Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O Ensino Médio vai mudar

O Ensino Médio vai mudar

12/08/2016 Jacir J. Venturi

Que chances estamos dando aos jovens do Ensino Médio? Zero!

“O Ensino Médio vai mudar” – declara de forma peremptória o atual Ministro da Educação, Mendonça Filho, em entrevista publicada nas Páginas Amarelas da Veja (27/07/16).

Esse é o mais urgente e necessário desafio, em meio a um mar de tantos outros reptos a serem enfrentados pela pasta. Pergunta o Ministro: ”Que chances estamos dando aos jovens do Ensino Médio? Zero!” – responde, justificando o amontoado maçante de disciplinas e que os alunos têm ambições e aptidões diferentes.

E acresce: “O nosso Ensino Médio é o único no planeta, não funciona, tem que ser mais flexível. O Brasil inventou uma jabuticaba.” Especialistas, educadores e equipe técnica do MEC têm se debruçado intensamente para apresentar ao Congresso, até o fim do ano, uma grade curricular menos engessada e por consequência haverá uma readequação do Enem.

Ademais, louva-se a pretensão de desconectar o Ensino Médio da Base Nacional Comum Curricular, que focaria apenas o Ensino Fundamental. O Ministro e o MEC têm sinalizado que todos os discentes do Ensino Médio terão uma ementa comum em língua portuguesa, matemática e inglês.

Dependendo das escolhas profissionais futuras, os estudantes terão disciplinas com menos ou mais ênfases nos conteúdos de ciências humanas, exatas, biomédicas, arte. E, como ocorre nos países desenvolvidos, será desejável a oferta de oficinas optativas de informática, música, empreendedorismo, educação ambiental ou financeira, filosofia, valores, etc.

Debatemos com os professores das diversas disciplinas e, para a maioria, há sobrecarga de conteúdos no Ensino Médio, sendo 20% a 30% do programa formado por penduricalhos desnecessários. Isso corrobora um desempenho ruim, o que pode ser atestado pelo último resultado do Ideb (2013), cuja média foi 3,7, bem aquém do 6,0 – média dos países desenvolvidos.

Ademais, a taxa de reprovação e abandono beira os 30% no 1º ano; estão fora da escola 1,7 milhão de jovens de 15 a 17 anos. Reduzir o conteúdo da atual grade do Ensino Médio é uma das poucas ‘quase unanimidades’ entre os educadores.

Que não pairem dúvidas, porém, quanto à obrigação primeira da escola: ministrar um bom ensino curricular, preparando o aluno para os concursos e a vida profissional. Há outras sugestões de ‘quase unanimidades’: oferta intensa de período integral; formação continuada de professores; carreira docente com valorização pela meritocracia; investimentos em novas tecnologias educacionais.

E o mais importante: ampliação de vagas na Educação Profissional – seja concomitante, seja depois do Ensino Médio. O Brasil apresenta um enorme descompasso em relação aos países da OCDE, cujo índice de matriculados em cursos técnicos é em média 40%, enquanto aqui não deve chegar a 10%. Foram deletérias as consequências da derrocada do Pronatec e, com tantas demandas, é injustificável que o Sistema S, com uma bela tradição na oferta de formação profissional, tenha bandeado parte de seus investimentos para escolas regulares.

O Ensino Técnico tem o condão de reduzir a evasão e a reprovação, pois o estímulo vem da aplicação prática dos conhecimentos teóricos ministrados e da sedução do ingresso rápido no mercado de trabalho. O foco do atual Ensino Médio é preparar para o Enem e os vestibulares, embora apenas 17% dos nossos jovens de 18 a 24 anos estejam matriculados numa faculdade, enquanto na Argentina esse número é 34%; no Chile, 45%; nos EUA, 52%; na Coreia do Sul, 71%.

Há, ainda, cerca de 5,3 milhões de jovens de 15 a 25 anos que os demógrafos denominam jocosamente de nem-nem (nem estudam, nem trabalham). De quem é a responsabilidade por essa quase tragédia nacional? Do governo, pais, professores?

Em parte, sim. Mas também desses jovens, pois boa parcela é hedonista, acomodada e a 1.ª lei a ser revogada é a que impera entre eles: a lei do mínimo esforço. Em um mundo competitivo, não há como obter conquistas sem uma intensa disposição e disciplina para o trabalho e para os estudos.

* Jacir J. Venturi é Presidente do Sinepe/PR, Coordenador da Universidade Positivo e Vice-Presidente da ACP.



Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena