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O golpe das urnas

O golpe das urnas

10/10/2016 Bady Curi Neto

O golpe desta vez foi real, manifestado nas urnas de forma cívica e democrática, de acordo com a consciência de cada um.

Durante todo o processo do impeachment e após o julgamento do impedimento da presidente Dilma Rousseff, ouviu-se aos quatro cantos do país, pelos petistas e simpatizantes que houve um golpe na democracia.

A senadora Gleisi Hoffmann, hoje denunciada e ré por corrupção e lavagem de dinheiro no STF, juntamente com seu marido Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações de Dilma – chegou, aos berros, a dizer aos seus colegas; “Aqui não tem ninguém com condições para julgar ninguém. Qual a moral do Senado para julgar uma presidente da República? ”

Sabe-se que a legitimidade para o julgamento do impeachment é constitucional, já no campo moral parece que a senadora pretendia medir os senadores por sua própria régua, dado a seu envolvimento no escândalo de corrupção.

Ouviu-se muito a tentativa de desqualificar a operação lava-jato e as prisões deferidas pela justiça ao argumento que eram seletivas, sem, contudo, aclarar que os fatos ocorreram nos últimos treze anos em que o governo petista ocupava o cargo maior da nação.

Chegou, então, a primeira eleição após o impedimento da presidente e os escândalos de corrupção envolvendo seu partido. A maior manifestação popular da democracia, onde o voto de cada cidadão expressa seu contentamento ou descontentamento com os partidos políticos, demonstrado na escolha de seus candidatos.

Ao comparecer às urnas para votar, os ex-presidentes Lula e Dilma, em entrevistas distintas, falaram que seu partido iria surpreender a todos nesta eleição. Assistem-lhes a razão, só que ao inverso do que imaginavam. A cidade de São Paulo teve o maior número de abstenções e votos nulos das últimas seis eleições.

O candidato vitorioso a prefeito Municipal, denominado como um aventureiro, por Lula, ganhou no primeiro turno com 53,3% dos votos válidos contra 16,7% do atual prefeito do PT, Fernando Haddad. O filho do ex-presidente Lula não conseguiu se reeleger vereador em São Bernardo do Campo (SP), conhecido reduto eleitoral petista.

Ultrapassando a barreira de São Paulo, o PT que comandava 630 prefeituras teve uma queda de 63,3% no primeiro turno. Nas 26 capitais apenas Rio Branco reelegeu o prefeito Petista, sendo que o partido só disputará o segundo turno em uma capital – Recife.

Acrescente-se que quase a totalidade dos candidatos do PT quis dissociar sua imagem das cores e do símbolo do partido, além de não utilizarem de Lula e Dilma como cabos eleitorais. Depoimentos de Dilma foram exibidos nos programas eleitorais de Raul Pont (PT - Porto Alegre), Jandira Feghali (PC do B - RJ) e Alice Portugal (PC do B - Salvador).

Os candidatos tiveram redução, nas pesquisas, das intenções de voto após a exibição da participação da ex-presidente. O golpe desta vez foi real, manifestado nas urnas de forma cívica e democrática, de acordo com a consciência de cada eleitor, demonstrando sua insatisfação pelos desmandos ocorridos nos últimos anos pelos governos Lula e Dilma e partidos atolados em escândalos de corrupção.

* Bady Curi Neto é advogado, ex-juiz do TRE-MG, fundador do escritório Bady Curi Advocacia Empresarial.



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