Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O avanço da febre amarela e dos crimes ambientais

O avanço da febre amarela e dos crimes ambientais

19/02/2017 Rodrigo Berté

Todos precisam ficar atentos à questão, pois não se trata de um problema isolado.

Em 1855, o Cacique Seattle endereçou ao governo uma mensagem que continua atual: “Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra”. Uma rápida reflexão sobre a declaração pode mostrar como ela continua verdadeira e é adequada ao cenário atual da febre amarela em Minas Gerais.

O estado é um dos mais afetados pelo problema, com a confirmação de 195 pessoas contaminadas e 68 mortes ocasionadas pela febre amarela. Diante desta realidade, houve uma preocupação por parte da população em relação aos macacos contaminados, que poderiam transmitir a referida doença. Na área rural, muitos moradores começaram a matar esses animais. À primeira vista, o que parece uma medida preventiva é, na verdade, um crime ambiental, o que fez com que as autoridades fossem até os locais para aplicar as medidas previstas na Lei 9.605/98.

Mas, o problema é basicamente a falta de informação, pois, na verdade, o macaco não transmite a doença e a sua morte contribui para o desequilíbrio ecológico no local. O fato desses animais serem “bioindicadores” da doença, de servirem como sinal de alerta, fez com que muitos considerassem eles como a causa. Porém, o que merece atenção redobrada é o avanço da mineração descontrolada em Minas Gerais, além da ausência de fiscalização adequada para esse tipo de atividade, em especial a falta de programas de recuperação ambiental na desativação de lavras (mineração). O que acontece com os macacos é reflexo das mudanças bruscas no ambiente. Eles, assim como nós, estão cada vez mais suscetíveis às doenças. E, nesse momento, o que está em evidência é a febre amarela.

O tema já chamou a atenção de pesquisadores de diferentes instituições ligadas à saúde pública, sobre a forma como o homem vem destruindo o ambiente, a natureza e as consequências dessa destruição para a saúde humana e animal. Todos precisam ficar atentos à questão, pois não se trata de um problema isolado. A Organização Pan-American de Saúde (OPAS) já informou, em seu monitoramento de alerta sobre epidemias, que mais estados brasileiros relataram epizootias – morte ou adoecimento de macacos, e que a suspeita é que tenham sido infectados. Isso está ocorrendo em áreas limítrofes territoriais entre o Brasil e outros países.

Vale lembrar que a febre amarela não é novidade. Já existe um cuidado especial há algum tempo com viagens programadas para a Amazônia, ou para países como a Venezuela, Guiana Inglesa, Suriname e demais países latino-americanos. Esse cuidado não está relacionado a uma epidemia local, trata-se de um mecanismo de prevenção, visto que naquelas regiões foram constatados casos isolados da doença.

O que merece atenção agora é o cenário atual, que exige um olhar atento às causas reais do problema para evitar que a desinformação resulte em novos impactos para o meio ambiente e para a saúde do homem e dos animais.

Texto: Rodrigo Berté - diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.



Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nome comum pode ser bom, mas às vezes complica!

O nosso nome, primeira terceirização que fazemos na vida, é uma escolha que pode trazer as consequências mais diversas.

Autor: Antônio Marcos Ferreira


A Cilada do Narcisista

Nelson Rodrigues descrevia em suas crônicas as pessoas enamoradas de si mesmas com o termo: “Ele está em furioso enamoramento de si mesmo”.

Autor: Marco Antonio Spinelli