A determinação de cessar fogo entre Israel e Hamas – proposta pelo Brasil – foi vetada pelos Estados Unidos e não se concretizou.

Para não ser tão colonialista, o veto poderia, pelo menos ter de ser votado aprovado por dois terços. Do jeito que hoje funciona, não passa da ditadura do mais forte que determina e o resto é obrigado a obedecer.

Logo, a ONU é uma instituição de joelhos aos cinco membros poderosos ou – o pior – até a um deles, isoladamente.

Talvez tivesse sentido a existência de membros com direito a veto em 1945, ano em que a organização foi criada e ainda acabada de sair da 2ª Guerra Mundial. Mas hoje isso não faz o menor sentido.

Apenas enfraquece o organismo e o transforma numa verdadeira vaca de presépio perante o mundo, sem poder de decisão nem força para fazer valer suas decisões. Assim, não tem razões para existir.

Seria mais prático atribuir suas funções exclusivamente aos cinco países com poder de veto. Eles resolveriam os problemas do mundo com maior rapidez e menor custo.

E a ONU ficaria reservada apenas à promoção da jantares e festinhas...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre ONU clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp



O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto