Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A Venezuela sem Chávez

A Venezuela sem Chávez

07/03/2013 Dirceu Cardoso Gonçalves

A morte de Hugo Chávez expõe ao mundo, mais uma vez, o já infeliz e consagrado jeito latino-americano de fazer política, calcado na figura de um personagem posado como salvador da pátria, e não sobre um programa de governo.

A Venezuela vive hoje a mesma comoção que já viveram argentinos por Evita e Perón, brasileiros por Vargas e Tancredo e outros povos da região por seus líderes mortos. Respeitadas as diferenças de tempo e lugar, é apenas uma “avant-première” do que se dará no dia em que morrer o octogenário Fidel Castro, apenas com a diferença de que o líder cubano deixará um número maior de viúvas políticas e ideológicas, já que exportou a sua inviável revolução durante cinco décadas.

O polêmico Chávez surgiu no cenário político ao tentar um golpe de estado. Passou algum tempo na cadeia e, anistiado, entrou para a política e conseguiu falar a língua do povo. Governou por 14 anos o seu país, rico em petróleo e carente em produção de alimentos e manufaturados. Promoveu a redistribuição de renda, com programas sociais que hoje se alastram para outros países, inclusive o Brasil, mas não conseguiu atrair investimentos economicamente produtivos.

Ninguém, a essa altura, é capaz de prever com segurança, o que será da Venezuela e do chavismo sem Chávez. Em 30 dias ocorrerá a eleição do novo presidente. Resta saber se o eleito conseguirá estabelecer a governabilidade num pais cuja legislação e instituições foram moldadas para o manejo pessoal do líder morto.

Enquanto chefes de Estado, simpatizantes e o povo desfilam no concorrido velório e sepultamento, as forças políticas de Caracas estarão buscando as difíceis equações do momento. O país vive a crítica encruzilhada entre o certo e o duvidoso, o bom e o ruim, o lógico e o ilógico. E, apesar de todas as opiniões e solidariedade externas, isso só cabe aos próprios venezuelanos decidir e, logicamente, pagar o preço da decisão.

Tida durante muito tempo como “quintal” das grandes potências, a América Latina é sofrida por não ter uma cultura política sólida. Tudo aqui se faz na passionalidade e no improviso. Raramente os planos de governo sobrevivem no mandato seguinte. Independente do viés ideológico, personaliza-se governantes e líderes e enfraquece-se o Estado, quando deveria se fazer o contrário.

Se o Estado fosse mantido forte, não teríamos vivido tantos golpes e cada nação do continente certamente já teria encontrado a sua vocação e o caminho mais indicado para o desenvolvimento. Ultimamente os golpes militares estão fora de moda, mas a sociedade é golpeada pela corrupção e até pelos golpes político-parlamentares, desfechados em nome da democracia. Para nós, brasileiros, a Venezuela, além de vizinha, amiga é excelente parceira comercial.

Temos de torcer para que encontre o seu rumo e tanto esse país, quando os outros da área, sejam capazes de estabelecer o Estado, que é permanente, mais forte do que a figura dos governantes, que são efêmeros. Só assim, todos nós, um dia, deixaremos de ser incomodamente vistos como “repúblicas de bananas”...

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena